tag:blogger.com,1999:blog-9928773741879016162024-03-19T04:35:52.979-07:00História do Futebol InglêsMateriais do curso Breve História do Futebol Inglês, ministrado na UFF pelo Prof. Marcos Alvito no segundo semestre de 2008Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-203284798001232392008-10-30T07:35:00.000-07:002008-10-30T08:57:49.805-07:00Resumo-tradução do Capítulo 8 (METADE): We’ll support you evermore? Football in the Media Age, 1961-1985.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Capítulo 8: We’ll support you evermore</span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="EN-GB">? Football in the Media Age, </span><span style="font-family: "Century Gothic";">1961-1985. pp. 181-208. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[i] Prólogo (181):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Escrevendo em 1984, o sociólogo Stephen Wagg argumentava que, “Pela maioria dos critérios o principal significado do futebol na sociedade britânica contemporânea é de um show de televisão”. Embora a relação entre o futebol e a televisão forme apenas uma parte relativamente pequena deste capítulo, a sagaz afirmativa de Wagg identifica o fato central que ditou as relações entre futebol e sociedade no período entre os anos 60 e 80. Tão simplesmente, mais pessoas experimentaram o futebol pela televisão, e pela mídia em geral, do que assistiram em estádios. Isto modelou as percepções, lealdades e atitudes de maneiras cruciais. Em um extremo, os clubes principais ganharam uma imagem crescentemente glamorosa e um número crescente de adeptos. Por outro lado, a imagem de um esporte atormentado pelo hooliganismo diminuiu o status e a importância do futebol. Em 1985 as imagens negativas superaram as positivas e o futebol entrou em crise.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] Crowds, hooligans and fans (181-194):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(181) A composição social do público do futebol mudou muito pouco no período. A única exceção é que o jogo passou a atrair uma maior proporção de jovens (do sexo masculino) menores de 20 no final do período em questão, um ponto que será significativo no que diz respeito à questão do hooliganismo. Aparte isso, mesmo no fim dos anos 80, cerca de 80% dos torcedores ainda eram provenientes da classe trabalhadora e de ocupações próximas. Grupos étnicos minoritários continuavam a ser sub-representados, formando somente 1 ou 2% do público típico, cuja vasta maioria ainda era do sexo masculino. Já se falava na necessidade de atrair mais público feminino, mas isto geralmente ocorria quando as revistas estavam sem ter o que publicar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(182) O mais impressionante é que o público continuou a cair neste período. O público total [das 4 divisões da Football League] caiu de 28.619.754 em 1960-1 para um recorde negativo de 16.488.577 em 1985-6. Neste quadro geral, houve interessantes contra-correntes. Houve, por exemplo, sete temporadas entre 1962-3 e 1976-7 em que o público total na verdade cresceu, com o crescimento mais marcado ocorrendo no fim dos anos 60. O sucesso da Inglaterra na Copa de 66 é geralmente visto como a causa deste aumento, que viu o público chegar a 30 milhões na temporada 1967-8 pela primeira vez em quase uma década. Só depois de 1977-8 é que o declínio tornou-se contínuo, com 9.7 milhões de torcedores abandonando o jogo em 1986.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(182) Também vale a pena notar que alguns clubes tiveram mais sucesso em manter o público do que outros. <span style=""> </span>O público da primeira divisão se manteve bem mais do que o das outras divisões, declinando somente 30% entre 1961-2 e 1985-6, comparado com quedas de 50% na 2ª., 48% na 3ª. e 64% na 4ª. divisão. Estas diferenças foram causadas em parte pela escolha dos torcedores, em parte pelo poder das imagens geradas pela cobertura de TV e imprensa geralmente intensa dispensada aos clubes mais importantes. Os padrões de torcida para determinados clubes também são reveladores. Em geral, a maioria dos clubes viu a presença dos torcedores aumentar e cair mais ou menos de acordo com seu sucesso dentro de campo. O Arsenal, por exemplo, teve uma média de 43.776 na temporada em que fez o double [campeão da 1ª. divisão e FA Cup] em 1970-1, que despencou para apenas 26.945, à medida em que o time caía para a 17ª. posição em 1975-6, antes de se recuperar em 1978-9, quando alcançaram um respeitável 7º. lugar e venceram a FA Cup, com uma média de público de 36.771. Um pequeno número de clubes, todavia, manteve uma surpreendente lealdade na adversidade, sobretudo Newcastle e Sunderland, ambos regularmente entre os 10 clubes com mais público na FL a despeito de longos períodos na 2ª. divisão. Novamente, pode falar-se que a idéia da lealdade dos torcedores do nordeste da Inglaterra versus a volubilidade sulista tem algum apoio nos registros históricos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(183) O mais impressionante desempenho em termos de público pertence ao Manchester United. O clube sempre teve bastante torcida, com sua posição na tabela de público sendo geralmente superior a sua posição na tabela de classificação. Nos anos 50 e no início dos anos 60, todavia, os públicos do Manchester United seguiam mais ou menos um padrão estável, com o tamanho do público refletindo mais ou menos o sucesso dentro de campo. A grande transformação ocorreu em 1966-7, quando seu triunfo na 1ª. divisão em um ano de crescimento em geral do público viu a média saltar de 38.769 na temporada anterior para 53.854. Na temporada seguinte, quando ficaram em 2º. na liga e ganharam a Copa Européia [hoje Champions League], os números subiram ainda mais para 57.552, a maior média de público jamais alcançada por um clube inglês. Daí pra frente, o United continuou a reunir um público massivo. Nas 22 temporadas entre 1964-5 e 1985-6 eles foram o time com mais torcida no país em 19 ocasiões, sofrendo uma queda de apenas 1% no público em um período em que a 1ª. divisão como um todo sofria uma queda de 29%. Significativamente, tudo isso acontecia a despeito de uma performance dentro de campo que era, particularmente nos anos 70, geralmente modesta. Mesmo um período desastroso entre 1972 e 1975 que viu o United em 18º. Lugar e depois rebaixado para a 2ª. divisão alterou muito pouco os níveis de público.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(183-4) Algo mais do que simples lealdade local estava operando aqui, pois o United claramente estava atraindo torcedores de todo o norte e, na verdade, de outras partes do país. A um grau até então desconhecido, os torcedores estavam pagando para se identificarem com um time, quase com um produto, tanto quanto aos resultados dentro de campo. Embora a tragédia de Munique tenha dado ao clube uma aura que o diferenciava de todos os outros, isto não parece ter sido o fator crucial que permitiu ao United conquistar a posição de primeiro clube “glamoroso” moderno da Inglaterra. Embora os públicos fossem geralmente grandes imediatamente após Munique, o United passou em geral por variações de público normais mesmo após Munique. Na verdade, a história de Munique pode ter começado a exercer uma influência poderosa na imagem do clube depois que essa imagem foi modelada posteriormente, no final da década de 1960.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(184) A posição particular do clube parece derivar de 3 fatores em ação no período crucial entre 1966-7. Primeiro, o clube beneficiou-se enormemente da publicidade que cercou seus feitos na Copa Européia de Clubes. Quando demoliram o Benfica por 5x1 em Lisboa em março de 1966 eles ganharam enorme publicidade, sintetizada pela manchete do <i style="">Daily Mirror</i> com uma foto de George Best em um sombrero, com a legenda “El Beatle”. Muitos vêem este momento como definidor da emergência do jogador de futebol como uma verdadeira estrela midiática e o United só poderia beneficiar-se da nova notoriedade do jogador. Novamente, a conquista da 1ª. divisão em 1967 veio em uma época em que, graças ao sucesso da Inglaterra na Copa de 66 e ao rápido crescimento do futebol televisionado, o jogo estava em um pico incrivelmente alto. Acima de tudo, o United era uma equipe brilhante, Best, Bobby Charlton (um herói da copa do mundo particularmente popular) e Denis Law fornecendo três tipos muito diferentes mas poderosos de heróis futebolísticos. Em uma época de futebol crescentemente defensivo, a capacidade do United em vencer a 1ª. divisão com 84 gols, 20 a mais do que o clube mais próximo, trouxe excitação e romance para Old Trafford e outros campos ingleses. Os eventos de 1966-7, portanto, asseguraram ao Manchester United uma popularidade e um status que os revezes futuros somente raramente diminuíram. A desagradável consequência para o United foi que o influxo de novos torcedores incluía uma parcela pequena mas muito badalada na imprensa de hooligans, embora, ironicamente, para alguns torcedores jovens isto apenas aumentasse o apelo do clube junto a eles.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(184-5) A maioria dos outros clubes podia apenas invejar Old Trafford à medida em que eles sofriam para tentar explicar a ausência de público nas suas arquibancadas. Uma série de explicações foi formulada para explicar esse processo. Algumas enfatizam as mudanças na demanda. Em 1961, 91% dos lares britânicos tinha uma televisão e não é surpreendente que a TV, e especialmente o futebol televisionado, tenha sido visto como o pivô do declínio de público. Certamente, seria possível sugerir várias maneiras pelas quais a cobertura de televisão ameaçava o jogo ao vivo. Um argumento era simplesmente que as pessoas poderiam aproveitar o futebol no conforto da sala de estar achando portanto menos interessante ir aos jogos. Outro afirmava que a TV proporcionava aos torcedores de clubes menores um jogo de maior qualidade do que aquele com que eles normalmente dispunham ao vivo (qualidade geralmente realçada por edições criteriosas), encorajando-os a abandonarem as arquibancadas totalmente ou a procurarem um time mais “glamoroso”. Alternativamente, alguns sublinharam o efeito da<span style=""> </span>TV como desfazendo mitos ao invés de criá-los, argumentando que o futebol televisionado tornava o que antes era um esperado programa quinzenal em algo banal, portanto desencorajando o comparecimento aos jogos ao vivo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(185) É provável que de todas essas variadas formas, e tão simplesmente fornecendo uma forma alternativa de entretenimento no sábado, a TV realmente tenha exercido uma influência em termos da queda de público. Deve-se sublinhar, entretanto, que os “milhões de torcedores desaparecidos” do futebol tinham começado a se ausentar das arquibancadas muito antes que o futebol televisionado houvesse se tornado uma característica do ambiente esportivo. É importante notar também que, em certos momentos do futebol televisionado, os públicos aumentaram; o período imediatamente após o sucesso na Copa do Mundo de 1966 é um exemplo óbvio. Da mesma forma, momentaneamente focalizando um período posterior, os públicos aumentaram a cada ano depois de 1986-7, a despeito do fato de que a cobertura do futebol na TV tenha aumentado grandemente neste período. A TV pode ser parcialmente responsável por estes aumentos somente no sentido de que, em momentos quando o futebol desfrutava de uma imagem positiva na cultura nacional por causa do sucesso da seleção ou por causa de um clube importante, a televisão era capaz de reforçar esta imagem e fazer do comparecimento ao estádio uma escolha razoável. Em outras épocas, o futebol ao vivo e o televisionado sofreram juntos, com o público de ambos caindo no final dos anos 70, por exemplo. Parece que várias e complexas relações existem entre o futebol televisionado e os padrões de público do que simplesmente a televisão prejudicando a presença do público nos estádios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(185-6) Acima de tudo, a explicação mais forte do ponto de vista da demanda, e provavelmente a mais convincente de todas as explicações, assenta-se no simples fato de que muitas pessoas continuaram a achar outras coisas para fazer em um contexto de uma aumento geral dos padrões de vida e de um concomitante aumento na escolha disponível para os consumidores. A reestruturação do fim de semana tradicional foi um fator importante neste contexto, com a tendência crescente a que o trabalho terminasse na 6ª. feira colocando o jogo de futebol no meio do fim de semana ao invés de permitir que ele funcionasse como um atraente e simbólico início do descanso semanal. Níveis crescentes de posse de automóveis continuaram a exercer um papel importante, também, permitindo todos os tipos de atrações capazes de levar as pessoas para longe de cenários tradicionais, inclusive estádios de futebol. Como notamos no capítulo anterior, o acesso crescente ao transporte privado também permitiu aos torcedores adotar um clube grande de uma cidade vizinha às custas do clube local. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(186) Enquanto uma relativa abundância era sem dúvida responsável pela falta de muitos torcedores, as dificuldades daqueles que não podiam desfrutar desses prazeres não devem ser menosprezadas. A partir do fim dos anos 70, o desemprego certamente exerceu uma influência em termos de público. Os números do desemprego oficial mostram um aumento de 700.000 em janeiro de 1975 para um pouco mais de 3 milhões no início de 1981. Dos 9.7 milhões de torcedores desertando do futebol entre 1977 e 1986, mais de 6 milhões foram perdidos nas três temporadas entre 1980-3, com públicos caindo 2.7 milhões na temporada de 1980-1 quando o desemprego alcançou seu pico. Mesmo alguns clubes de ponta sofreram com isso. A região do Merseyside [Liverpool e Everton] foi fortemente afetada pela recessão e o Liverpool experimentou uma queda de 16% no público em 1980-1, em uma época em que a queda geral na primeira divisão foi de apenas 6%. Como na década de 1930, os torcedores mostraram grande poder de escolha gastando com sabedoria os parcos recursos. Enquanto os jogos mais importantes do Liverpool na 1ª. divisão bem como os jogos da Copa Européia continuaram a lotar Anfield, jogos menos importantes viram o público despencar. À medida em que o alto desemprego tornou-se uma característica central da sociedade britânica, alguns clubes foram autorizados a fornecer descontos para os desempregados, mas para uma significativa minoria de torcedores o declínio das indústrias significava privação de lazer da mesma forma que em muitas outras áreas de suas vidas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(186) Os fatores ligados à oferta também têm grande importância na discussão acerca da queda do público. O fato de que os torcedores tinham que pagar somas crescentes pelo privilégio de ingressarem em estádios decadentes tem sido visto como importante por uma série de observadores. Os preços cresceram ininterruptamente no período e à medida em que a inflação crescia e os públicos caíam quase continuamente, os clubes aumentavam seus preços tentando recuperar a perda de renda. Em 1983, a entrada mais barata na 1ª. divisão estava entre 2 e 2,5 libras. Para muitos, isso significava somente um aumento real marginal nos custos de entrada, mas era um problema sério para os mal pagos e para os desempregados. Muitos torcedores viram-se pagando mais para frequentar estádios muito mal mantidos e equipados. Enquanto nos anos 60 alguns clubes, principalmente o Manchester United, o Tottenham e o Sheffield Wednesday, tinham investido consideravelmente em novas arquibancadas, ou tinham conscientemente buscado atrair torcedores de classe média através do fornecimento de boxes executivos e de melhorias e mais conforto, muitos estádios haviam mudado muito pouco desde o período entre-guerras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(187) Os torcedores de futebol, todavia, não devem ser vistos como consumidores ortodoxos e muitos aceitavam as instalações tradicionais e demonstravam pouco entusiasmo por mudanças profundas. Como os anos 80 e 90 demonstrariam, muitos torcedores não queriam lugares sentados como alguns visionários pensavam que eles deveriam querer. Ademais, diretores planejando novas arquibancadas e outras alterações maiores estavam plenamente conscientes da impopularidade dos seus colegas cujos gastos em tijolos e cimento ao invés de jogadores haviam levado ao rebaixamento ou a maus resultados. Embora más condições tenham afastado alguns torcedores, as baixas expectativas dos mesmos e sua aceitação das realidades econômicas do futebol sugerem quem o argumento acerca das “instalações” não deve ser visto como um fator de peso influenciando a presença do público. Significativamente, foi necessária uma legislação parlamentar na forma da lei de 1975 sobre a Segurança nos Estádios, ela mesma originada por um grande desastre ocorrido no Ibrox Park em Glasgow em 1971 que fez com que os grandes clubes começassem a atentar um pouco mais não somente para a segurança mas para toda a questão das instalações. Muitos times das divisões inferiores, com pouco dinheiro e excluídos da lei, simplesmente ignoraram o problema.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(187) A natureza e a qualidade do jogo em si tem se mostrado uma outra área fértil em termos do debate acerca da presença do público, muito dele centrado na crença de que a natureza crescentemente defensiva do jogo foi um motivo pelo qual os torcedores se afastaram. O <i style="">Football Monthly Digest</i> não foi o único órgão da imprensa a perceber uma ligação crucial entre a perda de 3 milhões de torcedores na temporada 1972-73 e o fato de que a média de gols havia chegado a um recorde negativo. Enquanto a revista talvez estivesse correta em perceber táticas mais sistematicas e previsivelmente defensivas como um desestímulo ao comparecimento regular, estava em campo bem menos seguro ao afirmar que o mero número de gols modelasse os níveis de presença de público. Em um certo momento, a revista comparava os 1160 gols marcados na 1ª. divisão em 1972-3 com os 1724 marcados na prolífica temporada 1960-1. Esquecia-se de mencionar, todavia, que 1960-1 assistiu à maior queda em um ano no público futebolístico do pós-guerra. Analisando-se a questão em uma perspectiva de longo prazo, não há de fato nenhuma relação direta entre os gols marcados e as médias de público. Os públicos alcançaram o auge na década de 1940 quando a média de gols não era tão alta quanto havia sido após a reforma da lei do impedimento em 1925. Então caiu durante toda a década de 1950, época em que a média de gols marcados na verdade subia temporada após temporada. Similarmente, no período 1966-70 e no pós-1986, os aumentos na presença de público ocorreram em épocas em que a média de gols marcados era relativamente baixa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(187-8) Isto não é argumentar que os torcedores não tivessem senso crítico. Ao contrário, o público era geralmente baixo em jogos entre times fracos (quando os gols do time da casa vinham aos borbotões) e maior contra adversários mais fortes. O sucesso, todavia, era o principal objetivo e embora os torcedores preferissem que ele fosse alcançado através de um futebol maravilhoso e goleador, eles geralmente se contentavam com menos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(188) Provavelmente a explicação em termos de oferta mais convincente se concentra no hooliganismo e nas mudanças concomitantes na cultura das arquibancadas. Como sempre, as coisas não são simples. Um aumento na atividade de hooligans já estava sendo notada em uma série de estádios londrinos, sobretudo no Chelsea, a partir do começo da temporada de 1967, em um tempo de aumento de público. Novamente, um certo número de clubes com más reputações em termos do comportamento dos torcedores, incluindo o Manchester United, tinham poucos problemas em manter seus níveis de público. Ademais, como discutiremos adiante, o problema dos hooligans não havia alcançado necessariamente a escala que algumas pessoas supunham. Entretanto, há muitos elementos a sugerir que o medo do hooliganismo <i style="">em potencial</i> juntamente com uma má vontade em relação a uma cultura das arquibancadas bem mais agressiva fosse um fator que levava à diminuição dos públicos. O testemunho oral destes torcedores que abandonaram os estádios, documentação que deveria ser coletada mais sistematicamente pelos historiadores, é significativa. A crescente proporção do público na faixa etária abaixo dos 20 também é vista pela maioria dos comentadores qualificados como uma prova de que os torcedores mais velhos estavam abandonando o que eles consideravam um ambiente menos prazeroso. Não há nenhuma dúvida de que a cobertura super-dramática da mídia desempenhou um papel importante em moldar a visão dos torcedores mais velhos, mas a realidade às vezes era realmente desagradável. Uma atmosfera ameaçadora no transporte público, a presença de um grande número de policiais e o canto de obscenidades em grande escala, o que muitos torcedores de classe trabalhadora tradicional consideravam totalmente ofensivo, afastavam torcedores dos estádios. O racismo aberto manifestado em muitos estádios também era um fator desagradável para muitos. Considerar as tendências após 1985 também pode lançar luz sobre estas questões. É certamente impressionante que os públicos tenham aumentado após 1986 à medida em que a questão do hooliganismo, ao menos no interior dos estádios, tenha se transformado em um problema cada vez menor. Além disso, este aumento do público começou nas divisões inferiores, sobretudo na 2ª., onde a atmosfera tem sido geralmente menos ameaçadora. A partir do início da década de 1970, no contexto das crescentes possibildades de escolha fora dos campos de futebol, o hooliganismo, tanto em termos de mito quanto em termos de realidade, era um fenômeno altamente danoso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(188-9) É chegada a hora de investigar o tema do <b style="">comportamento do público</b> de forma mais detalhada. Desordens dentro dos estádios tinham gradualmente aumentado a partir do fim dos anos 50 e a FA foi levada a expressar alguma preocupação no fim de 1961. O problema não era visto como especialmente sério, entretanto, e a decisão do Everton de erguer grades de conteção atrás dos gols em 1963 surpreendeu a imprensa. Em 1967, todavia, o problema já era fonte de atenção e preocupação consideráveis. Na atmosfera de aumento da preocupação do público, formas irritantes mas relativamente inócuas de comportamento que antes eram toleradas, como cantar alto no meio da rua, esbarrões e gesticulação, podiam todas ser percebidas como “hooliganismo” e levar a expulsões e prisões. Dados os problemas de definição que isto origina, nenhuma tentativa vai ser feita de medir o “hooliganismo” durante este período a partir deste ponto do texto. Que baste dizer que tanto o repertório de comportamentos que adquiriu o nome de “hooliganismo” quanto o vigoroso debate público a respeito da sua natureza, causas e soluções foram características centrais da cultura futebolística a partir do fim dos anos 60.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(189) Escrever acerca do hooliganismo moderno é, no mínimo, problemático. O tema tornou-se, no dizer de um escritor, “quase um ramo menor das ciências sociais”, e, como a maioria desses ramos, abriga uma série de escolas de interpretação competindo e em conflito umas com as outras. Ao mesmo tempo, capturar a sua essência exige uma ação sempre equilibrada de confrontar o mito com a realidade, o “medo” manipulado e fabricado pela ordem pública versus o fenômeno tangível. Não há, por exemplo, nenhuma dúvida de que a escala do fenômeno foi exagerada por certos grupos por uma série de razões. Como resultado houve uma hiper-reação dentro da comunidade mais ampla. A visita do Manchester United a York em dezembro de 1974, por exemplo, praticamente fechou a cidade toda, com lojas erguendo barricadas de proteção. Alguns centros de cidades pequenas ficavam quase permanentemente paralisados durante os sábados à tarde, como se percebeu depois que a suposta ameaça diminuíu. Quando o Luton Town baniu os torcedores visitantes dos seus jogos em 1986-7, um shopping center local relatou um aumento de 40% nos consumidores e uma faculdade sentiu-se segura para reabrir suas portas. Mesmo esses medos exagerados, todavia, têm que ser levados em consideração e, na verdade, respeitados: medo do que poderia ser pode ser mais danoso do que a própria realidade, especialmente para certos grupos vulneráveis. Ademais, os problemas reais – batalhas campais entre torcedores rivais, invasões de campo, vandalismo dentro e fora dos estádios – existia de fato e podia ter consequências assustadoras. O que se segue é uma tentativa necessariamente breve de traçar os elementos principais do comportamento e da cultura “hooligan”, mas uma tentativa enraizada na aceitação do fato de que o “hooligan” é uma figura um tanto o quanto fugidia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(190) Primeiramente, é extremamente difícil traçar uma divisão clara entre o “torcedor normal” e o “hooligan”. Somente uma pequena minoria, exemplificada por aqueles diretamente envolvidos nas chamadas gangues de “super-hooligans” ou “firmas” no início dos 80 é que adotaram a atividade de hooligan como seu objetivo de lazer predominante. Muitos hooligans eram na verdade torcedores comuns, engajados que eram atraídos à violência, seja real ou ritual, em determinados momentos mas que podiam afastar-se igualmente com a mesma facilidade. Havia um continuum no qual as pessoas se colocavam em diferentes estágios das suas vidas, em diferentes jogos e até em diferentes momentos do mesmo jogo. Um jovem embrulhado no seu cachecol a cantar posicionado atrás do gol que havia sido forçado a literalmente atravessar o centro da cidade correndo enxotado pela polícia montada juntamente com todos os outros “hooligans” podia ser um torcedor de verdade, desesperado para evitar confusão, mas agindo daquela forma em parte porque era o que se esperava dele. Alternativamente, “torcedores comuns” podiam engajar-se em comportamentos que embora não necessariamente definidos como “hooliganismo” eram quase certamente igualmente anti-sociais. O abuso racial, como os xingamentos racistas, imitação de símios e arremesso de bananas, que apareceram em meados da década de 1970 não eram (e não são) privilégio exclusivo dos hooligans.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(190) O estilo e o comportamento dos hooligans não permaneceram estáticos. Cada sucessiva geração adotava e/ou estabelecia um estilo de vestimenta distintivo. Os skinheads (carecas) predominavam no fim dos anos 60, mas pela metade da década seguinte as gangues da arquibancada se caracterizavam por cabelos longos, uso de sinalizadores e cachecóis embrulhando todos os membros possíveis [sem trocadilho, por favor!]. Nos anos 80, estilos mais espertos, menos conspícuos [i.e. que não chamavam tanta atenção], em parte exibição de moda, em parte uma tentativa de evitar a vigilância cada vez mais sofisticada da polícia, tornaram-se a norma, levando à alcunha de “soccer casuals” utilizada por e para definir várias gangues. A partir de 1979, alguns grupos começaram a adotar uma mentalidade virulentamente racista. Isto foi encorajado por organizações neo-fascistas que viram os terraces como um campo promissor de recrutamento após sua fracassada tentativa de progredir na eleição geral de 1979 [que elegeu Margaret Thatcher]. O nacionalismo extremista resultante já tinha se prenunciado quando torcedores ingleses começaram a viajar pela Europa seguindo seus clubes na década de 70. Ele tornou-se ainda mais aberto à medida em que, com as rivalidades inter-clubes temporariamente esquecidas, números significativos de jovens torcedores ingleses passaram a seguir a seleção no exterior a partir do início dos anos 80.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(190-1) A maioria dos comentaristas alega que a vasta maioria daqueles envolvidos no hooliganismo eram jovens brancos provenientes de forma desproporcional dos grupos sócio-econômicos 4 e 5 [classes mais pobres]. Um levantamento com 497 hooligans condenados feito em 1968 mostrou que 41.4% vinham de famílias de trabalhadores sem qualificação, com mais 22.5% de famílias de trabalhadores semi-qualificados, enquanto uma pesquisa da Leicester University com 519 indivíduos no período entre 1960 e a metade dos anos 80 revela um quadro quase idêntico. Muitas tentativas foram feitas de se explicar o hooliganismo a partir deste reconhecimento de que pertencer a um setor relativamente pobre e carente da classe trabalhadora tinha um efeito no comportamento, mas o significado deste perfil social é interpretado de diferentes maneiras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(191) Um trabalho pioneiro importante feito pelos sociólogos <b style="">Ian Taylor e John Clarke</b>, ambos influenciados pela teoria marxista das sub-culturas muito em voga entre aqueles que estudavam as culturas jovens “desviantes”, tratavam o hooliganismo como um <b style="">“movimento de resistência proletária”</b>. Este enfoque enfatizava a novidade do hooliganismo e o via como uma tentativa consciente por parte de um setor carente da classe trabalhadora no sentido de reivindicar um esporte em que uma forte tradição de um público ativo e envolvido estava sendo crescentemente canalizada para formas passivas de consumo à medida em que a televisão e certos clubes de elite se articulavam para vender o jogo como espetáculo. Taylor e outros escritores dessa corrente, especialmente Stuart Hall, também enfatizavam até que ponto setores da mídia e do aparelho de Estado manipulavam a questão dos hooligans visando angariar apoio para programas políticos autoritários. As idéias centrais de alguns destes argumentos hoje em dia parecem bastante improváveis. A pesquisa histórica demonstrou até que ponto este tipo de interpretação exagerava a novidade do fenômeno dos hooligans e eventos subsequentes demonstraram que o “aburguesamento” do jogo era ainda muito incipiente em 1969. Isto coloca certa dúvida em termos da hipótese da “resistência”, ainda mais enfraquecida pela probabilidade de que muitos hooligans tenham sido atraídos para o futebol pela primeira vez durante a onda de entusiasmo que se seguiu à vitória inglesa na Copa de 66, e ingressaram no futebol sem muita idéia da sua história e da sua cultura própria. É bem mais provável que estivessem certos no que diz respeito ao uso do hooliganismo por parte de políticos de centro-direita e por determinados jornalistas. Acima de tudo, Taylor e outros pioneiros estudiosos desta área merecem um reconhecimento por terem feito uma tentativa de fornecer uma explicação racional para alguma coisa que a imprensa popular e as autoridades do futebol desprezavam com o uso fácil de expressões como “animais” e “bárbaros”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(191-2) Mais recentemente, uma interpretação sociológica alternativa foi proposta por <b style="">Eric Dunning e seus colegas da University of Leicester</b>. Ao mesmo tempo em que rejeitam fortemente a noção do hooliganismo como um movimento de resistência, eles, também, enfatizam a origem social da maioria dos hooligans. Baseando-se na noção de “processo civilizador” associada ao trabalho de Norbert Elias, eles afirmam que os hooligans foram encontrados sobretudo em um estrato da sociedade que não adotou a “revolução dos costumes” que, desenvolvendo-se durante séculos, ensinou códigos de comportamento em que a ordem e o decoro ocupam um lugar de destaque. Eles argumentam sobretudo <b style="">que o hooliganismo está estabelecido em uma “sub-cultura muito enraizada de uma masculinidade agressiva”</b> que é predominantemente, embora de forma alguma exclusivamente, associada a homens das camadas mais pobres da classe trabalhadora. É uma sub-cultura que celebra noções muito estreitas, rígidas e exclusivas de localidade, comunidade e nação, noções que envolvem uma mistura ambivalente de desprezo e medo diante de alguém ou de algo que seja “diferente”, “estrangeiro” ou “estranho”. Em um sentido, portanto, os hooligans são vistos como pessoas que levam a um extremo a mentalidade típica dos torcedores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(192) A “Leicester School”, cujo trabalho foi precariamente resumido aqui, tem sido extremamente influente nos últimos anos, embora <b style="">alguns críticos, especialmente aqueles trabalhando no interior da tradição antropológica, tenham reivindicado que seu trabalho exagera os níveis de violência real efetivamente presentes e localiza o hooliganismo em um estrato social muito restrito</b>. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(192) Existe, todavia, consenso entre estas escolas conflitantes em termos da questão da cobertura da imprensa. Embora seja tolo acusar a imprensa de criar o problema, <b style="">a cobertura sensacionalista e uma tendência a focalizar mais o público (e seu mau comportamento) do que o jogo resultaram numa profecia autocumprida e no exagero da extensão do problema</b>. A cobertura da imprensa britânica tem sido comparada desfavoravelmente com aquela existente em outros países. Em fins dos anos 60, por exemplo, setores da imprensa passaram rapidamente da celebração tradicional da amigável exuberância dos públicos ingleses à condenação histérica da cultura das arquibancadas. Isto deu ao jogo uma imagem negativa e despertou o interesse de pelo menos alguns outros jovens cuja propensão à violência poderia ter encontrado outros canais de expressão. A imprensa dinamarquesa, inversamente, escolheu celebrar a atmosfera carnavalesca e lamentar os incidentes de violência real. Eles cunharam o termo “roligan” para distinguir o barulhento mas pacífico torcedor do seu colega mais ameaçador. Isto teve a vantagem de inibir setores inteiros do público de serem classificados negativamente como hooligans e pode ter ajudado a limitar o problema da desordem. A imprensa britânica, em sua maioria sempre ansiosa por incorporar o hooligan no catálogo dos “demônios populares” jovens que pareciam refletir o declínio da fibra moral de uma nação pós-imperial, nunca davam uma chance a esta estratégia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(192-3) Da mesma forma que a mídia, o mundo do futebol, com algumas exceções, mostrou pouca disposição em considerar o fenômeno do hooliganismo de forma equilibrada e racional. O problema era sempre atribuído “à sociedade”, como se o futebol existisse em um casulo apartado de tudo. “Hooligans”, sempre mal definidos, eram invariavelmente etiquetados como “adolescentes problemáticos” ou similares e aqueles que buscavam explicar seu comportamento eram depreciados como “estudiosos de cabeça” ou, ainda pior, “especialistas”. Aqui existia uma poderosa expressão do isolamento e do anti-intelectualismo que predominava nos órgãos adminstrativos do futebol. Talvez isso fosse apenas um reflexo de uma tendência mais ampla da sociedade inglesa de então. O establishment esportivo, todavia, parece ter sentido sua masculinidade ameaçada pela necessidade de participar de todo e qualquer tipo de agenda liberal.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(193) <b style="">Lá pelo fim dos anos 80, o policiamento intensivo e altamente tecnológico, as políticas de segregação [separação] de torcedores e, acima de tudo, mudanças fundamentais na cultura dos terraces tornaram o problema bem menos frequente, ao menos <u>no interior</u> dos estádios ingleses</b>. Talvez isso tenha sido bom para os acadêmicos assim como para o futebol. O hooliganismo provavelmente tomou mais tempo daqueles interessados em estudar o futebol contemporâneo do que qualquer outro tema. Por um lado, isso é bastante apropriado. A sub-cultura hooligan é em si mesma um importante fenômeno social, enquanto o seu impacto tanto no futebol quanto naqueles próximos aos estádios foi traumático e danoso. Por outro lado, tentativas de controlá-lo levaram a consideráveis embora infuficientemente reconhecidas <b style="">questões relacionadas às liberdades civis individuais</b>. Um bom número de jovens torcedores sem folha criminal e nenhuma intenção de ter uma, viram-se tangidos feito gado em meio a grupos forçados a trotar longas distâncias da estação de trem até os estádios por que eles tinham decidido apoiar seu time fora de casa. Em algumas das maiores operações policiais, os torcedores da casa que nem mesmo desejavam ficar no setor de arquibancada que o elemento “hooligan” mais jovem, mesmo assim eram revistados em busca de armas antes de entrar no estádio. Um sistema de cartão de identificação quase foi implementado no final dos anos 80 e o justo, tanto quanto o pecador, passaram a estar sob a vigilância do circuito fechado de televisão (câmeras de vigilância). O futebol era, naquele momento, tanto um espaço de conflito entre o Estado e um setor da jovem classe trabalhadora quanto um laboratório forçado para estilos de vigilância e policiamento que recebiam forte apoio de setores da sociedade favoráveis à lei e à ordem. Em todos estes sentidos, o fenômeno do hooliganismo estava bem perto do centro da cultura social e política da Inglaterra nesse tempo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(193-4) Seja qual for a sua importância, o perigo é que nós percamos de vista o ponto fundamental de que os hooligans, mesmo frouxamente definidos, eram uma parte muito pequena do conjunto de várias centenas de milhares de pessoas que regularmente iam a jogos profissionais e de milhões de outros que acompanhavam o futebol. Por volta do início dos anos 80, o percentual de prisões efetuadas em jogos de futebol estava no nível muito baixo de pouco menos de 5 para cada 10.000 [ou seja, 10 pessoas para um público de 20 mil, por exemplo]. Obviamente, tais números não dão conta da atmosfera às vezes desagradável existente em algumas partidas ou os gestos, insultos e olhares desafiadores que eram produtos típicos da vida dos terraces desde o início dos anos 70. Da mesma forma, é preciso reconhecer que o problema dos hooligans no final do século XX era de dimensões mais significativas do que suas manifestações primeiras no final do século XIX e início do século XX. O enorme aumento do número dos que viajavam para jogos fora tornava isto quase inevitável. Não obstante, a maioria dos torcedores era totalmente inocente e não praticavam nenhum “crime” além de gritar e xingar, que sempre foram parte essencial da torcida ativa. Em muitos clubes, particularmente os das divisões inferiores, uma cultura hooligan era praticamente desconhecida, ou em uma escala que se tornava cômica, desde que suas erupções ocasionais pudessem ser evitadas. Mesmo nestes campos onde os “ends” [arquibancadas localizadas atrás do gol] eram mais lotados e mais voláteis, os jovens torcedores aumentavam o colorido e a atmosfera dentro da qual o jogo era praticado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(194) A excessiva concentração no hooliganismo também obscurece o fato de que os estilos mais antigos de torcer, embora modelados em padrões modernos de cultura popular, existiram durante todo este período e temperavam os elementos mais agressivos da cultura das arquibancadas. O mais famoso exemplo é fornecido pelo famoso Spion Kop de Liverpool [parte da arquibancada atrás de um dos gols do Liverpool, o terrace mais famoso da história do futebol inglês]. Abrigando quase 30 mil torcedores debaixo de um teto que amplificava os níveis de barulho a um ponto amedrontador, o Kop tornou-se provavelmente o mais celebrado “end” do futebol mundial. Foi durante a temporada 1961-2 quando o clube estava subindo da 2ª. divisão que os torcedores começaram a desenvolver uma coleção de cantos ritmados que logo iriam tornar-se comuns entre os públicos da Inglaterra e, na verdade, da Europa. Em 1963-4, os koppites passaram a cantar músicas e versões de músicas do Merseybeat que dominavam a música popular britânica e norte-americana desta época. Em particular “You’ll never walk alone”, originalmente do musical <i style="">Carousel</i>, mas que havia sido regravada pelo grupo local Gerry and the Pacemakers no outono de 1963, tornando-se o hino do Liverpool e a maior canção inglesa de futebol. O Kop foi mitificado por Liverpudlians [pessoas que nasceram em Liverpool] e por forasteiros em busca de “autênticos” valores de classe trabalhadora. Ambos os grupos ignoravam suas características menos saborosas. Garth Crooks é apenas um doos jogadores negros que se lembra de ter sido xingado por alguns dos kopites e o Liverpool, assim como a maioria dos outros clubes maiores, tinha um grupo de hooligans da pesada. Acima de tudo, entretanto, durante todo o período, o Kop genuinamente parece ter sido um espaço de sagacidade, cor e espírito esportivo. <span style=""> </span>É claro que não era o único lugar onde essas qualidades poderiam ser encontradas. O futebol só se recuperou da sua má reputação na imprensa nos anos 80 em boa parte graças a esta reserva de humor, paixão e comportamento apenas moderadamente rude.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iii] The media (195-200):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iv] Football as business (200-203):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[v] Football, politics and society (203-206):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[vi] 1985 – ‘Annus horribilis’ (206-208):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style=";font-family:";" ><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style=";font-family:";" ><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style=";font-family:";" ><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p> </o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-645341736550530062008-10-23T07:19:00.000-07:002008-10-23T13:34:14.414-07:00Capítulo 7 - Resumo-tradução (COMPLETO)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Preston: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Capítulo 7: The Glamour Game, 1961-1985. pp. 156-180. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[i] Prólogo (156):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Em termos sociais e econômicos, o período entre 1961-85 não forma um bloco coerente: ocorreram mudanças fundamentais em todos os aspectos da sociedade inglesa entre as épocas de Macmillan e Thatcher.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Em termos futebolísticos, também, podemos dizer que o final dos anos 70 e os anos 80 formam um período distinto e bastante problemático.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Há, todavia, uma certa característica deste quartel de século que o torna um foco útil. Uma nova era foi iniciada com a abolição do teto salarial e uma outra se apresentava como resultado da crise de meados dos anos 80.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Este capítulo trabalha essencialmente com os aspectos da história do futebol que se relacionam à organização, administração e do jogo propriamente dito neste período; o próximo capítulo irá concentrar-se na relação entre o jogo e a sociedade mais ampla.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] Running the game (156-159)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(156) Apesar de todos as mudanças e problemas envolvendo o futebol professional, a FL permaneceu bastante estática. Ela até chegou a sugerir uma reforma em 1961, que dentre outras coisas previa uma FL com 5 divisões de 20 clubes (sendo a 4ª. divisão dividida em norte e sul) com promoção e rebaixamento automáticos de 4 clubes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(156) Outra característica: clubes que pedissem reeleição para a FL duas vezes seguidas eram automaticamente rebaixados. [<b style="">vou explicar em sala</b>]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(156) O plano não foi aprovado: em 1963 ficou a 8 votos de alcançar a maioria de 3/4, o que é irônico porque uma das mudanças propostas era a diminuição do quorum para mudanças para 2/3. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(157) Em 1968 o governo apontou uma comissão para estudar o futebol e propor mudanças, rejeitadas pela direção da FL. Em 1983 a própria FL aponta outra comissão (chefiada pela mesma pessoa, Sir Norman Chester de Oxford), mas rejeita as sugestões novamente. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(157) As mudanças eram dificultadas pela mistura entre: oposição institucional às críticas externas, recusa em admitir problemas atuais e potenciais, respeito genuíno pelas estruturas e tradições existentes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(157) O fato é que quando a “reestruturação” tornou-se o tema central em 1985, os clubes que apoiavam uma “Super-Liga” dissidente podiam legitimar seu radicalismo (que na verdade escondia ambições) a partir de uma longa e profunda frustração com o conservadorismo da Football League.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(157-8) Ocorreram pequenas mudanças:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. Introdução da League Cup [Copa da Liga Inglesa] em 1960-1, de início sem prestígio junto aos grandes clubes mas que pouco a pouco se firma; [hoje é a chamada Carling Cup]; <b style="">FOI ESSA COPA QUE O GLORIOSO OXFORD UNITED GANHOU EM 1986, DERROTANTO O QUEENS PARK RANGERS EM WEMBLEY!!!<o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. Muitas outras competições foram criadas no período, mas a única que ficou foi a Associate Members Cup em 1983-4 que mudou de nome várias vezes de acordo com o patrocinador (era Auto Windscreens Shield na temporada 1995-6). Nela tomavam parte as equipes da 3a. e 4a. divisões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. A reforma dos procedimentos de reeleição para a FL [<b style="">explicarei em sala</b>] avançaram no período: a FL admitiu que até então havia prejudicado non-league clubs interessados em subir. Em 1979 formou-se a New Alliance Premier League, na verdade uma 5a. divisão [<b style="">onde provisoriamente se encontra o glorioso Oxford United</b>]; a promoção e o rebaixamento automáticos entre a FL e as divisões abaixo dela, todavia, só se tornaram automáticos em 1987, criando efetivamente a pirâmide do futebol inglês.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(158) Outras mudanças do período:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. Uma das mais populares foi a permissão para uma substituição (somente por contusão) em 1965;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. Uma das mais impopulares foi a permissão para que os clubes utilizassem gramados artificiais em 1981; somente 4 clubes utilizaram esse tipo de gramado e o último foi removido em 1993.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. Um sistema de 3 sobem, 3 descem, automaticamente, foi adotado em 1973;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iv. Adoção dos 3 pontos por vitória em 1981-2, supostamente para estimular o futebol ofensivo;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(158-9) Em termos da FA (Football Association):<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. Finalmente o futebol dominical foi abençoado em 1960 e criou-se uma Copa para times amadores dominicais em 1964-5.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. Em 1974 a FA permitiu que jogos da FA Cup e da FL fossem realizados aos domingos para compensá-los pela disrupção causada pela semana de 3 dias que resultara do conflito entre o governo e os eletricitários e mineiros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. Somente em 1981 a FA sancionou os jogos da FL aos domingos e somente em 1983 permitiu que os jogos da FA Cup fossem jogados no dia reservado ao Senhor.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iv. A FA estava crescentemente disposta a aceitar o futebol feminino. Atendendo a pressões vindas da UEFA, formou-se um comitê conjunto entre a FA e a recentemente formada Women’s FA [entidade independente em relação à FA] para estudar e regular alguns aspectos relativos ao futebol feminino.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">v. <b style="">Uma mudança notável foi o fim da distinção entre amadores e profissionais em 1974</b>, finalmente abandonando a tarefa de tentar policiar os pagamentos feitos a times nominalmente amadores;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(159) As relações entre FA e FL continuaram tensas. Um ponto de discórdia era a falta de interesse dos clubes em liberarem jogadores para a seleção da Inglaterra; as instruções da FA normalmente irritavam os dirigentes da FL.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(159) Em 1964-5, 87 clubes da FL [quase todos os 92, portanto] ameaçaram abandonar a FA após serem solicitados a assegurar que seus jogadores amadores (quando os havia) não recebessem nada além do reembolso de despesas de viagem. Que uma questão tão irrisória tenha despertado uma resposta tão dramática indica uma relação bem conflituosa. A FA recuou na exigência, mas aos poucos ia-se abrindo um abismo que iria redundar na ruptura de 1991 [criação da Premier League]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iii] The game (159 - 163)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(159) A partir da metade dos anos 6o, a primeira geração de managers modernos e seus coaches estava firmemente no controle do que acontecia no campo, o que levou a mudanças significativas na forma em que o futebol passou a ser jogado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(159) O sucesso da Inglaterra na Copa de 66 usando o 4-3-3 levou à adoção deste modelo durante alguns anos. Nos anos oitenta os estilos variavam bastante, desde o jogo de posse de bola e passes do Liverpool até as modalidades de lançamentos longos [chutões para frente diríamos nós, brasileiros] em que a bola era posta na área do adversário o mais rapidamente possível.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(159-160) A partir do início dos anos 60 o futebol se tornou mais defensivo. Entre 1955 e 62 as médias de gols eram altíssimas, com várias equipes conseguindo marcar mais de 100 gols em uma temporada. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(160) A partir de 1961-2 o declínio no número de gols marcados foi constante (ver quadro 3 – Gols marcados na Primeira Divisão – 1960-1976), tanto na Primeira Divisão quanto nas outras divisões da FL.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(160-1) Não surpreende que a nova geração de managers tenha enfatizado as táticas defensivas, predominante sobretudo a partir de 1965-6, pois suas análises quantitativas demonstravam que a posição na tabela dependia mais das qualidades defensivas do que ofensivas: em 1961 o Newcastle foi rebaixado marcando 86 gols.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(161) No “futebol moderno” não valia mais a pena ganhar em casa por 10x4 para em seguida perder for a por 2x5 ou 0x4, o que aconteceu com o Spurs no outono de 1958.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(161) Uma série de mudanças táticas ocorreram, levando praticamente todos os jogadores a defenderem e a negarem espaços no meio de campo aos adversários.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(161) Apareceram as táticas basicamente defensivas: 4-3-3, 4-4-2, 4-5-1.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(161) Os métodos ultra-defensivos eram utilizados sobretudo nos jogos fora de casa: em casa os managers adotavam táticas mais ofensivas para contar com o apoio da torcida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(161) Isso não significa que o futebol tenha piorado, embora às vezes algumas exibições defensivas fossem dolorosas de assistir. De qualquer maneira agora o futebol era um jogo diferente, altamente profissional em termos de planejamento, treinamento e disciplina.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162) A partir de fins dos anos 50 houve muito debate acerca do espírito com que o futebol era jogado. Muitos afirmavam que com as crescentes recompensas financeiras, os jogadores haviam se tornado mais “cínicos”, mais dispostos a questionar os juízes, fazer cera, desrespeitar as distâncias da barreira e fazer faltinhas deliberadamente. O declínio do número de gols marcados também foi usado como argumento por aqueles que afirmavam um declínio do futebol. Lamentava-se o uso sistemático das malandragens de diversos tipos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162) Analisando bem, estas malandragens, em primeiro lugar, são difíceis de medir, o que torna a comparação entre as épocas impossível. Ademais, elas sempre estiveram presentes no jogo: em 1928 um jornalista presente à final da FA Cup elogia um zagueiro do Blacburn Rovers por seus lançamentos longos, defesa segura e cera para dificultar o empate do Huddersfield. E ele estava realmente elogiando a cera como um artifício útil (e aceito) em um momento de sufoco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162) Muitos que trabalharam no futebol entre 1920-60, todavia, acreditavam que estas táticas sujas eram coisa da “nova geração”. Se esse for o caso, isso sugere que tinham havido interessantes mudanças tanto no jogo quanto na sociedade inglesa. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162) Stephen Wagg, por exemplo, sugere que a partir dos anos 50 a vida na Inglaterra tornou-se mais competitiva e que à medida que o mundo de negócios britânico aboliu o cavalheirismo o mesmo teria ocorrido no futebol. Ele ainda acrescenta que o novo vocabulário tecnocrático do “profissional” fazendo seu “trabalho” justificava esse rompimento com o espírito e às vezes com a letra da lei [i.e. das regras].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162) Seja ou não válida esta interpretação, pode-se oferecer uma interpretação mais positiva. É possível que a nova ética profissional tenha levado a uma atitude diferente perante as jogadas violentas. Aqui estamos em terreno extremamente subjetivo, dependendo dos testemunhos de ex-jogadores do período pré-guerra, que podem ser exagerados. Mas um jogador considerado “duro” nos anos 30 achava que os jogadores da década de 60 eram frouxos. Na verdade, dizia-se com frequência nas décadas de 1950 e 60 que o jogo realmente violento e perigoso havia declinado. <b style="">A hipótese de Russell: a emergência da “malandragem” era uma resposta da nova geração de profissionais que respeitavam demasiadamente seus colegas para se permitirem o uso excessivo de jogadas perigosas, buscando compensação em outros métodos</b>. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(162-3) Há pouca dúvida de que o jogo se tornou menos abertamente físico. A evidência estatística, à primeira vista, poderia sugerir o contrário, com o aumento do número de expulsões e advertências em jogos profissionais: de 942 em 1970-1 para 3.968 em 1981-2. Todavia, estes números são um indicador ao mesmo tempo das mudanças de mentalidade dos administradores do jogo [i.e. tornando-se mais rígidos diante da violência] da mesma forma que são uma medida objetiva das faltas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(163) Esta hipótese é demonstrada pelo seguinte: em temporadas quando a FL e a FA procuraram responder a determinados incidentes, o número de advertências e expulsões aumentou (e.g. campanha contra a “falta profissional” em 1982-3).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(163) Ou seja, nesse caso não se tratava dos jogadores terem se tornado mais violentos e sim da alteração dos parâmetros do que constituía um comportamento aceitável. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(163) É também possível que os estilos de arbitragem tenham se modificado. Em uma época em que os comentaristas estavam clamando por claras demonstrações de disciplina em todas as áreas públicas e quando, no mundo do futebol, as relações entre a violência dentro e fora do campo eram estabelecidas com frequência, os árbitros foram forçados a adotar um procedimento mais “formal” (i.e. marcando “tudo”). Neste sentido, as forças sociais bem como as forças esportivas ditavam o estilo do futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iv] Football’s geography (163-171)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(163) A FL praticamente completou sua colonização da Inglaterra nos anos 60 e 70. Três condados pela primeira vez ganhavam representantes na FL com as entradas do </span><span style="font-size: 24pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Oxford United</span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> (1962), Cambridge United (1970) e Hereford United (1972).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(163) A questão principal a ser debatida aqui refere-se aos padrões de sucesso e fracasso. Há duas características centrais do período a serem examinadas: a força crescente dos clubes do sul e a dominação por parte dos clubes de grandes cidades, tendências que alcançaram seu zênite em 1987-8 (ver tabela 4 à página 164).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) Desde a II GM que os clubes do sul representavam cerca de 30% da Primeira Divisão. A partir dos anos 80 passam a representar 50-60%. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) À primeira vista, esta importante mudança pode ser atribuída às mudanças econômicas do período, quando há o fortalecimento econômico do sul em comparação com o resto do país.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) Russell acha que esta relação não é tão indiscutível assim. Afinal, alguns clubes que subiram para a Primeira Divisão nos anos 70 e 80 o fizeram graças a diretores ou presidentes vindos de fora ou mesmo figuras locais proeminentes, ou seja, graças a um <u>patrono</u> e não devido à geração de capital por parte da comunidade de negócios local. Exemplos: Elton John financiando a ascensão do Watford da 4ª. divisão em 1977-8 para o 2º. Lugar na 1ª. divisão em 1982-3 e Robert Maxwell salvando o [glorioso] </span><span style="font-size: 24pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Oxford United</span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> da falência [calúnia!!!] em 1982 e utilizando seus recursos para fazer o clube subir da 3ª. para a 1ª. divisão em temporadas consecutivas a partir de 1983-4.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) Ao mesmo tempo, poucos dos clubes sulistas recém-chegados à 1ª. divisão atraíram grandes públicos, portanto não é possível falar de clubes fazendo progresso rápido devido à riqueza gerada nas bilheterias por uma população bem de vida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) Pode ser o caso que os clubes sulistas, localizados muito perto de convenientes fontes de capital, tendessem a levantar dinheiro mais facilmente que seus colegas do norte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(164) As vantagens econômicas também podiam ser traduzidas em vantagens culturais: talvez Londres e o sul fossem uma localização mais atrativa para jogadores do que alguns destinos no norte. Todavia, relações claras entre uma prosperidade sulista e a ascensão dos clubes sulistas são difíceis de estabelecer. Isto só poderia ser comprovado com uma análise detalhada clube a clube, focalizando não somente elementos sociais e econômicos, mas também coisas como a qualidade da rede de olheiros e, em particular, examinando se os clubes do sul tinham uma habilidade especial em atrair o número emergente de jogadores negros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(165) Em termos de sucesso no nível mais alto, os clubes do norte e das Midlands (centro da Inglaterra) continuavam a ser dominantes, apesar de um significativo sucesso dos clubes do sul na FA Cup (17 vezes entre 1960-95 contra apenas 9 campeonatos da FL no mesmo período).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(165-6) Muitos dos clubes sulistas que conseguiram chegar à 1ª. divisão tiveram pouco sucesso e/ou ficaram lá por pouco tempo logo caindo para as divisões inferiores (Millwall, Portsmouth, Watford e </span><span style="font-size: 24pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Oxford United</span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(166) O segundo traço marcante do período pós-61 é a dominação dos clubes de grandes cidades em detrimento dos clubes de cidades menores. Entre 1962 (Ipswich) e 1995 (Blackburn), nenhum clube representando uma cidade com menos de 200.000 habitantes venceu o campeonato da 1ª. divisão. E em 1995 o Blackburn era uma exceção que confirmava a regra, pois foi ajudado pela enorme injeção de capital feita pelo milionário Jack Walker. Na verdade, apenas duas cidades com menos de 300 mil habitantes, Derby e Nottingham, conseguiram sucesso nesse período. Os clubes de cidades menores não somente não alcançaram um sucesso maior mas nem mesmo conseguiram se manter no nível mais alto, caindo para divisões inferiores (ver tabela 5 nesta página).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(166-7) No caso do declínio dos clubes do Lancashire (antiga região têxtil), houve variações e Russell não aceita estabelecer relações diretas entre o declínio econômico da região e o mau desempenho dos clubes ali localizados. Ele acha que esse foi um fator, mas que deve ser associado também a fatores mais especificamente futebolísticos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(167-8) Como foi demonstrado no capítulo 2, os diferenciais de população sempre influenciaram no sucesso futebolístico. Todavia, uma vez que a estrutura econômica do futebol foi alterada com a abolição do teto salarial e a reforma do sistema de retenção e transferências, o tamanho da população base necessária à obtenção de sucesso cresceu enormemente. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) Os clubes de cidades grandes sempre levaram vantagem nessa área, mas não tanto quando havia teto salarial e um sistema de retenção e transferências muito rígido. Em um mercado livre os clubes de cidades grandes passaram a reinar supremos. Sua torcida mais numerosa passou a ser a base de finanças seguras e do sucesso dentro de campo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) Os clubes de cidades-médias do Lancashire e de outras regiões conseguiram sobreviver em boa parte dos anos 60 graças ao seu capital acumulado de feitos históricos, que mantinha um público razoável e os tornava atrativos para vários jogadores. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) A partir de meados da década de 60 e nos anos 70, todavia, a facilidade de transporte para Liverpool e Manchester, combinada ao abismo crescente entre as performances de clubes de cidades grandes e os restantes, aceleraram a diminuição do apoio dos torcedores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) Os clubes menores foram capturados em uma espiral de declínio. Uma vez tendo escorregado ladeira abaixo para a 3ª. e a 4ª. divisões, o consequente colapso de público tornava o abismo entre eles e os clubes de cidades maiores impossível de transpor. Agora clubes que já haviam sido os grandes nomes do futebol inglês tornavam-se simplesmente fornecedores de jogadores para os clubes mais ricos. Só a chegada de patronos extremamente ricos poderia alterar esta situação.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) Definindo <b style="">clube de grande cidade</b>: locais com população maior do que 400.000, ou seja, além de Londres, Birmingham, Liverpool, Sheffield, Manchester, Leeds e Bristol. Ora, é claro que nem todos os clubes de cidades grandes tem sido clubes grandes nas últimas décadas. Bristol, por uma série de fatores (força local do rugby, divisão dos torcedores entre dois clubes, posição de relativo isolamento geográfico dificultando a atração de jogadores), é o exemplo clássico.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168) Da mesma forma, um certo número de clubes londrinos baseados em subúrbios ou no que antes haviam sido distritos algo isolados de classe operária jamais se estabeleceram como clubes vencedores: Crystal Palace, Fulham, Brentford e Millwall.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(168-9) O que é mais interessante é que até mesmo um certo número de clubes de cidades grandes que passaram um bom período na 1ª. divisão e que são vistos como “clubes grandes” têm retrospectos bastante limitados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(169) A verdade é que apenas um pequeno número de clubes de cidades grandes têm sido bem sucedido na era pós-teto salarial (ver tabela 6, nesta página)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(169) Alguns clubes com enorme potencial derivado da sua torcida atual e em potencial não desenvolveram todo o seu potencial. Chelsea [o autor escreve em 1995, antes da chegada de Abramovich e de José Mourinho], Sheffield Wednesday e talvez o Aston Villa (mesmo que tenha alcançado sucesso em 1980-1 – 1ª. divisão e em 1981-2 – copa européia) sejam os melhores exemplos. Sem falar no Birmingham City que só ganhou uma Copa da Liga em 1963 e do Sheffield United cuja maior honraria foi vencer a FA Cup em 1925.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(169) Tudo isso levanta a questão da verdadeira fórmula para o sucesso futebolístico. Por que o Liverpool, o Manchester United e o Arsenal foram tão bem mais sucedidos do que o Chelsea, o Sheffield Wednesday e o Manchester City, clubes que compartilham com eles das mesmas vantagens sociais, demográficas e econômicas ?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(169-171) <u>Resposta</u>:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. O simples peso da tradição histórica parece ter desempenhado um papel central. Com a exceção do Leeds United e em menor escala do Tottenham, os clubes mais bem-sucedidos no pós-61 têm um histórico de sucessos bastante longo, datando do período pré-1914 no caso de Liverpool, Everton e Manchester United e dos anos 30 no caso do Arsenal.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. A sensação resultante da “grandeza” do clube, que combina uma aura quase mística com a expectativa realista de que estes clubes irão continuar a experimentar sucesso, provou ser um poderoso incentivo para atrair torcedores e recrutar jogadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. Por outro lado, clubes outrora poderosos ou clubes de grandes cidades potencialmente poderosos que passaram por longos períodos sem sucesso consistente (Aston Villa, Chelsea, Sheffield United, Sheffield Wednesday, Manchester City) têm geralmente conseguido manter a lealdade dos torcedores, mas não têm sido capazes de segurar managers e jogadores chave. Seu sucesso após 1961 têm sido ou muito limitado ou, no caso do Manchester City entre 1967-71 e do Chelsea entre 1965-72, confinado a um breve período.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. O <b style="">ingrediente crucial</b>, todavia, permanece sendo a habilidade de certos managers e comissões técnicas de conseguir os melhores resultados dos seus jogadores. A base populacional, o dinheiro e a tradição são fatores importantes, mas em si não são uma garantia de sucesso. Como qualquer torcedor sabe, os managers podem literalmente refazer ou quebrar um clube.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(171) Neste período, quatro retrospectos destacam-se em termos de managers:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. O reinado de Matt Busby no Manchester United entre 1945-69 que levou à montagem de 3 equipes campeãs distintas;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. A famosa dinastia do Liverpool: Bill Shankly, Bob Paisley, Joe Fagan e Kenny Dalglish entre 1959-1991, trazendo sucesso contínuo e sem igual;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. Don Revie sendo bem sucedido em fazer do Leeds um clube de elite (i.e. de 1ª. divisão);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iv. Talvez o mais impressionante de todos: Brian Clough, que conseguiu o campeonato da 1ª. divisão com dois clubes diferentes (Derby em 1972 e Nottingham em 1978), ambos clubes pouco importantes e não-provenientes de cidades grandes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(171) A grande importância dos managers é ilustrada pelo fato de que os clubes menos bem sucedidos trocaram de manager muito mais vezes do que os bem sucedidos: o Liverpool teve apenas 6 managers entre 1959-1995, o Manchester United e o Arsenal tiveram 7, contra 13 do Aston Villa, 14 do Chelsea e do Sheffield Wednesday e 16 do Manchester City.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[v] Players (171-180)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(171) Nos anos 70 1,5 milhão de rapazes e homens jogavam futebol em um nível ou outro. Como sempre, apenas a parcela mais ínfima tinha habilidade, dedicação e sorte de se tornar profissional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(171) À medida em que a recessão se abateu sobre a Grã-Bretanha no início da década de 1980 e os clubes começaram a dispensar para diminuir despesas, esta fração tornou-se menor do que nunca, com um recorde negativo de apenas 1.575 profissionais registrados em clubes da FL em 1983 contra 4.000 no boom do final dos anos 40.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(171-2) O governo conservador foi muito criticado pela criação do Youth Training Scheme (YTS) em 1983, visto por muitos como um mecanismo de fornecimento de mão de obra barata e de controle social, mas o YTS foi muito importante nesta conjuntura, diminuindo os custos para os clubes e permitindo revelar novos talentos como Paul Gascoigne, David Platt e Matthew Le Tissier.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172) A maioria dos jogadores continuava a vir da classe operária com as áreas “tradicionais” de recrutamento [norte da Inglaterra, sobretudo áreas industriais e mineiras] continuando a serem fornecedoras importantes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172) Embora as restrições trabalhistas tenham mantido sob controle o número de jogadores estrangeiros no futebol inglês, um número pequeno porém influente de estrangeiros chegou no final dos anos 70, destacando-se os argentinos Osvaldo Ardiles e Ricardo Villa que foram contratados pelo Tottenham em julho de 1978.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172) Em outubro de 1978 a pressão do sindicato dos jogadores convenceu o governo a só dar visto de trabalho aos jogadores que fossem considerados “’established’ performers” [de qualidade reconhecidamente alta]. Esta regra mais o fracasso de alguns dos jogadores importados em se estabelecer atrasou a vinda massiva de jogadores estrangeiros por mais 20 anos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172) Um dos traços mais impressionantes do período foi a gradual emergência dos jogadores negros no futebol inglês. Tinha havido uma presença marginal mas constante desses jogadores nos primórdios: o africano ocidental Arthur Wharton que jogou como goleiro pelo Preston em 1886-7 e depois pelo Rotherham Town; Walter Tull do Tottenham e Northampton que morreu em ação na I GM; Jack Leslie do Plymouth Argile, um jogador importante nos anos 20 e 30; e nos anos 50 Roy Brown, Lindy Delapenha e Charlie Williams. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172) Sua cor era uma fonte de interesse para os jornalistas que invariavelmente revelavam por lapsos de linguagem um reflexo e um reforço dos estereótipos acerca dos hábitos, da cultura e do físico dos Afro-caribenhos. Em 1953, por exemplo, o Soccer Star chamou Delapenha, então jogando pelo Middlesbrough, de “insinuante (lithe) feito uma cobra... o rei da ponta da cor do café”, cujo jogo era abençoado com “o espírito do Calypso”. É interessante contrastar essa visão com um recente historiador do clube que se lembrava deste jogador mais prosaicamente como “forte e bastante trombador”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(172-3) Neste contexto, o grupo de jogadores negros que ingressou no jogo nos anos 60 carregava uma pesada herança, pois qualquer falha percebida no seu jogo tendia a ser traduzida como uma critica dos jogadores negros em particula e do “temperamento negro” [as aspas são minhas, não do autor] em geral. A suposta inconsistência de Clyde Best, atacante do West Ham, originário das Bermudas e a crença de que Albert Johanneson, o ponta sul-africano do Leeds, não tinha espírito de luta são casos bastante ilustrativos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(173) Por volta do início dos anos 70, começou a existir um bom número de jogadores negros profissionais nascidos na Inglaterra no pós-45, filhos de imigrantes. Sua emergência foi sublinhada pela convocação de Viv Anderson em 1978, o primeiro jogador negro a receber esta honra. Estes jogadores negros profissionais vinham quase que exclusivamente do Caribe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(173-4) No caso dos asiáticos, praticamente só há o caso do anglo-asiático Ricky Heppolette, que jogou pelo Preston, Leyton Orient e Peterborough nas décadas de 1960 e 70.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Uma complexa rede de fatores envolvendo tanto os valores das várias comunidades sul asiáticas quanto as percepções brancas destas comunidades travou o desenvolvimento de uma tradição asiática no futebol profissional inglês.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) A comunidade afro-caribenha, todavia, provou ser uma fonte fértil de jogadores a partir da década de 1970 e fornecia aproximadamente 15% dos jogadores profissionais da FL em 1995. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Embora a comunidade afro-caribenha estivesse crescentemente bem representada no futebol inglês desde o final da década de 1970, é ainda possível perceber provas de atitudes estereotipadas acerca das suas habilidades e do seu engajamento [“raça” na terminologia dos jogadores brasileiros] retardando o seu progresso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Um estudo importante sobre os jogadores negros nos anos 90 mostrou que era bem mais provável encontrar jogadores negros na 1ª. do que nas divisões inferiores, sugerindo que os jogadores negros têm que ser bem melhores do que os restantes para serem aceitos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Ademais, o mesmo estudo mostrou que eles são mais frequentemente encontrados em posições associadas com a rapidez e a mobilidade [laterais, pontas, centroavantes, mas não meio-campistas, por exemplo] do que em posições associadas com o pensamento e a concentração.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) As tensões raciais na sociedade britânica apareciam de forma bem menos sutil nos terraces dos anos 70. Em uma conjuntura de ascensão da extrema-direita e de um clima econômico instável, os jogadores negros apareceram em número suficiente para serem percebidos por alguns torcedores mais como ameaça do que como uma novidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) O padrão clássico era o seguinte: os jogadores negros tornavam-se populares junto à torcida do seu clube, que convenientemente tornavam-se “cegos para a cor” (color blind), mas ficavam sujeitos a uma série de ofensas e abusos por parte dos torcedores adversários, tanto em casa como fora. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Os jogadores davam um jeito de aguentar, com alguns da geração dos anos 70 afastando a tensão, embora relutantemente, ao aceitar alguma forma de “gozação” diante da sua presença. Três jogadores do West Bromwich Albion, por exemplo, bateram de frente com o manager que havia lhes chamado de “os três níveis (de cor)”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174) Embora a maioria dos managers escolhesse os jogadores de acordo com o mérito e o sindicato dos jogadores juntamente com um certo número de clubes e de clubes de torcedores tenham trabalhado para combater o problema, a existência de sérias ofensas raciais raramente era reconhecida pelas autoridades do jogo ou pela maior parte da imprensa. Brendon Batson, um dirigente do sindicato dos jogadores em 1984, sublinhou que os comentaristas da televisão geralmente ignoravam propositalmente as ofensas que eram bastante audíveis para os telespectadores sentados em casa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(174-5) Uma campanha nacional anti-racismo foi lançada somente em 1993, quando os jogadores negros juntamente com um número crescente de estrangeiros europeus e sul-americanos já haviam se tornado uma parte substancial do conjunto de jogadores profissionais, e o futebol estava fazendo um sobre-esforço para construir uma imagem respeitável.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175) Significativamente, mesmo então o principal financiador foi a Campanha pela Igualdade Racial e o Sindicato dos Jogadores [e não as autoridades do futebol].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175) É claro que há comentários positivos a fazer. Afora seus geralmente consideráveis feitos futebolísticos, os jogadores negros serviram como modelos de vida para gerações mais jovens de negros e a sua presença em diversas seleções inglesas provavelmente contribuíu para o processo pouco mencionado pelo qual os brancos vieram a calmamente aceitar as realidades de uma sociedade multi-cultural.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175) Independentemente de raça, cor ou credo, os jogadores profissionais experimentaram uma considerável melhora financeira neste período. Além dos benefícios provenientes da abolição do teto salarial em 1961, a posição de barganha dos jogadores e seus ganhos em potencial aumentaram quando algo muito próximo da liberdade contratual foi estabelecido em abril de 1978.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175) Muito da informação disponível diz respeito somente aos salários básicos, sem atentar para jogos de despedida, bônus, taxas de transferência ou contratos publicitários de diversos tipos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175) Dentro destas limitações, podemos dizer o seguinte: os jogadores beneficiaram-se significativamente das mudanças no sistema contratual, mas as diferenças já existentes entre os principais jogadores e os restantes aumentaram muito. Este processo ocorreu imediatamente após a abolição do teto salarial como é demonstrado na tabela 7 (nesta página); entre 1960 e 64, 59% de aumento para os jogadores da 1ª. divisão contra somente 28% para os jogadores da 4ª. divisão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(175-6) Estes diferenciais se mantiveram ao longo do período. Em termos da relação entre os salários dos jogadores e dos da comunidade em geral, os diferenciais aumentaram muito em favor dos jogadores, pelo menos para aqueles nas duas primeiras divisões. O nível médio de remuneração, todavia, não era tão espetacular quanto às vezes se pensa. Em 1985, 70% dos jogadores ganhavam abaixo de 15.000 libras por ano, um salário pago à época aos diretores de escolas, acadêmicos senior e médicos bem estabelecidos; 90% dos jogadores ganhavam abaixo de 20.000 libras por ano. Somente alguns dos mais bem pagos jogadores da 1ª. divisão estavam ascendendo para um estilo de vida bastante confortável de classe média e não de super-ricos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(176) As recompensas para os jogadores principais podiam ser tremendas. De qualquer forma, ainda em 1965-6, a maioria das estrelas do Manchester United ganhava apenas 50 libras por semana. Os maiores aumentos de salário vieram nos anos 70 e 80. E isto era apenas parte do quadro, com muito mais oportunidades para trabalhar em comerciais e na imprensa, com os altos salários permitindo aos jogadores abrindo negócios. No final dos anos 60 alguns jogadores ganhavam mais em dois ou três anos do que um profissional ganhava em toda a sua carreira antes de 1961. Uns abriam negócios, uns eram bem sucedidos, outros fracassavam e houve até quem necessitasse de jogos de caridade ou que morresse na miséria como o sul-africano Albert Johanneson em 1995 em um apartamento em Leeds com problemas de alcoolismo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(176) A melhora nas condições materiais foi acompanhada pela melhora do status em termos públicos. Stanley Matthews foi sagrado cavaleiro em 1965, Alf Ramsay em 1966 e Matt Busby em 1969, os três primeiros cavaleiros fora das instâncias administrativas do futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(176-7) Houve um reconhecimento cada vez maior nas revistas, televisão e rádio que suplementavam as já tradicionais reportagens e entrevistas após o jogo. Os jogadores frequentemente eram filmados ou fotografados na companhia de estrelas do show business, tornando os jogadores “personalidades” enquanto a linha que separava o esporte e o show business era cada vez menos nítida, a partir de shows na TV e de gravações de músicas populares por parte de times e da seleção.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(178) Um pequeno mas significativo exemplo do status crescente dos jogadores é proporcionado pela forma com que eram mencionados nos programas dos jogos. Até os anos 60 os programas tratavam os jogadores como espécimens atléticos na linguagem de uma feira de gado: origem geográfica, altura, peso, posição e uma ou outra informação sobre habilidades especiais. A partir do fim dos 60 e nos anos 70 os jogadores são entrevistados acerca do seu gosto musical, gastronômico, filmes e por aí vai. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(178) É claro que houve momentos em que a melhora da imagem dos jogadores foi prejudicada. Foi o que aconteceu em 1965 quando se descobriu uma rede de corrupção (combinando resultado de jogos) que envolvia 10 jogadores, incluindo 3 da seleção, que foram banidos do jogo para sempre. O pior é que o esquema parece ter estado a funcionar há vários anos e provavelmente envolvia muito mais pessoas que não foram levadas ao tribunal. Mas o escândalo era algo que já fazia parte da história do futebol e da vida pública em geral e o dano não foi maior.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(178) Todas essas mudanças reestruturaram as relações entre os jogadores e o seu público de alguma maneira. Houve um afastamento crescente entre jogadores e torcedores à medida em que os jogadores mudavam-se para áreas “nobres” e boa parte dos seus encontros passou a ser mediada pela imprensa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(178) Stephen Wagg, um pioneiro no estudo sociológico do jogador moderno, vê as mudanças de relacionamento como profundas, argumentando que através das suas aparições e declarações públicas e das sua autobiografias, os jogadores principais tornaram-se “guardiões exemplares do novo capitalismo consumista, catapultados, muitos deles, das suas origens de classe operária para as maravilhas amplas, azuis e novo-burguesas e mandando de volta pequenos fragmentos de dogma simples e comercial para alimentar o seu público.” Certamente, muitos jogadores foram projetados como poderosos modeleos de um estilo de vida aquisitivo e consumista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(179) Essa tem sido a função chave do <i style="">entertainer</i> (artista do entretenimento) desde o século XIX pelo menos. Wagg certamente está correto em ver o jogador de futebol como alguém que, tirando notáveis e poucas exceções, raramente questiona publicamente o status quo social, econômico ou político. A verdadeira influência desempenhada pelos jogadores nesta área é difícil de medir. Afinal os torcedores ficavam sabendo não somente dos jogadores que enriqueciam mas também do jogador que gastava tudo e terminava sua carreira em um quarto-e-sala, ou tinha sua carreira abreviada por uma contusão ou por uma transferência equivocada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(179) As grandes mudanças do período trouxeram tanto problemas quanto recompensas. As pressões tradicionais agora eram frequentemente aumentadas pela atenção da mídia e por questões financeiras, levando os jogadores principais a terem altos níveis de stress. E.g. o fenômeno George Best, um prodígio aos 17 anos e cuja carreira de alto nível terminou efetivamente aos 28 anos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(179-180) O papel do sindicato dos jogadores inevitavelmente mudou à medida em que melhoraram os salários e as condições graças em boa parte à luta do sindicato. Em 1973 os tempos de militância já haviam passado. Mas o sindicato desempenhou um papel importante ajudando clubes endividados, pagando os salários dos jogadores em pelo menos 15 ocasiões e emprestando dinheiro aos clubes para auxiliá-los em meio a desastres financeiros. Houve também o envolvimento em um trabalho menos espetacular mas também vital, incluindo tentativas de aumentar as oportunidades educacionais dos jogadores e desempenhando um papel importante na administração do esquema do YTS (Youth Training System). Em suma: o sindicato dos jogadores conseguiu adaptar-se a um período com necessidades e características muito diferentes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(180) No que diz respeito ao futebol feminino, ele estava mais firmemente estabelecido com a criação da Women’s Football Association em 1969; em 1979 já havia 278 clubes afiliados. Mas ainda faltava muito para o futebol feminino granjear alguma credibilidade junto aos homens e popularidade junto às mulheres. Até o fim dos anos 80 era ainda utilizado para fazer piada. Exemplo: o <i style="">Football Digest</i> de 1973 que satirizava os problemas criados pelas especificidades (altamente caricaturadas) da biologia feminina. O futebol, dentro e fora de campo, continuava a ser uma república masculina por excelência.<o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-56329081980467762462008-10-07T10:28:00.001-07:002008-10-07T10:30:23.701-07:00Resumo-tradução do capítulo 6 não será colocadoCar@s, devido a um motivo de força maior (doença do "tradutor"), excepcionalmente não iremos colocar aqui o resumo do capítulo 6.<br /><br />um abraço a tod@s,<br /><br />Marcos AlvitoMarcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-42114826435898269702008-10-02T17:25:00.000-07:002008-10-02T17:27:49.126-07:00Jogadores do Nottingham Forest são recebidos triunfalmente na cidade após vencerem FA Cup em maio de 1959<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsWUFTaLrbGZzrUegDyCI7ihiy1silEA45VihKLLMYKZ72Qky48_U1jK6XXghB24vsYXINBB7J_vIxDuxig8aKi5OJhMwoT0a6ldHUBNTzsL1jYorh79VcbZYVXYGt5SQZLPA-Qhv5dwI/s1600-h/1959+-+Jogadores+do+Nottingham+Forest+s%C3%A3o+recebidos+na+cidade+ap%C3%B3s+ganharem+FA+Cup.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsWUFTaLrbGZzrUegDyCI7ihiy1silEA45VihKLLMYKZ72Qky48_U1jK6XXghB24vsYXINBB7J_vIxDuxig8aKi5OJhMwoT0a6ldHUBNTzsL1jYorh79VcbZYVXYGt5SQZLPA-Qhv5dwI/s320/1959+-+Jogadores+do+Nottingham+Forest+s%C3%A3o+recebidos+na+cidade+ap%C3%B3s+ganharem+FA+Cup.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252717732993385586" border="0" /></a>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-50295110187118562052008-10-01T08:30:00.000-07:002008-10-02T06:14:12.463-07:00Esquema do texto 9: Russell, capítulo 5 (completo)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Capítulo 5: Football and English Culture, 1919-1939. pp. 103-123. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[i] Prólogo (103):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (103) Este capítulo explora três aspectos interligados da ligação do futebol com as correntes culturais, sociais e políticas mais amplas do período entre-guerras. Ele começa com uma avaliação da interação entre o futebol profissional e os vários elementos da mídia e da cultura popular, que busca ao mesmo tempo demonstrar o papel central que a mídia desempenhou no crescimento do esporte nesse período e considerar algo do potencial impacto que esta cobertura teve sobre o jogo e sobre atitudes sociais mais amplas. A isto segue-se um exame do papel do futebol na construção e realização de várias identidades políticas e sociais e, finalmente, uma avaliação da transformação do status do futebol na sociedade inglesa entre 1915 e 1939.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] Football and the media (103-113)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (103) O papel cada vez mais proeminente ocupado pelo futebol na sociedade britânica foi ao mesmo tempo refletido e reforçado, principalmente na década de 1930, pela maior atenção que ele recebeu de muitos elementos da mídia nacional. N. Fishwick tem razão em ver o interesse da mídia como crucial em deslanchar “a transformação do futebol no jogo nacional importante para mais pessoas de classes diferentes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">A Imprensa (103-5)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (103-4) A imprensa já havia desempenhado um papel importante neste processo antes de 1914, mas o enorme crescimento da chamada imprensa popular neste período, e seu uso aberto da cobertura esportiva como uma arma nas guerras de circulação [i.e. de vendas], tornou o seu papel ainda mais significativo. Em 1920 o <i>Daily Mail</i> era o único diário com uma circulação de mais de um milhão: em 1940, enquanto suas vendas haviam subido para 1,45 milhões, ele tinha sido ultrapassado pelo <i>Express</i> (2.6 milhões), <i>Herald</i> (1.75 milhões) e o <i>Mirror</i> (1,65 milhões). A ascensão do jornal dominical foi igualmente dramática, a circulação de <i>News of the World</i> e <i>People</i> subindo de 3 para 7.5 e 4.6 milhões respectivamente, no período entre 1925 e 1947. Ao final da década de 1930, ambos os jornais devotavam <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">cerca de 10% do seu espaço ao futebol, tendo pelo menos dobrado a sua cobertura em relação a 1920.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(104) A década de 1930 assistiu a uma espécie de revolução no estilo da reportagem de futebol, tendo o <i>People</i> sido pioneiro, no que foi logo seguido, às vezes de forma relutante, mas rapidamente, por muitos outros jornais. Influenciados até certo ponto por modelos norte-americanos, ele passou a publicar frases e parágrafos mais curtos; mais fofoca, geralmente com um linguajar “anti-establishment”; um tom bastante agressivo, combativo; e fotografia de ação de uma qualidade bem superior, que ajudou ao mesmo tempo a dar glamour ao jogo e a diminuir a credibilidade dos árbitros. O People também iniciou o uso da última página para o futebol e para a cobertura esportiva, reforçando “a separação das notícias de esportes e as da vida real do outro lado do jornal”. Parte da imprensa pouco ligou para estes novos desenvolvimentos. O <i>The Times</i>, por exemplo, ainda tendia a conceder o mesmo espaço ao esporte amador e profissional, mantendo a reportagem de cunho factual. Tal enfoque fazia sentido comercial para um jornal cujo leitor era geralmente pouco exposto às novas correntes culturais. Mas para os jornais mais populares deixar de mudar poderia ser fatal. Uma vítima foi o <i>Athletic News</i>, que já fora a “Bíblia do futebolista” mas que, apesar das tentativas de modernização levadas a cabo por seu último editor Ivan Sharpe, teve que contentar-se em ser meramente a última página do <i>Sporting Chronicle</i> a partir de 1931.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(104) A imprensa local continuou a desempenhar um papel central para a saúde robusta do futebol. O “football special”, geralmente custando um ou dois pence [a menor divisão da moeda da época] era uma característica sempre presente na vida urbana do sábado à noite, enquanto os jornais locais davam cobertura regular durante os outros dias da semana. Os jornais locais continuavam a exibir a velha mistura de lealdade ao clube (da cidade) misturada com um espírito de crítica construtiva, vazados em uma linguagem frequentemente muito próxima da do século XIX. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(104-5) Neste período como um todo, os jornais locais aumentaram e diversificaram sua cobertura do jogo e das suas personalidades. Em parte isso foi o resultado de mudanças estilísticas particularmente perceptíveis na década de 1930. Embora a maioria dos jornais locais não tenha adotado o tom bastante sensacionalista de alguns dos jornais nacionais, eles certamente tentaram modificar sua cobertura, antes próxima a uma descrição factual. Editores buscando matérias com mais “interesse humano”, encontraram no futebolista um tópico promissor. É interessante que no fim da década de 1930 as mulheres e famílias dos jogadores tenham começado a ser destacadas. Talvez isso refletisse um maior interesse feminino no jogo, mas certamente refletia um maior interesse da imprensa nas suas leitoras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(105) Uma das funções centrais de todos os jornais e revistas, locais ou nacionais, era fornecer informação aos football pools [ver capítulo anterior] que haviam começado no início da década de 1920. Na verdade, a suposta qualidade da informação acerca dos pools [i.e. dos jogos que iriam entrar na aposta daquela semana] era um ponto vital na guerra de circulação entre os jornais. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Os pools (105-6)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(105) Embora os pools não fossem propriamente uma “mídia” no sentido estrito, parece útil falar sobre eles neste ponto. Apostas no futebol eram algo tão antigo quanto o jogo propriamente dito, mas a habilidade com que os pools foram propagandeados elevava-os acima da mera “aposta”, desta forma servindo tanto a seus promotores quanto ao jogo. Os pools eram uma forma da aposta em cupons com vantagens pré-fixadas, pensada para driblar a Lei contra as apostas de 1920. Esta legislação, feita a pedido da FA, bania toda a forma de aposta exceto a que envolvia um crédito, uma medida que visava excluir especificamente [e tão somente] os apostadores da classe trabalhadora que raramente tinham acesso a ele (crédito). Os pools estavam de acordo com a lei porque o dinheiro das apostas era coletado <i>depois</i> dos jogos terem sido realizados, funcionando portanto como uma concessão de crédito ao apostador. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(105) Administrados de forma eficiente, oferecendo tanto ao experimentado quanto ao apostador novato uma chance de sucesso e habilmente “marqueteado” com anúncios, revistas e celebridades entregando os cheques, os pools rapidamente se tornaram uma instituição nacional. Por volta de meados da década de 1930, entre 5-7 milhões de pessoas apostavam nos pools, a um custo de 30 milhões de libras por ano e gerando 30 mil empregos, em sua maioria para mulheres. O hábito de apostar nos pools enraizou-se na vida social dos trabalhadores não-qualificados e das mulheres mais do que o próprio futebol o fizera, ajudando, modestamente, a assegurar um lugar de importância para o futebol na sociedade contemporânea.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(105-6) As autoridades do futebol continuaram ferozmente contrárias à associação do futebol com qualquer forma de aposta de massa: preocupações acerca da 'respeitabilidade', medo de um possível esquema de “arranjar os resultados” e a crença de que as apostas faziam definhar o orçamento já franzino da classe trabalhadora se fundiam em uma mistura poderosa. Sua campanha alcançou o auge em fevereiro de 1936, na famosa “guerra dos pools”, quando a FL recorreu à sabotagem recusando-se a anunciar a tabela com antecedência maior do que dois dias. As companhias de pools, apoiadas por vastas seções de uma imprensa decididamente parcial, deslancharam um contra-ataque que parece ter tido bastante apoio popular. Em 9 de março, muito para a alegria das desesperadas companhias, que mal estavam sobrevivendo em um esquema montado às pressas que pedia aos apostadores para preverem o resultado dos times da casa contra adversários desconhecidos, a FL recuou e mais uma vez optou por uma rota legislativa. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(106) Demoraria até a década de 1950 para que a FL aceitasse o benefício de receber pagamento das companhias de pools em troca do uso garantido da tabela, uma sugestão feita primeiramente pela Pools Promoters Association em 1934. No contexto mais amplo, esta derrota, e a ascensão dos pools em geral, representam uma pequena mas significativa derrota para os guardiões dos valores vitorianos perante uma aliança entre os interesses comerciais e os desejos populares, um tema presente em outras áreas da cultura popular no período entre-guerras à medida em que uma cultura de consumo de massa foi se delineando cada vez mais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Rádio (106-7)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(106) Nenhuma outra área da mídia deu ao jogo uma cobertura tão constante e variada quanto a imprensa, mas outros setores podiam desempenhar um papel importante. Em 1922, quando a BBC estava na sua infância, somente 1% das casas da Grã-Bretanha tinha uma licença para rádio. Em 1930, esta cifra havia subido para 30% e em 1939 para 71%, quando havia quase 9 milhões de aparelhos de rádio licenciados [8.900.000].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(106) Primeiramente a BBC, sob o comando de John Reith dedicada a elevar o gosto do público médio, fazia uma cobertura pouco frequente do esporte. Entretanto, despertada pelo desafio de desenvolver novos recursos técnicos e pelo interesse em explorar novas áreas da vida nacional, a BBC logo descobriu o futebol profissional. Seu primeiro comentário de um jogo de futebol profissional foi em 22 de janeiro de 1927, Arsenal versus Sheffield United. Em março de 1927, nada menos do que quatro jogos diferentes foram transmitidos, na íntegra ou parcialmente. Mais tarde ainda naquele ano, a final da FA Cup foi transmitida pela primeira vez, com a transmissão dando atenção à presença da realeza e ao entoar coletivo de “Abide with me”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(106-7) O locutor mais importante da BBC neste período era o jornalista e diretor do Arsenal e depois manager, George Allison. Ele possuía um estilo bem mais engajado do que o padrão BBC, com seus gritos de “Por Jeová” e exortações como “chuta, meu filho, chuta”. Ele até mesmo proclamava ter inventado jogadas durante um tedioso confronto entre Hull City e Port Vale. De forma modesta, ele contribuiu para o estilo mais popular que aos poucos tomava conta da BBC na década de 1930. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107) Uma interessante solução para o problema dos ouvintes localizarem a ação foi encontrada na forma de um quadro distribuído por <i>Radio Times</i> com o campo dividido em quadradinhos numerados. À media em que a bola se movimentava, uma voz de fundo “cantava” o quadradinho em que ela se encontrava, permitindo aos ouvintes seguirem o jogo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107) No período até 1931, mais de 100 jogos foram transmitidos. <span style=""> </span>Entretanto, a oposição da FL era crescente e em junho de 1931 ela baniu a transmissão de todo e qualquer jogo dos seus campeonatos. Os críticos mais fervorosos da transmissão dos jogos eram os clubes menores, especialmente os da 3ª. divisão Norte. Já duramente atingidos pelo desemprego crescente, eles argumentavam que a transmissão dos jogos principais diminuía ainda mais seu público. Esta proibição continuou até depois da II GM. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107) A FA, sobretudo após Stanley Rous assumir em 1934, era bem mais simpática à transmissão pela BBC e embora a final da FA Cup de 1929 não tenha sido transmitida devido a uma disputa em torno de valores a serem pagos, as finais subsequentes bem como os jogos internacionais e mesmo outros jogos da FA Cup foram transmitidos durante a década de 1930.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Televisão (107)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107) O fim dessa década assistiu às primeiras tentativas de transmissão televisiva e alguns milhares de telespectadores em potencial na área próxima ao Alexandra Palace conseguiram ver fotos (como não poderia deixar de ser) do Arsenal jogando contra seus reservas em setembro de 1937. A primeira final da FA Cup a ser integralmente transmitida pela televisão (BBC também) foi em 1938.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107) De um modo geral, foi extremamente importante a adoção do jogo pela BBC e da final da FA Cup em particular. Um dos papéis culturais mais importantes da BBC era fornecer, através da transmissão de um conjunto de rituais nacionais, um sentido de nacionalidade tangível e unificador. Uma vez acrescentado a este calendário ritual que no início da década de 1930 incluía a Boat Race [regata de remo disputada entre Oxford e Cambridge], o Empire Day [Dia do Império Britânico] e a mensagem natalina do Rei, os eventos ganhavam uma fama,um prestígio e um nível que os diferenciava. A BBC, portanto, cobriu o ‘ogo do povo’com uma aura de respeitabilidade que poucos outros mecanismos poderiam ter fornecido. Ao mesmo tempo, é claro, a cobertura do futebol proporcionava à BBC um gostinho mais democrático [i.e. mais popular].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Cinema (107-8)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(107-8) O cinema desempenharia um papel bem menor do que a televisão no desenvolvimento do futebol. Antes de 1914 os jornais cinematográficos já exibiam imagens de jogos, o que continuou ocorrendo nas décadas de 1920 e 30. A FL não fazia objeção a isso, avaliando que a publicidade que isso gerava era um incentivo ao comparecimento do público aos estádios. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) Pelo menos dois filmes foram feitos neste período tendo o futebol ao centro: <i style="">The Lucky Number</i> (1933) era uma comédia que incluía no elenco jogadores do Arsenal, clube que recebeu ainda mais atenção em <i style="">The Arsenal Stadium Mystery</i> (1939), um filme de comédia e suspense baseado em uma obra de um escritor de livros policiais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) Obviamente estes dois filmes são insignificantes dentre a enorme produção cinematográfica do período, mas são um interessante comentário acerca da “febre de Arsenal” pelo fato de que um escritor em formação e duas companhias cinematográficas tenham atentado para o potencial representado pelo clube londrino, que por sua vez reconhecia o valor publicitário da mídia.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) O <i style="">Arsenal Stadium Mystery,</i> em particular, foi uma ótima peça de relações públicas para o clube em geral, para os jogadores envolvidos, que receberam 50 libras por semana por seu esforço e para o manager Gerge Allison, que aproveitou bem a oportunidade de aparecer na tela grande.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) <i style="">The Lucky Number</i> foi firmemente estabelecido em um ambiente de classe operária e seu protagonista era um jogador de futebol. As personagens centrais de <i style="">Arsenal Stadium Mystery</i>, porém, não eram os alegres e animados profissionais, mas sim os amadores do Dark Trojans, uma equipe de ex- alunos de <i style="">public school</i> do estilo Corinthians, cujo principal jogador é assassinado durante um jogo da FA Cup contra o Arsenal. Aqui há indícios, portanto, de que o futebol profissional nem sempre era visto como bastante respeitável (ou interessante) o suficiente para estar no centro de um produto cultural elaborado para um público de todas as classes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Literatura (108-113)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) O livro oportunista em que o filme se baseara era um exemplo raro de obra de ficção com o futebol no centro da trama, porque os escritores, tanto os ‘sérios’ quanto os ‘populares’, geralmente davam pouca importância ao futebol. Na verdade, o futebol jamais foi investido do rico significado cultural atribuído ao cricket. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) Isto não quer dizer que o futebol não gerasse uma literatura popular, pois havia uma enorme quantidade de títulos. Todavia, estes eram produzidos em sua maioria por escritores especializados trabalhando para numerosos jornais, revistas de histórias em quadrinhos e revistas voltadas para jovens rapazes e meninos como era característico deste período.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108) O <i style="">Boy’s Own Paper</i> tinha incluído histórias esportivas desde o seu surgimento em 1879, assim como muitos outros que seguiram seus passos. O período entre-guerras, todavia, assistiu a um aumento substancial do espaço devotado ao esporte em geral e ao futebol em particular, tanto por parte de publicações já existentes quanto por parte de muitas outras que haviam recém-ingressado no mercado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(108-9) Esta rica área da cultura popular pode ser entrevista aqui através da análise de um título, o <i style="">Football and Sports Favourite</i>, lançado em 1920, e a série associada de novelas [no sentido de romances] populares completas que apareceram pela ‘Football and Sports Library’, da mesma editora do <i style="">Football and Sports Favourite</i>. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(109) Embora não tenhamos os números de circulação, tanto o jornal quanto as novelas sobreviveram por um período longo o suficiente para que elas sejam tomadas como elementos razoavelmente significativos da literatura esportiva da época.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(109) O <i style="">Football and Sports Favourite</i> [ver ilustração à p. 109] era um semanário que custava dois pence e que combinava fotografias, charges, fofocas esportivas e matérias sobre times ou jogadores, com novelas seriadas com um forte sabor esportivo. A <i style="">Library</i> produzia duas novelas de 64 páginas por mês, a 4 pence cada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(109-10) Embora o futebol não fosse o único foco destas publicações, ele certamente despertava a maior parte da atenção. Pouco se sabe acerca dos leitores, embora a presença no <i style="">Football and Sports Favourite</i> de uma competição de adivinhar o resultado com 300 libras de prêmio e o forte sabor de história de amor presente em muitas das histórias apontem para um público leitor com um bom número de adolescentes e jovens do sexo masculino. Entretanto, o fato de que ele adotou o título de <i style="">Boy’s Football Favourite</i> em 1929, sem mudar substancialmente o conteúdo e o enfoque, sugere que este grupo co-existia com uma parcela bem mais jovem do público leitor [crianças, na verdade].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(110) O<span style=""> </span><i style="">Football and Sports Favourite</i> dava aos seus leitores um forte sentimento de identificação com as estrelas do futebol, um processo fortalecido pelos posteres destacáveis que se tornaram característicos desta e de outras publicações deste tipo na década de 1930. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(110) É a ‘estrela ficcional’, contudo, que nos interessa particularmente. A substância da aventura esportiva futebolística foi brilhantemente capturada por E.S. Turner em uma passagem que, embora afetuosamente satírica, apenas levemente exagera as linhas extravagantes e exóticas das tramas que tipificavam o gênero.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><i style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">É improvável que alguém seja capaz de esquecer a longa e cada vez mais forte sequência de histórias sobre jogos de futebol em que limões eram envenenados no intervalo, em que beques canalhas cortavam os atacantes adversários com chuteiras contendo travas envenenadas e falsos árbitros jogavam dardos envenenados nos jogadores... [de jogadores] que passavam a semana inteira livrando-se de sequestradores e tentando limpar seu nome ou do seu pai. Tudo que ele podia fazer no sábado à tarde era se livrar do assédio dos bandidos e chegar ao estádio a tempo de marcar o gol da vitória.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(110)<span style=""> </span>Alguns temas eram recorrentes. Bastante inesperadamente, a maioria deles envolvia algum tipo de caso sério de amor, sempre correspondido, entre o mocinho e a mocinha. Gols da vitória, disputas de títulos de pesos pesados e jogadas de seis pontos no cricket eram invariavelmente seguidas pelo cumprimento da filha do treinador/manager/diretor.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(110) Como já comentamos, estes títulos não eram voltados somente para meninos. Entretanto, a prevalência de episódios tão românticos poderia levar a alguma reconsideração da presunção de que a literatura tradicional para meninos servisse para manter o sexo oposto a uma distância segura.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(110-1) Menos surpreendentemente, entre os temas e características desta ficção popular estavam o diretor criminoso, a virtude recompensada pela descoberta da verdadeira origem social (normalmente aristocrática ou de classe média), a importância do ‘fair play’ e do comportamento esportivo e, de forma relacionada, a centralidade da tradição amadora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(111) Como os comentários acerca do <i style="">The Arsenal Stadium Mystery</i> sugeriram, os amadores sempre desfrutavam de um status privilegiado na ficção esportiva popular. Suas estrelas eram invariavelmente amadores, a não ser que um golpe do destino (ou a falta de memória) obrigasse ao contrário, caso no qual o status de amador era recuperado assim que os males tivessem sido remediados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(111) Estes amadores, todavia, não ostentavam nenhum esnobismo, pois era um tema recorrente e forte a necessidade do jogo manter-se livre de divisões sociais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(112) Inevitavelmente, contudo, a ênfase constante no valor da liderança que poderia ser fornecida por amadores sem interesses financeiros colocava a distinção de classe no centro do discurso esportivo. Mais uma vez, preocupações abafadas quanto ao jogo profissional ressurgiam no território ‘seguro’ da ficção. Os jogadores profissionais e, por extensão, a classe trabalhadora, não eram tão confiáveis assim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(112) Temas sociais mais amplos também apareciam nesta literatura, com estereótipos de classe, região e, acima de tudo, nacionais e raciais [ver ilustração de um jogador chinês sendo contido pela longa trança] sendo desenhados e reforçados com impressionante clareza. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(112-3) O <i style="">Favourite</i> publicava regularmente as aventuras de Jock McJulius, um membro de uma agência geralmente envolvida em assuntos esportivos. Jock era um afro-americano enorme, de saia, que falava em um dialeto de plantation e foi uma vez chamado com o estilo discretamente racista do final do Império britânico de “the Big Nig” (O Crioulão). O time de Nell Harmer, mencionado no capítulo anterior, incluía a goleira Topsy Johnson, famosa por ‘seu famoso sorriso que mostrava todos os seus dentes perfeitos’ e cuja contusão, quando ela bateu sua ‘cabeça lanosa em um choque feio contra a trave’, quase custou a derrota ao time de Nell em um jogo crucial.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113) Não sabemos que impacto sobre os seus leitores tinham estas histórias do Pulton North End, Millport Athletic, Beauchampton United e Everpool. No mínimo, preenchiam algumas das funções tradicionais da ficção popular ao fornecer ao mesmo tempo uma rica fonte de inspiração para a fantasia pessoal e um cenário imaginário reconfortante onde a Justiça e o Bem sempre prevaleciam. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113) A maioria dos leitores devia ser capaz de entender que o mundo real não era povoado exclusivamente por goleiros de braços longos e centroavantes artilheiros com amnésia crônica e concessões de minas de prata na América do Sul, mas a sua capacidade para interpretar a questão social é menos certa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113) Com a exceção da cobertura dada ao jogo feminino, a visão de mundo oferecida a eles era bastante conservadora. As pessoas sabiam “seu lugar” e casavam de acordo com ele; a liderança cavalheiresca proporcionava benefícios; os estrangeiros eram diferentes e normalmente engraçados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113) Nos últimos anos os especialistas têm sido um pouco afoitos em termos de procurar fazer leituras alternativas e até radicais destas formas aparentemente conservadoras da cultura popular. É inegável que as mensagens inscritas na cultura popular existem para serem absorvidas, ignoradas, debatidas ou rejeitadas, de acordo com a visão individual do leitor e com as circunstâncias. Mesmo assim, é difícil analisar este material sem concluir que a ficção esportiva oferecia muito pouco em termos de um desafio às atitudes sociais e políticas dominantes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iii] Football, politics and identity (113-118)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (113) Muito menos coisa tem sido escrita sobre a relação entre o futebol e a reconstrução de modalidades da consciência política e social entre 1914 e 1939 do que sobre o período anterior, mas a análise da literatura popular demonstrou que há muito a ser debatido a este respeito. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113) O argumento levantado no Capítulo 3 acerca da relação entre o futebol e as mentalidades políticas pode ser repetido aqui. O mais proeminente historiador do futebol entre-guerras sublinhou com razão o fato de que uma iniciativa deste tipo é de natureza necessariamente especulativa, argumentando que ‘é difícil mostrar ... que a classe trabalhadora pudesse ter sido mais atuante politicamente se não fosse o futebol ou um outro substituto igualmente atrativo... é fácil mostrar que o futebol refletia as crises sociais e os costumes sociais mais do que os influenciava.’ <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(113-4) É obviamente impossível demostrar a existência de uma correlação entre o futebol e determinados padrões de atividade política ou sindical. O cenário político e industrial mudou consideravelmente enquanto o futebol continuou uma constante, com jogos sendo assistidos por trabalhadores tanto em tempos combativos quanto em tempos mais pacíficos, tanto em áreas onde o Trabalhismo e o sindicalismo eraam fortes quanto em áreas onde eram fracos. As várias inflexões da cultura política e industrial eram em última instância baseadas na esfera política e econômica, não na esfera esportiva e muito da explicação para a natureza da cultura e da consciência da classe trabalhadora nesse período deve ser buscada nessas áreas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(114) A especulação, todavia, deve ter seu lugar. É inconcebível que algo que sugava o tempo, a energia e o dinheiro de tantas pessoas não tivesse repercussões ideológicas para pelo menos algumas destas pessoas. Há material tanto para apoiar a hipótese daqueles que vêem o jogo como encarnando o radicalismo da classe operária, embora atenuado, quanto para aqueles que enfatizam seu papel conservador. (114) No período após 1919 a balança da especulação pende provavelmente para o segundo grupo. O campo de futebol continuou a ser uma arena onde grande número de trabalhadores podiam se agrupar em uma massa turbulenta e sentir, se não um sentimento de unidade de classe, pelo menos uma propriedade compartilhada do jogo. Este argumento, todavia, é muito fraco para que se dê a ele muito peso interpretativo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(114) O poder ‘real’ continuava firmemente nas mãos das classes proprietárias e os torcedores exerciam uma influência decididamente pequena. À medida em que o jogo profissional tornou-se mais seguro em termos da cultura nacional, o comportamento nos terraces oferecia cada vez menos um desafio implícito do que ele tinha representado no clima político e social anterior a 1914.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(114) Ademais, aqueles que argumentavam em termos da capacidade do futebol em servir como uma válvula de escape podem apontar muitos novos elementos neste período. O crescimento da cobertura da imprensa e o surgimento dos pools certamente aumentaram a atração daquilo que Geoge Orwell memoravelmente batizou como ‘a vida de um padrão fish and chips’. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(114) Acima de tudo, o futebol era uma característica fixa, uma fonte de divertimento e debate garantidos e, como tal, provavelmente ajudava a manter a estabilidade social. Muitos da esquerda certamente argumentavam que o futebol era uma força alienante e embora eles, da mesma forma que seus predecessores no século XIX, fossem frequentemente culpados de buscarem explicações fáceis para assuntos complexos, seria errado desprezar seus argumentos a priori. Uma cultura futebolística de massa tinha potencial como um bálsamo social, embora não fosse necessariamente manipulada conscientemente pelas elites sociais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(114-5) A capacidade do jogo em refletir e definir identidades locais e regionais continuava forte após 1918. Em um sentido, a final da FA Cup era menos do que antes uma batalha colorida entre duas localidades neste período. Visando evitar uma repetição da desastrosa superlotação que ocorrera na primeira final em Wembley em 1923, as finais subsequentes adotaram a venda de ingressos antecipada, com um bom número de ingressos distribuído em todo o país pelas associações (federações) de futebol locais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115) A lógica da FA por trás dessa mudança enfatizava a necessidade de reconhecer que a FA Cup era uma competição nacional para a qual haviam contribuído dúzias de clubes, inclusive um bom número de clubes non-league [i.e. que não pertenciam a uma das divisões da FL]. Esta afirmação de um resíduo da atitude vitoriana de que “o jogo é que importa” também teve o efeito de reduzir o número de torcedores dos dois times em disputa, sutilmente alterando a composição social da torcida e diminuindo parcialmente o espírito carnavalesco. Um jornal chegou a afirmar que o esquema dos ingressos “está matando a final da FA Cup enquanto um festival de entusiasmo e espírito alegre”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115) A ida para uma final de FA Cup, todavia, ainda oferecia uma oportunidade considerável de impor a identidade local sobre a capital do país e não somente durante o jogo. Era uma desculpa para uma excursão turística por Londres, que para os torcedores nortistas era ainda um lugar bastante distante em uma época anterior às auto-estradas e trens de alta velocidade. Na verdade, é óbvio que muitos tiravam proveito das baratas excursões de trem e de ônibus sem nenhuma intenção de ir ao jogo. Mas mesmo aqueles que iam aproveitavam o dia ao máximo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115) Todas as seções da imprensa relatavam essas visitas dos torcedores nortistas (ao museu de cera da Madame Tussaud, à Trafalgar Square, à Torre de Londres e ao cenotáfio para os heróis da I GM) na linguagem da “invasão provinciana”, empregando a agora obrigatória narrativa da ingenuidade/astúcia provinciana versus a sofisticação/excesso de autoconfiança dos metropolitanos, dependendo do lado em que se encontrava o jornalista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115) Recentemente um historiador nos alertou contra o exagero do sentimento de separatismo local e de ‘diferença’ nortista quando examinamos este espetáculo cultural. Jeffrey Hill argumentou que enquanto os torcedores nortistas estavam até certo ponto dando demonstrações do patriotismo local, eles estavam em última análise simplesmente aproveitando a chance de aparecerem nacionalmente por um dia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115) Na verdade, Hill argumenta que a final da FA Cup tornou-se cada vez mais um evento <i style="">nacional</i> a partir do início dos anos 20, um processo estimulado pela transferência da final para Wembley, pela presença da monarquia e pela influência crescente da BBC. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(115-6) O estimulante ensaio de Hill está correto em apontar para o fato de que a identidade local tem geralmente servido como o principal elemento constitutivo da identidade nacional. A ‘Englishness’ ou a ‘Britishness’ normalmente se assenta em uma percepção das supostas características especiais que uma localidade fornecia ao conjunto da nacionalidade: o ‘melhor’ homem ou mulher ingleses vinham da fleugmática região de Yorkshire, da acolhedora Lancashire ou coisa assim. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116) É provável que as memórias do conflito de 1914-8 e a constituição crescentemente nacional da mídia tenha granjeado mais possibilidades para a expressão do apego à nacionalidade do que era o caso em períodos anteriores. De todo modo, particularmente nos anos 30 quando boa parte do norte da Inglaterra tinha o sentimento de estar pagando a conta das dificuldades econômicas, a ‘tomada’ de Londres pode ser interpretada como uma tentativa simbólica de, de alguma maneira, acertar as contas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116) A comparação com a invasão bienal de Londres pelos torcedores escoceses pode ser instrutiva por mostrar que há limites claros às exibições de identidades inglesas locais e regionais, localizando tais demonstrações no seio de uma tradição de ‘nacionalismo’ esportivo sub-político. A presença de roupas nacionais, faixas com slogans nacionalistas e com aquilo que um historiador chamou de ‘metáforas quase-belicistas da mídia’ demonstra que, para os escoceses pelo menos, o jogo entre Inglaterra e Escócia tinha um apelo e uma significação bem além da maioria das excursões nortistas a Londres. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116) ‘A viagem até Wembley’ tinha se tornado parte de uma sólida sub-cultura de símbolos, slogans, heróis e mitos que sustentavam um sub-nacionalismo apolítico, inventado, mas palpável, que combinava uma forte identidade escocesa com um projeto nacional bastante fraco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116) O projeto político das regiões inglesas era ainda mais fraco, é claro, assim como suas manifestações esportivas sub-políticas. Entretanto não podemos descartar as noções de orgulho local, provincial e regional existentes na Inglaterra da época.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116) O argumento torna-se ainda mais forte se o foco mover-se especificamente para o funcionamento daquilo que pode ser chamado de ‘northern-ness’ [sentimento nortista]. Um desgosto em geral em relação à dominação sulista e mais propriamente da capital era ainda mais forte do que antes de 1918. Na arena esportiva isso normalmente emergia na imprensa local, como quando o <i style="">Football Echo </i>de Sunderland afirmava durante uma crítica ao valor do futebol sob refletores que ‘a metrópole geralmente lidera para o resto do país seguir feito ovelha através do portão’. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(116-7) A sua manifestação mais frequente, todavia, vinha na forma do geralmente forte desprezo que muitos torcedores nortistas nutriam pelo Arsenal. Este sentimento era bem conhecido e frequentemente reconhecido por jornalistas de uma forma gentilmente bem humorada. Quando sete jogadores do Arsenal foram escolhidos para a seleção inglesa em 1934, o <i style="">Daily Mail</i> brincou que seria “uma bela visão ver no jogo os espectadores nortistas como ingleses patrióticos, engolindo seus sentimentos e gritando ‘vamos lá, Arsenal’”. Um ranço duro estava debaixo dessa brincadeira. Até certo ponto a impopularidade deste clube estava enraizada em nada além do ressentimento diante do seu sucesso. Além do mais, o Arsenal tinha a reputação de arrancar a vitória em situações difíceis, um traço que levou-os a serem conhecidos como o “Lucky Arsenal” (o sortudo Arsenal), um apelido que permaneceu com a equipe até se tornarem o “Boring Arsenal” (o entediante Arsenal) nos anos 70.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(117) Os jogadores e membros da equipe do Arsenal, até certo ponto justificadamente, alegavam que a ‘sorte’ na verdade descrevia a habilidade para absorver a pressão e então fazer gols no contra-ataque. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(117) No centro deste sentimento ruim, entretanto, estava o papel simbólico atribuído a este clube. O Arsenal representava tão simplesmente a dominação sulista, seu sucesso esportivo espelhava (de forma muito simplificada) um quadro econômico e social mais amplo. Escrevendo em 1956, George Scott lembrava como, na sua Middlesbrough, o Arsenal era odiado por vir do “sul macio (no sentido de fraco), de Londres, da cidade do governo, onde, se imaginava, todos os males sociais eram planejados e dirigidos contra regiões do norte”. Aqui estava um clube que, ao que parece, havia comprado o sucesso, trazendo os melhores jogadores de toda a Grã-Bretanha, saqueando as províncias, e em menor escala a Escócia e Gales, retirando-lhes seus melhores jogadores. Isto era uma réplica do processo que vira a mudança industrial e o desemprego forçar os trabalhadores a se transferirem para o sul em busca de novas oportunidades.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(117) Deve-se lembrar que o Arsenal também tinha inimigos mais perto de casa. Muitos torcedores do West Ham estavam convencidos de que o “West Ham way”, uma estratégia derivada da necessidade financeira de evitar o gasto em transferências e o uso de talento local, dava ao clube uma superioridade moral sobre seus rivais do norte de Londres. A noção da combativa comunidade do East End invocada aqui servia para o mesmo propósito simbólico para as pessoas daquela localidade que as idéias de um norte ‘oprimido’. Estar perto dos privilegiados pode ser tão doloroso quanto estar supostamente fora da sua vista e da sua mente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(117-8) Estas questões reconectam-se com o debate acerca do papel do futebol na criação e expressão de uma identidade de classe e de uma cultura política que iniciou este item. As lealdades territorias formadas e/ou expressadas pelo jogo dividiam a classe trabalhadora e uniam as comunidades locais acima das linhas de classe?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(118) É tentador acreditar que as maiores influências a modelar o jogo fossem enraizadas nas esferas econômicas e políticas, mas o jogo tinha o poder de gerar imagens negativas acerca de outras partes normalmente mais distantes do país. O discurso da “northern-ness”, por exemplo, talvez atribuísse culpa à classe trabalhadora sulista em uma conspiração percebida contra as províncias industriais, de maneira a criar fraturas no interior da classe trabalhadora. A especulação, mais uma vez, está na ordem do dia. De qualquer forma, pelo menos as raízes futebolísticas ferozmente locais e regionais provavelmente não eram muito favoráveis para os líderes do movimento trabalhista organizado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iv] Football and the national culture (118-123)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (118) Em todo o período entre 1918-39, o futebol profissional teve seus inimigos; socialistas que o viam como o ópio do povo, líderes religiosos preocupados com o seu impacto sobre as congregações, indivíduos pegos no meio de uma multidão turbulenta. Todavia, o que é mais importante sobre o período depois de 1919 é que o número de oponentes, a frequência e o volume da sua oposição, parecem ter diminuído. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(118) É ainda mais significativo que o nível de apoio e reconhecimento do jogo por parte de várias seções da classe média e da classe média-alta parece ter subido. As provas disso são esparsas e casuais, mas são significativas. Em 1927, por exemplo, Charles Clegg, que fora presidente dos dois clubes de Sheffield (Wednesday e United) e da FA, é sagrado cavaleiro (Knight) pelos serviços prestados ao futebol. Era a primeira vez que alguém recebia essa honraria por sua ligação com o futebol. Clegg era um advogado de profissão, que havia sido o arquiteto (às vezes relutantemente) do “profissionalismo sob controle”, e ao mesmo tempo empreendia uma severa batalha contra a influência da bebida e das apostas no esporte.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(118) Outros sinais: duas escolas em 1922 liberando seus alunos para que pudessem assistir a um jogo da FA Cup.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(119) Em 1933, os vereadores de Leeds, segundo um jornal que satirizou o incidente, fizeram uma reunião importante em um tempo recorde de 40 minutos para dar tempo de comparecerem a um jogo de desempate do Leeds na FA Cup. Até porque muitos dos vereadores eram diretores do clube. E o jogo, apesar de ser no meio da semana, atraiu uma multidão de 25.000 pessoas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(119) Um exemplo mais sério foi a campanha dos habitantes de Stoke em 1938 para manterem seu herói Stanley Matthews (o lendário ponta-direita) no Stoke City. Um gênio do futebol e o primeiro jogador do Stoke na seleção durante 30 anos, Matthews havia solicitado uma transferência após ter recebido uma oferta de bonificação do Stoke que considerou imprópria. Em um longo editorial, o jornal da cidade pedia a ele que reconsiderasse sua decisão e sete proeminentes industriais de Stoke convocaram uma reunião pública, à qual compareceram 3 mil pessoas, visando forçar o clube a manter o jogador. Um dos industriais chegou a dizer que ‘Alguns dos nossos trabalhadores estão tão preocupados em perdê-lo que não podem fazer seu trabalho’. Uma hipérbole estratégica, talvez, mas estes eventos realmente sugerem um nível de reconhecimento do futebol por parte de líderes cívicos e comerciais em uma escala inédita antes de 1914.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(119-120) Um dos fatores responsáveis pela elevação do status do jogo já foi mencionado. O papel da comunicação de massa foi absolutamente central aqui, assim como, em menor medida, o “Fenômeno Arsenal”. A habilidosa aparição publicitária de figuras importantes do mundo do cinema em Highbury, deu ao clube e ao jogo maior prestígio e reconhecimento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120) Outro fator foi o fato de que a partir de 1921 a FL era cada vez mais verdadeiramente um torneio nacional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120) Mas foram as mudanças no clima social e político que exerceram provavelmente a maior influência. Até certo ponto, parte da diminuição das críticas e talvez até parte do crescente apoio ao jogo apoiavam-se em motivos bastante cínicos. A extensão do direito de voto em 1918 aumentou o eleitorado de 7 para 20 milhões, e nessa época de democracia de massas havia aqueles que viam no jogo uma válvula de escape necessária, absorvendo as energias que caso contrário seriam voltadas para aquilo que o <i style="">Sheffield Telegraph</i> chamava de “fanatismo, Comunismo e descontentamento”. É também o caso que a nova escala de democracia de massa exigia uma aceleração no processo pelo qual a elite adotava um tom mais respeitoso quando discutia a cultura e os passatempos populares. Isto certamente deu alguma proteção ao futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120) Alguns fatores mais positivos, todavia, podem ser percebidos. Antes de 1914, o futebol, assim como outros aspectos da cultura popular, era geralmente visto pelos analistas da sociedade, como uma ameaça, um locus de comportamentos que supostamente ameaçavam a base política, imperial e industrial da nação: apostas, torcidas fanáticas, engajamento em falsas prioridades e passividade de espectadores [oposta ao exercício físico revigorador]. Estas visões haviam fracassado em impedir o aumento da importância do futebol, mas ainda tinham influência.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120) A partir de 1919, todavia, o futebol crescentemente passou a ser visto como algo que não era contrário ao projeto nacional, como algo que na verdade estava no coração desse projeto. O público do futebol tinha um papel maior a desempenhar aqui. O declínio do “hooliganismo” e a visão favorável dos espectadores que subsequentemente passou a aparecer nos jornais e nos jornais cinematográficos melhorou a imagem dos torcedores. Seu autocontrole poderia ser favoravelmente comparado com o que era considerada uma paixão excessiva existente em outras partes do mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120) Todavia, ao mesmo tempo ainda havia humor e vida no público inglês. Assim o público de futebol pode ser representado como encarnando o humor, o autocontrole e o equilíbrio que eram elementos-chave da auto-imagem inglesa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(120-1) A final da FA Cup, ou pelo menos a maneira pela qual ela era retratada na mídia, foi central neste processo. A primeira final de Wembley, em 1923, teve um papel especialmente privilegiado. Pelo menos 200.000 pessoas foram até o estádio, que tinha capacidade para somente 127.000. Milhares entraram sem pagar, forçando as roletas pouco antes do pontapé inicial. O início foi atrasado enquanto um pequeno grupo de policiais montados lentamente empurrava a multidão para trás das quatro linhas: é admirável que o jogo tenha sido iniciado e terminado naquelas condições.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121) Inicialmente havia grande preocupação quanto ao que ocorrera, com os portadores de ingressos reclamando por perderem seus lugares para os “penetras” e observadores comentando que por pouco não houve uma confusão mais séria. Em um debate parlamentar, um político comentou acerca da necessidade de, no futuro, proteger o estádio e seus constituintes (era um político eleito pela região onde ficava Wembley) “do hooliganismo de uma multidão importada e da inépcia das ... autoridades”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121) Logo, todavia, a atenção crescentemente dirigiu-se aos aspectos positivos dos eventos daquela tarde. Apesar de todas as reclamações, o fato de que apenas algumas pessoas haviam se ferido levemente e que um contingente tão pequeno de policiais pudesse evacuar o gramado e que o jogo ao fim tivesse sido realizado, tudo isso foi visto como a prova de que o povo inglês caracterizava-se pelo bom senso, humor e disciplina.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121) Acima de tudo, acreditava-se que fora a chegada do Rei que evitara o desastre. Supostamente, milhares voltaram-se para o Camarote Real e então saíram do campo, com sua curiosidade satisfeita. Aqui temos uma poderosa versão da imagem da “nação enquanto família” usada depois com tanta eficácia pelo Primeiro Ministro Stanley Baldwin, de um povo unido sob uma monarquia popular benevolente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121) À medida em que o tempo foi passando, uma situação momentaneamente perigosa e potencialmente desastrosa foi transmitida à memória tradicional como “A Final do Cavalo Branco”, em homenagem a Billy, o cavalo de 13 anos que capturara a imaginação nacional. O Rei e um cavalo haviam salvo o dia [e a pátria].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121) A noção do público do futebol como a encarnação da natureza estável, disciplinada e ordeira da sociedade inglesa (e britânica) foi incrementada pelo acréscimo da canção “Abide with me”<span style=""> </span>ao ritual da final da FA Cup em 1927. Em um revelador editorial, o <i style="">Yorkshire Observer</i>, em 1928, orgulhoso da contribuição dada por milhares de torcedores do Huddersfield Town, argumentava que “<i style="">O espetáculo deste típico público inglês, amante do esporte e alegre, levantando seus chapéus como se fosse um só homem, transformada em um só pensamento em uma grande congregação religiosa, é um tributo permanente à profundidade da religião no caráter nacional.</i>” Além disso, o jornal relatava que um tribunal especial para lidar com problemas entre os torcedores nessa final quase não tivera o que fazer. Os torcedores do Blackburn e do Huddersfield haviam feito provocações bem-humoradas durante todo o jogo e nada além disso, a classe trabalhadora inglesa tinha permanecido alegre e segura durante o jogo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(121-2) À primeira vista, pode parecer que a celebração da multidão estruturada e ordeira fosse algo caro à sensibilidade da direita. Entretanto, comentadores de várias posições mais à esquerda também assinalaram a mesma coisa. P.ex. a descrição feita por J.B. Priestley de uma multidão na sua novela <i style="">The Good Companion</i> (1929):<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(122)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><i style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“Você se transformava no membro de uma comunidade, todos irmãos juntos por uma hora e meia, porque não só você havia escapado do ranger das máquinas de uma vida pior, do trabalho, salário, alguel, salário-desemprego, pagamento por doença, cartões de seguro, dona encrenca, crianças com dor, maus patrões, trabalhadores preguiçosos, mas você escapara junto com a maioria dos seus amigos, seus vizinhos, com metade da cidade, e aqui você estava, torcendo junto, dando tapa nas costas uns dos outros, trocando avaliações como se fossem os senhores da Terra, tendo lutado para passar pela roleta e entrar em uma forma de vida diferente e melhor.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(122) As palavras de Priestley são frequentemente citadas, parcialmente porque poucos outros escritores sérios mencionaram o futebol nesta época, mas também porque ele é bem sucedido em comunicar boa parte da atração gerada pelo jogo. Entretanto, por maior que seja o seu valor como uma fonte “objetiva”, a descrição de Priestley deve ser encarada sobretudo como um artifício discursivo. Ele estava usando o público idealizado do futebol como um emblema de uma comunidade de classe trabalhadora mais ampla e igualmente idealizada, que ele e muitos outros escritores com tendências à esquerda, artistas e apresentadores transformaram na encarnação de uma “Englishness” essencial, contraposta a produtos supostamente estúpidos e inautênticos de uma cultura popular americanizada. O futebol, ao lado do feriado no litoral, do pub, do movimento das orquestras de sopro e muito mais era convocado a resgatar uma cultura à perigo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(122-3) No final do período entre-guerras, o status do futebol recebeu um reforço devido ao aumento da percepção do valor do esporte na esfera política por parte tanto dos que militavam no jogo quanto das lideranças do país. Como Richard Holt argumentou: “O futebol inglês estava muito auto-centrado para dedicar-se de coração à causa nacional”, mas havia pistas de que isto estivesse mudando nos anos 30. Embora este processo fosse negado no interior do jogo, com os dirigentes afirmando que o futebol não se ligava a valores políticos. Frederick Wall [da FA], por ex., afirmava que lá fora o futebol tinha um aspecto político, mas que na Inglaterra era apenas um divertimento esportivo e o confronto de seleções não tinha um significado maior, ao contrário do continente onde era encarado como um teste de força, espírito e habilidade e onde uma vitória aumentava o prestígio nacional. Isso era uma maneira de relacionar o futebol a uma visão altamente positiva de “Englishness” [a esportividade desinteressada versus o fanatismo político]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(123) Na verdade o comentário de F.Wall era uma afirmativa altamente política, enfatizando a superioridade de idealizados valores liberais democráticos. Sendo justo com Wall, nem o governo nem a FA, nem na verdade o povo inglês, davam aos jogos internacionais o nível de importância que lhes era atribuído na Alemanha, na Itália, na União Soviética e em alguns países da América do Sul. Ademais, estas primeiras manifestações tanto da politização do esporte quanto do crescimento do nacionalismo esportivo na Inglaterra eram modestas em comparação com o que iria ocorrer após a II GM.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(123) Estavam presentes, todavia. O governo britânico havia suspenso uma visita de uma seleção soviética em 1930 – convidada pela Federação Esportiva de Trabalhadores Britânicos controlada pelos comunistas, mas fora surdo aos protestos contra a vinda da seleção alemã em 1935. E o que é ainda pior e mais conhecido: o embaixador britânico na Alemanha, em nome da “boa” diplomacia, pediu à seleção inglesa que fizesse a saudação nazista antes de um jogo contra a seleção alemã em Berlim em maio de 1938. E foi atendido. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(123) Os jogos contras as seleções dos países do Eixo eram claramente vistos pela imprensa e pelo público como tendo um significado maior do que o de um evento esportivo meramente. Quando em maio de 1938 o <i style="">Daily Mail</i> afirma após a vitória da Inglaterra sobre a Alemanha por 6 a 3 que “mais uma vez a Inglaterra tinha afirmado sua posição de principal nação do futebol mundial”, isso tinha conotações políticas óbvias no contexto daquele período. A “boa e velha Inglaterra” estava claramente aprendendo novos hábitos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""> <o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-56279654882348389602008-09-23T17:25:00.000-07:002008-09-23T17:26:26.739-07:00Esquema do texto 8: Russell, capítulo 4 (completo)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in England, 1863-1915. </i></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Preston: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Capítulo 4: Football, Economy and Society, 1919-1939. pp. 76-102. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[i] Prólogo – a situação econômica (76-77):<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (76) O problema da periodização se coloca para todos os historiadores, inclusive os do futebol. Embora o período entre-guerras, que vai da retomada do League football (i.e. campeonato da FL) até a sua suspensão novamente em setembro 1939 pareça proporcionar marcos precisos, houve mudanças importantes no início da década de 30 e o período foi extremamente complexo em termos do contexto social e econômico mais amplo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (76) Este capítulo trata principalmente das mudanças na maneira pela qual o futebol era jogado e administrado e na relação com padrões mais amplos de mudança econômica e social. É preciso começar com uma breve síntese do clima e da estrutura da economia. É um período marcado na memória da população pelo desemprego. Houve realmente uma queda significativa a partir de 1920 e entre 1921-39 a taxa de desemprego era de 14%, atingindo em 1932 o pico de 22%. O número de desempregados raramente era menor do que um milhão na década de 1920 e nunca menor do que isso na década de 1930.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (76) Tais dados, entretanto, mostram apenas parte do quadro. Embora quase todas as partes do país tenham experimentado dificuldades no auge da depressão no início da década de 1930, a atividade econômica apresentava grandes variações em termos regionais e ocupacionais. Algumas indústrias, como a automobilística e a de produtos elétricos, prosperaram, enquanto as indústrias mais antigas, pesadas e voltadas para a exportação, como a do carvão e do algodão, passaram por dificuldades.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (76-7) Muitas regiões da Inglaterra prosperaram durante este período e mesmo em regiões mais vulneráveis algumas cidades, como Consett e Halifax, escaparam grandemente do desemprego agudo por conta de características especiais da economia local. O resultado foi uma prosperidade crescente para muitos. O valor real dos salários subiu cerca de um terço no período entre 1913-1939, sendo o aumento quase contínuo a partir de 1929. Ao mesmo tempo, a oportunidade de utilizar este aumento de recursos foi muito aumentada por uma queda no número de horas trabalhadas por semana, que passou de uma média de 54 horas antes de 1914 para 48 em 1939.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) E pela melhora no transporte: o número de milhas viajadas por passageiro em ônibus multiplicou-se por seis entre 1919-39.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) Esta ênfase na melhora material não deve nos levar a ignorar os problemas reais e as tragédias do período. O clima geral, todavia, era propício ao crescimento contínuo das indústrias do lazer e dos bens de consumo, e o futebol beneficiou-se bastante disso, assim como muitas outras áreas da vida social, como a imprensa popular, o cinema, com os quais ele cresceu em uma simbiose mutuamente estimulante. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) Na prosperidade do após-guerra, a FL sentiu-se confiante o suficiente para iniciar um ambicioso programa de expansão. Em 1919, as duas divisões foram aumentadas de 20 para 22 clubes. Então, em 1920, foi criada uma 3ª. divisão, incorporando 22 clubes provenientes da Southern League.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) Houve uma preocupação inicial em termos de saber se o futebol do norte era suficientemente forte economicamente para participar deste processo, mas em 1921 foi criada uma subdivisão norte da 3ª. divisão com 20 fortes clubes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) No período como um todo, a média de público dos jogos da 1ª. divisão aumentou de 23.115 em 1913-4 para 30.659 em 1938-9. Podemos dizer que tanto o cinema quanto o futebol eram o hábito social essencial daquele tempo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] Lucky Arsenal: the rise of southern football? </span></b><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(77-84)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) Ao mesmo tempo em que muitos indivíduos expressavam a preocupação de que a expansão da FL fosse enfraquecer sua qualidade, agora pelo menos seus dirigentes podiam realmente afirmar que ela era uma entidade nacional. Por volta de 1921, a maioria das cidades de algum porte tinham um clube na FL e apenas muito poucos condados, em sua maioria rurais, não tinham nenhum representante. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77) Na verdade, a liga era mais do que uma entidade inglesa, com seis clubes galeses entrando na FL entre 1920-1.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (77-8) Em termos da rivalidade com o rugby, sobretudo com a Northern Union [profissional], os tempos da “colonização” haviam terminado, pois por volta de 1920 os padrões de preferência esportiva estavam bem solidificados e em algumas áreas (distrito produtor de lã de Yorkshire, sudoeste do Lancashire, Cumberland e Cornwall) o futebol tinha que se contentar com o 2º. Lugar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (78-9) Muitos estudiosos do jogo costumam afirmar que neste período a “geografia social” do jogo teria mudado radicalmente com a ascensão de clubes do sul e das Midlands em detrimento dos clubes mais tradicionais do norte, sobretudo a partir da década de 1930, quando os clubes do sul teriam dominado o futebol profissional pela primeira vez.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (79) O autor acha que o quadro é mais complexo (ver Table 1, p.79) e a partir da tabela acha que em termos de localização geográfica dos times da FL as mudanças foram no máximo modestas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (79-80) Começando a análise pelos clubes das Midlands, alguns deles, especialmente aqueles de cidades com desemprego menor do que a média, experimentaram uma melhora nas suas performances neste período: Leicester em 2º. em 1929; Derby 6 vezes entre os 6 primeiros entre 1929-30 e 1938-9 e em 2º. em 1930 e 1936; Wolverhampton Wanderers em 2º. nas duas temporadas que antecederam a II GM. Entretanto, só o West Bromwich (1920) ganhou um campeonato e só este clube (1931) e o Aston Villa (1920) ganharam uma FA Cup. E dos 7 clubes das Midlands que competiram na 1ª. div. na déc. 1930, somente o Derby e o W.Wanderers experimentaram algum sucesso, a maioria dos outros frequentando a parte de baixo da tabela. O Villa era um dos clubes com maior público do país e a maioria dos clubes contou com bons públicos durante suas fases de relativo sucesso. Todavia, alguns clubes das Midlands tinham um público menor do seria esperar tendo em vista seus resultados ou a força econômica da cidade em que estavam localizados, como é o caso de Derby. Ou seja, o autor avalia que como um todo os clubes das Midlands nem melhoraram nem pioraram neste período, ficaram na mesma.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (80) Há mais provas, na verdade, de uma ascensão do futebol do sul, tanto em termos do aumento de público quanto em termos do sucesso dentro de campo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (80) A performance do Arsenal na década de 1930 foi notável. Em 1901, a conquista da FA Cup pelo Tottenham foi a única vitória de um clube do sul até 1930. Isso mudou dramaticamente com cinco campeonatos da liga conquistados pelo Arsenal entre 1931-8, incluindo um tri-campeonato em 1933-35 e a FA Cup em 1930 e 1936. Os jogadores do Arsenal também deram contribuições importantes à seleção inglesa. E a equipe teve o melhor público em 9 temporadas consecutivas entre 1929-30 e 1937-8; em 1934-5, sua média foi de 46.252, 11.500 mais alta do que a do 2º. colocado. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (80) O bom olho para a publicidade de Herbert Chapman e do seu sucessor George Allison permitiu ao clube ter uma exposição junto à opinião pública a um ponto desconhecido até então.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (80) Outros clubes do sul também foram bem sucedidos: dois clubes londrinos, Brentford e Charlton que haviam entrado na 3ª. div. da FL na década de 20, chegaram à 1ª. divisão em meados da déc 30 e tiveram sucesso imediato. E o Portsmouth venceu a FA Cup em 1939.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (80-1) Todavia, pelo menos em dois pontos esta ênfase no sucesso dos clubes do sul e no concomitante “declínio” dos clubes do norte levou a uma narrativa errônea. Primeiramente, a ênfase no sucesso dos clubes do sul após 1919 tende a menosprezar a força que já possuíam entre 1900-14. Embora não muito vitoriosos dentro de campo, futebol no sul gozava de boa saúde. Chelsea e Tottenham detinham alguns dos melhores públicos da FL e a Southern League tinha equipes de qualidade respeitável, geralmente angariando uma forte torcida. O principal é que o contraste entre o período pré-I GM e entre-guerras é menos dramático do que normalmente é sugerido: o período entre-guerras deve ser visto como parte de uma trajetória de crescimento de longo prazo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (81-2) A segunda questão é que o termo “a ascensão do futebol do sul”, pelo menos em termos de sucesso dentro de campo, deveria ser substituído pela “ascensão do Arsenal”. A performance dos clubes do sul é bastante modesta se subtrairmos os resultados do Arsenal. Ademais, alguns clubes do sul experimentaram períodos difíceis, não só por questões propriamente esportivas, mas também por causa de problemas econômicos da mesma forma que clubes das cidades do norte. Os Spurs caíram para a 2ª. div em 1927-28 e novamente em 1934-5; o West Ham em 1931-2 (só voltou em 1958); o Chelsea ficou no 13º. lugar em média nas 15 temporadas que passou na 1ª. divisão. E mais pra baixo, só 3 dos 15 clubes que foram promovidos da 3ª. div sul entre 1921-38 conseguiram chegar à 1ª. divisão. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (82) O que se quer dizer com isto é que as áreas “tradicionais” eram extremamente resistentes. Mesmo com as dificuldades econômicas da década de 1930, os clubes do norte conseguiram 6 FA Cups e 4 títulos da liga (dois do Everton, um do Sunderland, um do M. City) interrompendo a série vitoriosa do Arsenal. E em termos de público também resistiram: ainda em 1938-9, só 7 dos 20 melhores clubes em termos de média de público eram do sul. Não foi somente bem depois da II GM que ocorreu uma mudança significativa na balança de poder e mesmo assim pode ter sido bem menos dramática do que se pensa normalmente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (82) Em termos da relação entre a saúde econômica e o sucesso esportivo, no pior momento da Depressão, no início da déc 1930, a maioria dos clubes sofreu uma queda na bilheteria e, portanto, diferentes graus de dificuldade financeira. A média de público da 1ª. divisão caiu de cerca de 26 mil em 1927-8 para cerca de 22 mil em 1932-3.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (82-3) Os problemas eram graves sobretudo nas cidades apoiadas em uma só indústria em que tinha havido problema de desemprego, p.ex. em Blackburn, em Middlesbrough, em Swindon. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (83) Eventualmente o público ainda podia ser atraído para certos jogos-chave e houve clubes como o Sunderland que conseguiam manter um bom público mesmo estando em uma área pesadamente afetada pelo desemprego (48%), superando áreas com menos problemas como Sheffield (34% de desemprego). Talvez fatores não-quantificáveis tenham entrado em cena, como a suposta paixão inigualável do nordeste da Inglaterra pelo futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (83) Qual o impacto do econômico sobre o sucesso esportivo? Em alguns casos, foi a queda de renda por causa do desemprego que levou à saída da FL (Aberdare, Durham, Ashington, Merthyr, Nelson e Wigan). Deve-se salientar que muitas dessas cidades tinham populações tão pequenas tornando-as muito vulneráveis à crise financeira. Mas times maiores também enfrentavam esse problema: o West Ham foi rebaixado em 1932, o Newcastle e o Sheffield United em 1933 e o Blackburn em 1935, em parte devido à redução da capacidade econômica causada pela queda da bilheteria por um bom período. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (83-4) Todavia, a correspondência entre os dois fatores nunca foi precisa. O Everton conquistou o título em 1931 e 1939 e a FA Cup em 1933 em meio a um ambiente de desemprego bem acima da média nacional. Da mesma forma o Sunderland, que foi campeão em 1935 e da FA Cup em 1937 com uma média de desemprego duas vezes e meia maior do que a média nacional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (84) A temporada 1938-9 quase produziu uma relação inversa entre a situação econômica e o sucesso esportivo. Os campeões das 4 divisões, Everton, Blackburn, Barnsley e Newport, estavam todos situados em cidades enfrentando taxas de desemprego entre 20 e 30 por cento, à época em que a média nacional estava abaixo de 12%. Ao mesmo tempo, Leicester e Birmingham, ambos desfrutando de uma taxa de desemprego abaixo da média nacional, foram rebaixados para a 2ª. divisão. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (83) Como a performance do Arsenal demonstrou, a prosperidade era uma grande vantagem. Certamente não garantia o sucesso, entretanto, e a falta de prosperidade não necessariamente impedia o sucesso. O teto salarial, por pior que fosse, e a despeito das inúmeras formas pelas quais era driblado, fornecia alguma proteção aos clubes em áreas problemáticas, bem como a pura e simples lealdade dos torcedores. Os resultados obtidos por um clube eram geralmente ligados à possibilidade de se apoiar em uma base populacional substancial, boa administração de recursos escassos e boa utilização dos jogadores necessários àquele trabalho, mais do que ao peso das forças econômicas e sociais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iii] The Game (84-88)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (84-5) Sem dúvida a modificação mais importante das regras do jogo foi a alteração da lei do impedimento em 1925. Antes o jogador tinha que ter três adversários entre ele e o gol para estar em condição legal. Gradualmente desenvolvera-se uma “tática do impedimento”, em que um dos full-backs avançava para deixar o atacante impedido. Este recurso levou a uma diminuição dos gols marcados e a um aumento das interrupções enfraquecendo o espetáculo. Em 1925 a FA alterou a lei reduzindo para dois o número de adversários entre o atacante e o gol no momento do passe. O efeito foi imediato: o número de gols na temporada aumentou de 4.700 para 6.373.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (85) É claro que logo surgiram táticas para contrabalançar esta nova vantagem dos atacantes: o centre half, até então utilizado bastante como um atacante, começou a fixar-se mais como defensor, recebendo o nome de “stopper”. Isto foi combinado com a utilização de um homem de ligação no meio de campo, responsável por buscar a bola junto ao stopper e levá-la até o ataque. A nova formação foi chamada de “M/W”, com a defesa e o ataque se alinhando como os pontos dessas letras. Embora ninguém possa ser visto como o inventor desta nova formação, normalmente ela é associada com o Arsenal, que aperfeiçoou o novo esquema na década de 1930. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (85) A mudança na regra e as táticas utilizadas para contrabalançá-la, o que parece, tornaram o jogo mais rápido, encorajando os lançamentos longos ao invés do lento e metódico método do período anterior; a bola longa rápida lançada no campo do adversário dava a máxima vantagem aos atacantes segundo as novas regras. Claro que as defesas aos poucos melhoram, com a utilização do stopper e com o desenvolvimento de novas táticas de impedimento. Por volta de 1937-8, o número de gols marcados por jogo havia caído para menos de três pela primeira vez desde 1924-5.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (85-6) Outras<span style=""> </span>interessantes táticas e mudanças menores da regra ocorreram neste período. Uma delas foi o arremesso lateral longo, ao que parece desenvolvido nos anos 20 por Arthur Grimsell do Tottenham Hotspurs. Em 1924 passou-se a aceitar gols marcados diretamente da cobrança de corner [mais tarde “gol olímpico”]. Depois que um jogador do Everton, em 1925, marca um gol depois de vir driblando do corner sem passar a bola a ninguém, na temporada seguinte as autoridades proibem isso obrigando o batedor do corner a bater direto ou passar a bola. A partir de 1929 os goleiros (ao menos em teoria) passaram a ser obrigados a ficar parados à espera da cobrança do pênalti, só podendo mover-se depois do atacante bater na bola. E em 1939 a numeração das camisas tornou-se obrigatória.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (86-7) Provavelmente o jogo não era tão físico quanto fora nas décadas de 1880-90. Apesar disso, a maioria das equipes tinha ao menos um homem duro, o killer (matador) como era chamado à época, nenhum mais famoso do que Frank Barson do Aston Villa, que conseguiu ser expulso do jogo em sua homenagem. Em algumas ocasiões a intimidação física era adotada como tática para enfrentar adversários superiores. Os jogadores do Portsmouth, por exemplo, eram famosos por esquecerem da bola e irem no adversário.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (87) Alguns clubes tinham fama de jogarem duro, como o Wolverhampton Wolves de 1936-7, com 15 jogadores tendo sido advertidos (de um total de 17 na liga toda). Curiosamente, os times das divisões inferiores recebiam menos advertências do que os das duas primeiras divisões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (87-8) O autor acredita que o grau de preocupação com o excesso de faltas pesadas era aumentado por um contexto político em que a militância sindical era bastante atuante e havia um debate público aceso acerca de uma suposta diminuição da disciplina entre a classe trabalhadora. Nesses momentos, talvez os jogadores de futebol estivessem sob uma vigilância mais estrita e as reclamações contra a falta de pulso dos árbitros pode denotar a visão dos mesmos enquanto guardiões dos padrões públicos em tempos problemáticos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iv] Managing the game (88-91)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">- (88) O “secretary-manager” (lit. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Secretário-administrador)começou a se estabelecer no futebol por volta de 1900 à medida em que o jogo profissional gerava mais tarefas para os clubes. De início a maioria deles executava tarefas de administração e eram totalmente subservientes aos diretores. Aos poucos, no entre-guerras e sobretudo na década de 1930, esse relacionamento começa a mudar, o que levaria aos poucos o manager a ser o responsável pela contratação, escalação e treinamento dos jogadores. Ao mesmo tempo, a percepção pública do papel dos managers começa a se transformar, à medida em que a imprensa, em parte refletindo e em parte ajudando a construir a realidade, começa a falar dos clubes a partir da atividade dos managers [o que o manager disse, qual vai ser a tática, quem ele está querendo contratar etc].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (88) Os dois nomes mais associados a esta mudança são Herbert Chapman (Arsenal) e o Major Frnck Buckley (Wolverhampton Wanderers), ambos protótipos do manager profissional “tecnocrata”. Chapman, depois de levar o Huddersfield a ser tri-campeão em 1924-25-26, levou o Arsenal a vencer a FA Cup em 1930 e a liga em 1931 e 33, tendo morrido de pneumonia quando o clube estava a meio-caminho de conquistar um outro título da liga. Buckley, manager a partir de 1927, não conseguiu levar o Wolves [apelido do Wolverhampton Wanderers] ao título, mas fez dele um time bem sucedido e muito falado. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (88-9) N. Fishwick assinalou que os managers conseguiram mais poder em clubes onde os diretores não tinham uma tradição de grande envolvimento, ou onde o clube estava no meio de uma crise durante a qual a diretoria ficava feliz em ser dirigida. A última situação era certamente o caso no Huddersfield e no Arsenal. Neste último, o chairman Henry Norris tinha sido banido para sempre após a descoberta de irregularidades financeiras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (89-90) Os temperamentos de Chapman e Buckley eram bem diferentes: Chapman era “paizão” dos jogadores, que tinham enorme afeto por ele. Buckley era tipo disciplinador, mas era muito respeitado. Em comum, tinham algumas qualidades diferenciadoras: o mais crucial é que haviam conseguido obter autonomia em termos de escalação do time e tática. Chapman até mesmo vedava o acesso ao vestiário exceto aos jogadores antes do jogo começar. Seus métodos de treinamento,<span style=""> </span>especialmente no caso de Chapman, enfatizavam muito mais o controle de bola do que o normal. Ambos demonstravam grande preocupação com o bem estar dos jogadores, tendo Buckley construído uma estrutura paternalista que incluía um albergue para os jogadores mais jovens e instalações educacionais. Ambos tinham um enorme tino publicitário que reverteu em uma imagem positiva para eles e para seus clubes. Chapman, por exemplo, escreveu uma série de artigos para o Sunday Express explicando as táticas do futebol moderno e apoiando entusiasticamente causas como o uso de refletores, até sugerindo uma arquibancada com aquecimento caso isso pudesse tornar-se uma realidade comercial. Buckley ficou famoso ao dizer em 1935 que seus jogadores haviam recebido secreções de macaco para melhorarem suas performances.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (90) Obviamente, eles representavam apenas o início de uma tendência mais do que uma mudança completa. Muitos clubes bem sucedidos (e fracassados) continuaram a ser dirigidos por diretores ditadores mais do que por manager, e.g. bem sucedido Preston North End do fim da década de 1930. A diretoria do Newcastle escalou o time até meados da década de 1950. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (90-1) Este novo papel dos managers era bom para todos: os managers finalmente deixavam de ser meros funcionários e passavam a ter autonomia e prestígio (no caso de sucesso); os jogadores queriam trabalhar de perto com quem conhecia bem o jogo, enquanto a imprensa buscava ao mesmo tempo uma fonte de informação e um gancho “humano” para as matérias. Até os diretores viram os benefícios que um manager talentoso poderia trazer para o desempenho do time dentro de campo e seu valor como bode expiatório quando as coisas davam errado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[v] Administering the game (91-92)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (91) A composição social da FA e da FL mudaram pouco no período. Elas continuaram, sobretudo a FL, extremamente conservadoras durante todo o período. A FA continuou lutando duramente para preservar os valores essenciais do jogo diante do que ela percebia como vulgaridades do mercado. Isso levou a uma série de políticas de proteção, incluindo uma cerrada oposição às apostas, seja em forma de pools* ou loterias do clube, e igual posição em termos do uso de campos de futebol para corridas de cachorro, para jogos femininos, partidas aos domingos ou sob a luz dos refletores. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">* [nota do tradutor] Os <i style="">pools</i> eram apostas em conjuntos de jogos (parecido com a loteria esportiva) controladas por empresas e que eram extremamente populares junto à classe trabalhadora, inclusive junto a pessoas que não frequentavam os estádios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (91) A FA também mostrou ser contra a participação no desenvolvimento do futebol mundial, com alguns problemas de calendário e a recusa da FA em aceitar o pagamento pelas horas perdidas para os jogadores a participarem dos jogos olímpicos abacaram levando à saída da FIFA em 1920 e novamente em 1928. Essa segunda desfiliação levou a Inglaterra a não disputar as copas de 1930 e 1938, uma decisão que evitou uma avaliação da força real do futebol inglês.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (91) Entretanto a FA mostrou alguma flexibilidade no fim da década de 1930, principalmente quando Stanley Rous foi colocado como secretário em 1934, pois ele mostrou ter uma compreensão melhor do contexto social do futebol naquele momento, fato demonstrado entre outras coisas pelas boas relações que procurou manter com a BBC.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (91-2) O conflito entre amadores e profissionais que tanto atormentou a FA entre 1880-1914 não era mais uma questão central após 1918. O Rugby Union e o hockey absorveram os descontentes e a nova geração de jogadores dos times de “old boys” (ex-alunos das public schools) estavam mais de acordo com o futebol profissional do que seus antecessores. A equipe dos Corinthians, por exemplo, abandonou sua política de não jogar torneios onde houvesse prêmios em disputa e entrou na FA Cup pela primeira vez em 1923. E foram claramente uma grande atração, levando um público de 80.000 a um jogo contra o Newcastle em 1928. Eles ainda continuaram a ver a si próprios como os guardiões da boa esportividade. Diz-se que em 1930, quando da ausência do juiz, o capitão dos Corinthians jogou e apitou ao mesmo tempo, tendo na verdade marcado uma falta contra ele próprio a certa altura.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (92) De qualquer maneira, como as disputas na arena internacional demonstravam, a questão do amadorismo ainda estava viva. Periodicamente havia preocupações em termos de pagamentos e incentivos aos “amadores” do futebol <i style="">non-league</i> (i.e. de <u>outras</u> ligas que não a Football League, em teoria ligas de times amadores), levando a uma dramática crise em 1927-8, quando a FA suspendeu 341 jogadores e mais de 1.000 dirigentes de clubes da Northern League.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (92) Também houve manifestações culturais interessantes que sugerem que a FA não estava sozinha em seu intuito de fortalecer o ideal amador. O <i style="">The Times</i> continuava a cobrir amplamente os jogos amadores e em alguns almanaques os torneios amadores e seus resultados ainda eram listados <u>antes</u> dos profissionais. Novamente, como veremos no próximo capítulo, mesmo na cultura popular da época os amadores ainda continuavam a ser exaltados em detrimento dos profissionais. A sociedade ainda tinha suas reservas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span></span></b><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[vi] Playing the game: soccer stars, soccer slaves (92-95)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (92) O jogador profissional de futebol exerceu sua profissão debaixo de muito mais atenção por parte da mídia no período entre-guerras, o que teve considerável impacto em sua posição social e econômica. A década de 1930, sobretudo, viu os principais jogadores começando a tornar-se estrelas, embora de forma restrita se compararmos com o que ocorreu no final do século XX, mas de qualquer forma em um grau inédito até então. A exposição regular na imprensa popular em plena fase de crescimento, fotos coloridas nas capas das revistas de futebol, aparições em filmes de notícias e mesmo breves perfis feitos para o cinema tornaram um pequeno número de jogadores “figurinhas carimbadas”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (92-3) Podia ser grande a recompensa financeira proveniente deste interesse despertado para além do meio futebolístico estritamente falando. Diz-se que Bill “Dixie” Dean, centroavante do Everton, chegava a faturar 50 libras por sessão de fotografia para fazer propaganda de determinados produtos. Até mesmo jogadores das divisões inferiores, embora obviamente sem conseguir tanta remuneração quanto os astros da primeira divisão, desfrutavam de um novo patamar de prestígio nessa nova atmosfera.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (93) A isso devemos contrapor as restrições reais sob as quais o jogador profissional trabalhava. O teto salarial estava fixado em 9 libras por semana em 1920 e foi rebaixado para 8 libras em 1922, com a possibilidade de um “bicho” de 2 libras por vitória e uma libra por empate. Provavelmente apenas 20-25% dos jogadores conseguiam receber o teto e, como sempre, estavam em uma carreira que poderia terminar repentinamente por causa de contusão, perda da forma ou por problemas financeiros do clube.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (93-4) O sistema de retenção e transferência continuava a causar problemas: a maioria dos jogadores assinava contratos de um ano, renováveis em maio [fim da temporada]. Os clubes, especialmente aqueles com dificuldades financeiras, muitas vezes descartavam um jogador para depois recontratá-lo em setembro, evitando assim pagar-lhe salários durante as férias de verão. Os jogadores ainda ficavam presos aos clubes contra a sua vontade, caso o clube recusasse uma oferta de outro clube. Em uma outra manifestação desse sistema essencialmente feudal, os clubes podiam inserir cláusulas nos contratos que restringiam as atividades dos jogadores fora do campo também. Em 1924, Harold Gough, um veterano jogador do Sheffield United, foi sacado do time e colocado na lista de dispensados esperando transferência depois que comprou um pub em preparação para a sua aposentadoria, contrariando uma cláusula presente nos contratos dos jogadores do Sheffield, um clube ligado ao movimento contra a bebida e o jogo (temperance movement). O clube até mesmo solicitou a ele que reembolsasse todos os salários pagos a ele depois de obter o pub. E colocou sua “taxa de transferência” em um valor irreal de 2 mil libras, impedindo-o de jogar novamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94) Diante de tal sistema, o máximo que os jogadores podiam fazer era adotar o que na verdade era uma conduta pouco profissional, ou seja: não dar o máximo. E mesmo quando um jogador continuava a portar-se honradamente, uma má atuação enquanto rumores de transferência estavam no ar poderiam levar a insinuações. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94) Obviamente o protesto coletivo e as negociações da categoria eram outra opção. O Player’s Union [sindicato dos jogadores] continuava a tentar melhorar as condições de trabalho, mas não foi um período bom para o sindicato dos jogadores. A redução do teto salarial em 1922 foi um grande baque que levou à diminuição do número de jogadores sindicalizados, especialmente entre os jogadores que ainda não haviam se firmado e eram mais vulneráveis diante das pressões da diretoria, e que preferiam negociar diretamente ao invés de uma arriscada resistência.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94) Neste período, como diz Fishwick, o sindicato esteve mais para Cruz Vermelha do que para Exército Vermelho, prestando sobretudo auxílio legal aos jogadores que se aposentavam por contusão e buscavam compensações financeiras, ou eram aposentados à força pelos clubes em nome de contusões mas na verdade para cortar despesas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94) O número de associados aos poucos cresceu, passando de 398 em 1924 para 1.315 em 1935 e quase 2.000 em 1939. Isso deveu-se a um secretário bastante atuante (Jimmy Fay) e ao grau de descontentamento com o teto salarial e o sistema contratual. O final da década de 1930 assistiu a um aumento da militância e chegou a falar-se em greve no começo de 1939, levando a uma conversa improdutiva entre a Liga e o sindicato.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94) Apesar de todos esses problemas, ainda é tentador ver esse período como positivo, pelo menos para os jogadores que conseguiram manter-se titulares por algum tempo. Os ganhos financeiros obtidos com o futebol propriamente dito eram modestos, embora a qualificação de quão modesto dependa da comparação com outros grupos. Mesmo atores desconhecidos e de teatro de variedades recebiam mais do que os jogadores mais bem pagos. Alguns boxeadores e golfistas excepcionais recebiam bem mais, mas a profissão de jogador de futebol ainda era bem superior à de trabalhador manual de onde ele normalmente vinha. Em 1938, trabalhadores em construção civil bem qualificados recebia somente 3 libras e 10 shillings por uma semana de 47 horas de trabalho, enquanto um “peão” recebia 2 libras e 10 shillings somente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (94-5) Havia também os benefícios psicológicos e emocionais trazidos pelo jogo, tendo havido um ganho em respeitabilidade graças à imagem que a imprensa popular construía. Representações escritas e mais especialmente fotos, mostravam o jogador profissional de futebol como alguém respeitável, amigável, inocentemente alegre e trabalhando pesado. Os jogadores normalmente apareciam em fotos onde estavam treinando no campo, mas algumas fotos fora de campo mostravam homens bem trajados jogando golfe ou desfrutando de um momento de brincadeira ou em um alegre grupo familiar. Essa imagem provavelmente refletia verdadeiramente o estilo de vida e as atitudes da maioria dos profissionais mas, capturada por uma mídia cada vez mais poderosa, desempenhava seu papel em cimentar mais profundamente a boa imagem do jogo na cultura nacional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[vii] Women’s football (95-98)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (95) Um dos aspectos mais surpreendentes do período entre-guerras foi a emergência do futebol feminino. Tinha havido algum futebol feminino antes de 1914, sobretudo associado às alunas de public schools, mas a guerra e o período do imediato pós-guerra abriram oportunidades para que as mulheres de classe operária também jogassem. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (95-6) Muitas jogadoras parecem ter tido seu entusiasmo inicial despertado enquanto serviam à pátria trabalhando em fábricas de munições.<span style=""> </span>Foi certamente o que ocorreu com o time mais famoso do período, baseado em Preston, o Dick, Kerr Ladies, surgido a partir de um time informal formado para jogar contra um time de colegas operários (do sexo masculino) na fábrica de munições de Preston em 1917.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (96) O fim da guerra não pôs fim à vontade de jogar e por volta de 1920-1 o futebol feminino estava em pleno florescimento. Havia pelo menos 150 equipes femininas no fim de 1921, jogando sobretudo partidas amistosas com fins beneficentes. Os clubes principais, o Dick, Kerr, o Hey’s Ladies e o Bradford Brewery [fábrica de cerveja] chegavam a atrair públicos impressionantes. Em 1920, 53.000 pessoas foram ver o Dick, Kerr jogar contra o St. Helens em uma partida beneficente em Goodison Park [estádio do Everton], arrecadando 3.115 libras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (96) Obviamente, a função beneficente dos jogos ajuda a explicar esse grande público, e alguns provavelmente apareceram mais para mostrar desprezo do que para admirar o espetáculo atlético. O nível provavelmente não era muito alto em muitos casos, como era normal de se esperar neste estágio de desenvolvimento do futebol. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (96) Tudo isto, entretanto, não permite diminuir o engajamento genuíno e a habilidade de muitas jogadoras. Elas levavam o jogo extremamente à sério e treinavam duro, às vezes até com ajuda de profissionais homens.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (96) E havia sinais de que o jogo feminino estava se enraizando na cultura popular. O jornal <i>Football Special</i> começou uma coluna semanal chamada “Football Girl”. Jogadoras figuravam, mesmo que brevemente, na literatura de aventuras futebolísticas que existia naquela época. Em um desses livros, havia uma heroína chamada Nell que jogava no time da sua fábrica em Newcastle e envolvia assassinatos, chantagem, parentes perdidos e amor verdadeiro além de outras coisas. Um homem, quando convidado a assistir o jogo feminino diz o seguinte, resumindo os argumentos contrários:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“O quê, perder minha tarde vendo um bando de mulheres tentando jogar algo que elas desconhecem totalmente! Rá, rá, rá! Nem por um decreto, menina... Seria melhor se vocês deixassem o futebol para os homens, que sabem jogar, e vão namorar e casar como deve ser.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97) Talvez o mais interessante nesse livro seja o final, indicador das possibilidades reais do jogo feminino à essa época. Nell acaba se casando, como era inevitável, e com um empresário local que havia financiado uma liga feminina, e ela agradecia ao futebol por ter permitido alcançar este estado de graça.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97) Todavia ela não desiste de jogar por ter se casado, um fecho que seria até esperado em um livro com tema tão potencialmente problemático.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97) A situação real, todavia, era bem mais difícil do que a ficcional. Não fica claro se as mulheres percebiam suas atividades de alguma forma como um desafio consciente da hegemonia masculina, no esporte ou na sociedade em geral. De qualquer forma, mesmo o mero desejo de ampliar a sua vida recreativa encontrava uma forte oposição. O ataque mais efetivo veio da FA, cujas críticas foram subindo de tom durante o ano de 1921. Em 5 de dezembro de 1921 a FA finalmente anunciou que os times femininos não poderiam usar o campo (e os estádios) dos times masculinos a ela afiliados [quase todos os clubes de futebol ingleses, profissionais e amadores].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97) Esta medida foi desastrosa para o futebol feminino, retirando de uma só tacada as instalações necessárias e a credibilidade que o uso dos campos dos clubes masculinos proviam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97) A oposição da FA baseava-se em afirmativas de que as mulheres estavam sendo pagas para jogar (se isso fosse verdade, indica o quão sério o jogo estava se tornando), e que os recibos dos jogos beneficentes estavam sendo falsificados pelos organizadores, para outros propósitos nada beneficentes. Na verdade esses argumentos eram apenas a racionalização de preconceitos bastante arraigados. O secretário geral da FA, Frederic Wall, sempre fora contra o jogo feminino, depois que assistira a um jogo em 1895 e concluíra que “o jogo não foi feito para elas”. A circular da FA que acompanhava o banimento em dezembro de 1921 mostrava um sentimento similar, com o conselho da FA afirmando sentir-se “impelido a expressar sua forte opinião de que o jogo é bastante impróprio para mulheres e não deve ser encorajado.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- O jogo feminino, é claro estava sendo vítima de um processo histórico bem mais amplo no qual muitas das conquistas sociais e econômicas das mulheres durante a I GM estavam sendo revertidas rápida e propositalmente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (97-8) Nem todos, contudo, condenavam o jogo feminino. O tamanho dos públicos, o interesse expressado pela literatura popular e, o que talvez seja ainda mais significativo, a ajuda dada por profissionais sugere a existência de um considerável interesse e simpatia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98) Seria também errôneo assumir que toda a oposição vinha dos homens. Algumas médicas reciclaram velhos avisos acerca dos perigos para as mulheres do exercício excessivo, ao mesmo tempo em que em um nível mais mundano porém mais problemático, algumas jogadoras não eram apoiadas por membros femininos da família e por suas amigas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98) Seja lá qual fosse a fonte da oposição, a decisão da FA enfraqueceu<span style=""> </span>fundamentalmente o jogo feminino no seu nascedouro. Um certo número de equipes conseguiu continuar, usando estádios que não estavam sob a jurisdição da FA; é revelador que campos de rugby frequentemente estivessem disponíveis.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98) As Dick, Kerr Ladies conseguiram excursionar aos Estados Unidos com muita publicidade e sucesso em 1922 e uma Ladies Football Association foi fundada em dezembro de 1921 para tentar reverter a desdita que se abatera sobre o futebol feminino. Entretanto, embora o futebol feminino não tenha desaparecido, ele perdeu a penetração que ele havia rapidamente conquistado. E teria que esperar até o final da década de 1960 para reemergir de forma significativa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[viii] Watching the game (98-102)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98) O público do futebol no período entre-guerras era proveniente de um arco social bem mais amplo do que antes. Mason sugere que foi nesta época que o jogo começou a ser assistido por “representantes de todas os setores da classe operária mais ou menos na mesma proporção”. Também é provável que a torcida de classe média tenha crescido neste período. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98) Para o torcedor de classe operária, todavia, o comparecimento regular aos jogos ainda não era algo totalmente garantido: mudanças mínimas nas condições econômicas podiam alterar dramaticamente os hábitos de lazer. O preço da entrada mais barata subiu primeiramente para 9d. (9/12 de shilling) em outubro de 1917 devido à taxa sobre entretenimento que seria cobrada dos clubes durante meio século e depois para um shilling imediatamente após a guerra. Andrew Davies assinalou que mesmo trabalhadores especializados regularmente empregados em Manchester na década de 1930 podiam ter dificuldades em pagar a entrada. Isso era mais problemático para aqueles que haviam se mudado para cidades-satélite e casas da prefeitura em torno da cidade, onde os aluguéis mais altos e os custos de transporte pesavam no orçamento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (98-99) O torcedor desempregado, por mais resistente que fosse, tinha problemas especialmente sérios. Durante a primeira onda de desemprego depois de 1920, parece que alguns clubes teriam oferecido ingressos mais baratos para os desempregados, apesar da oposição da FL. Durante os primeiros anos da década de 1930, os clubes das áreas mais afetadas pelo desemprego fizeram uma enorme pressão sobre a FL para permitir esta política, que nunca alcançava o quorum de 2/3 necessário à modificação nas reuniões gerais da FL. Na verdade por interesse financeiro, os clubes contrários alegavam que isto era injusto com o torcedor pobre e que o sistema poderia gerar abusos. O único consolo oferecido (e que era interessante financeiramente para os clubes) era a permissão para reduzir o ingresso dos jogos dos reservas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (99) O quanto os desempregados sentiam esta perda é demonstrado pelo entusiasmo com que retornavam ao jogo quando podiam: quando o Merthyr Town abandona a FL e ingressa na FL que permitia ingressos de apenas 2d. a média de público subiu de 500 para 4.000 em 1932. Em Liverpool, os desempregados alinhavam-se nas calçadas em dias de jogos para ver os torcedores (que podiam pagar) indo ao jogo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (99) Muitos comentaristas afirmam que a presença das mulheres no público aumentou no período do entre-guerras. Há pouca comprovação, embora seja óbvio que as mulheres iam ao jogo e que algumas podiam desempenhar um papel de destaque na cultura dos torcedores. O principal símbolo da torcida do Blackburn Rovers na final da FA Cup de 1928, por exemplo, era Mrs Catteral, que assistiu ao jogo com um canário azul e branco em uma gaiola azul e branca. As mulheres claramente desempenhavam um papel de destaque nas celebrações cívicas do sucesso futebolístico. Elas estavam bem representadas na multidão que apareceu para recepcionar o Blackburn Rovers em 1928 (e desmaiaram em grande número segundo uma reportagem) e “as mulheres predominavam” na multidão de 50 mil pessoas que apareceu no final da tarde para receber o time vitorioso do Preston em 1938.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (99) A cultura torcedora não mudou muito no período. Alcançava o auge de colorido, embora não fosse tão espontânea, nas viagens organizadas pelos clubes de torcedores. Estes eventos tornaram-se mais frequentes neste período e parecem ter institucionalizado uma dimensão carnavalesca. O álcool ajudava bastante nesse sentido. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (100) Ao que parece os torcedores ainda cantavam nos terraces, muitas vezes fazendo paródias de músicas populares.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (100) O lado mais agressivo também estava presente. Jornalistas e managers regularmente criticavam as ofensas dirigidas aos jogadores da casa que iam desde menções irônicas a erros recentes até a hostilidade aberta. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (100) O futebol nunca esteve totalmente livre da desordem pública e este período não foi exceção. Na década de 30, três clubes tiveram seus estádios fechados após desordens: Queens Park Rangers (1930), Millwall (1934) e Carlisle (1935). Parte dos torcedores do Millwall desfrutavam da reputação de desordeiros na década de 1930. Houve inúmeros outros incidentes e punições, como a proibição da FL a rapazes frequentarem o estádio do Bradford City em 1921 depois que um juiz foi agraciado com pedradas e cascas de laranja.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(100) O número de policiais à mão para os jogos principais – o Sheffield Wednesday colocava mais de 100 nesses casos – demonstra que havia pelo menos a crença de que houvesse um potencial para desordem. Entretanto, a maioria dos comentadores vê este período como relativamente pacífico. Como foi demonstrado em um estudo específico, a frequência com que um hábito relativamente inócuo como xingar os jogadores era reportado sugere que agora as menores manifestações se destacavam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (100-1) Também é significativo que os dois maiores episódios que geraram preocupação pública quanto ao comportamento dos torcedores aconteceram em 1919-22 e no fim da década de 1930, moldados por fatores contextuais que talvez tenha levado o problema a ser exagerado. O período 1919-22 coincide com a grande preocupação acerca de uma suposta diminuição da disciplina causada pela onda de militância sindical na indústria após a I GM e a segunda com uma campanha determinada da FA para melhorar o status e a imagem do jogo. Na maior parte das vezes, o público torcedor era descrito como tendo um comportamento no qual “o entusiasmo não era incompatível com o auto-controle”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (101) Por outro lado, os clubes de torcedores parecem ter se tornado um traço mais frequente do futebol no entre-guerras. A National Federation of Football Supporters' Clubs, fundada em 1926-7, tinha cerca de 150.000 sócios individuais em 1934. Seus líderes eram sobretudo da classe média-baixa e média-média e estes clubes viam-se como servidores dos clubes mais do que grupos de pressão agindo em nome dos torcedores. O slogan da federação era “Para ajudar e não para atrapalhar”, indicando esse propósito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (101) As duas maiores funções dos clubes de torcedores eram levantar dinheiro e fornecer mão-de-obra gratuita para a melhoria dos estádios. Para alguns clubes isto significava a diferença entre sobreviver e desaparecer. Muitas melhorias de estádios não teriam acontecido sem eles. Os torcedores do Luton Town arrecadaram 20 mil libras (1,5 milhões de libras em 1995) para tais melhorias na década de 1930 e esta cifra não inclui a mão-de-obra que disponibilizaram.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (101) Uma função complementar era policiar o resto da multidão e em geral educar os torcedores para que adotassem bons hábitos esportivos. O clube dos torcedores do Bradford City, por exemplo, em 1922 promoveu palestras sobre “Juízes” e sobre “As leis do jogo”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (101) Todo este esforço em troca de muito pouco controle sobre os assuntos do seu clube ou do futebol em geral. Os torcedores só tinham direito a assentos na diretoria em ocasiões excepcionais, enquanto a FA parece ter reconhecido muito pouco estes atos de sacrifício dos torcedores. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (101-2) Mas o que é ainda mais surpreendente é que, na maior parte, estes torcedores demonstraram pouco interesse em desafiar o status quo ou em assumir um papel de influência em termos das direções que o esporte ia tomando. Isto pode ter sido o resultado da presença do elemento de “policiamento” já notado acima. Chegou-se a sugerir que o clube de torcedores tornou-se próximo a “uma conspiração para reformar o comportamento da classe trabalhadora” e esta mentalidade deve ter superado a possibilidade de desenvolver outros projetos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (102) A longo prazo, todavia, o desejo de ajudar e de não atrapalhar reflete a profunda força que os clubes exerciam em suas comunidades. As pessoas ingressavam em um clube de torcedores e contribuíam para ele da mesma forma que as pessoas entrevam na Igreja, no Partido Trabalhista ou no clube dos trabalhadores. Era uma causa e, para muitos, poder ajudar era recompensa bastante, especialmente se criava a possibilidade de pelo menos algum contato pessoal com diretores, managers e jogadores.<o:p></o:p></span><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></b><span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-44751774805914786952008-09-23T08:44:00.000-07:002008-09-23T08:46:57.416-07:00Torneio de Seven de Rugby na UFF neste fim de semanaOi, pessoal, para quem quiser ver como se joga rugby de verdade, neste fim de semana (27 e 28 de setembro) haverá um torneio nacional de seven (rugby com 7 jogadores de cada lado, mais rápido do que a modalidade tradicional) no campo de "futebol" da UFF no Campus do Gragoatá. Mais informações no site da UFF Rugby: http://www.uff.br/uffrugby .<br /><br />um abraço a todos,<br /><br />AlvitoMarcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-84942758946984473962008-09-17T08:02:00.000-07:002008-09-17T11:29:10.766-07:00Esquema do texto 7: Russell, capítulo 3 (COMPLETO)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Capítulo 3: Football and its fans, 1888-1915. pp. 55-75. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[i] Crowd size and social structure (55-57):</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (55) O público aumentou quase continuamente a partir de 1880 e embora só tenhamos estimativas parece ter havido saltos significativos no final da década de 1890 e novamente c. 1906. Em 1905-6, somente Newcastle e Aston Villa tinham médias de público superiores a 20 mil, enquanto em 1913-4, 15 clubes haviam alcançado essa marca.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (55) Embora os salários reais fossem geralmente mais altos entre 1900-13 do que na década de 1890, a tendência geral para o período foi de estagnação e declínio. Enquanto as finanças pessoais permaneciam sendo um fator importante para os hábitos de lazer, o aumento dos públicos depois de 1906 sugere que o futebol tinha se tornado um hábito que as pessoas estavam mais dispostas a adotar e do qual estavam menos dispostas a abdicar, mesmo que isto significasse ficar sem outros prazeres ou mesmo passar necessidades.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (55) Richard Holt argumentou que a lealdade ao time superava a maioria das considerações extra-econômicas, afirmando que o clima ou a colocação na tabela ficavam em segundo plano diante do desejo de comparecer, apoiar seu time e identificar-se com milhares que sentiam a mesma coisa. Certamente o Chelsea, o Everton e o Liverpool experimentaram um aumento de público no período pouco antes da I GM mesmo com más temporadas, sugerindo que o sucesso do time não era necessariamente um fator importante para atrair os torcedores. Holt não parece estar tão correto quando se trata do clima. Frio ou chuva excessiva são geralmente as explicações oferecidas para um pequeno público por jornalistas locais e parece que as pessoas se importavam bastante com seu desconforto e, o que é mais importante, com os possíveis efeitos médicos de ficarem encharcados em terraces geralmente sem nenhuma cobertura, a ponto de se precaverem minimamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (55-6) A maioria dos torcedores ia assistir aos jogos “em casa”. Considerações econômicas limitavam os jogos na casa do adversário aos clássicos locais. Grupos de torcedores, todavia, podiam preparar viagens no caso de importantes confrontos na FA Cup, principalmente no caso da final, e normalmente havia uma viagem anual em que um grande número de torcedores viajava para um jogo a alguma distância de casa. Preparativos para tais eventos normalmente eram levados a cabo pelos recém-criados “clubes de torcedores”, que parecem datar dos clubes escoceses desse tipo, ou dos clubes de economias para viajar, da década de 1880.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (56) A documentação relacionada à composição social do público antes de 1914 é fragmentária, mas podemos pintar um quadro razoavelmente claro. Em termos de classe social, os públicos da FL eram predominantemente compostos pelos trabalhadores especializados e pelas classes médias baixas, embora Mason sugira a possibilidade de que tenha havido um aumento dos trabalhadores semi-qualificados depois de 1900. Os grupos sociais abaixo desse nível eram excluídos pelo preço da entrada. Em 1890 a FL, possivelmente para tentar limitar o acesso dos torcedores mais pobres (e supostamente mais arruaceiros) aumentou o preço mínimo do ingresso para um valor relativamente alto se comparado a outras formas de lazer popular: praticamente o dobro do ingresso do music hall e mais do que o dobro do cinema. Menores e mulheres normalmente pagavam meia entrada. De início as mulheres entravam de graça, uma prática que permaneceu na Escócia, mas os clubes ingleses logo reverteram essa prática quando as mulheres começaram a aparecer em grande número implicando em uma perda significativa de renda: o Preston North End aboliu a gratuidade depois que duas mil mulheres apareceram para um jogo em abril de 1885.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (56) Dados os preços, alguns torcedores só podiam acompanhar seus clubes de longe. Embora minoritário dentre o público, havia um grupo significativo de torcedores de classe média, normalmente situado na arquibancada principal, tipo de construção que começou a aparecer na década de 1890. Na frase de Mason, eram uma ilha burguesa em um mar de rostos de classe trabalhadora. Em 1905, o Chelsea colocou 61.000 do público de 70.000 nos terraces [onde os torcedores ficavam em pé], enquanto em Craven Cottage [estádio do Fulham], no mesmo ano, havia 40.000 lugares em terraces para apenas 5.000 na nova arquibancada coberta que o clube orgulhosamente anunciava como “absolutamente segura no caso do mais terrível tempo [no sentido de clima]”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (56-7) O público tendia a ter entre 18-40 anos. Torcedores mais jovens talvez fossem excluídos pelo preço enquanto os mais velhos o preço se somava aos problemas de saúde. Os propagandistas de hoje que falam em um ‘retorno’ da ‘família tradicional’ ao jogo, quando pais e filhos assistiam ao jogo juntos em grandes números, claramente conhecem pouco da história do jogo antes de 1950. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (57) A grande maioria do público era do sexo masculino. As mulheres iam aos jogos, mas sua frequência deve ter diminuído a partir do fim da gratuidade na década de 1890 e à medida em que os estádios se tornavam mais cheios e menos confortáveis. É bem possível que moças de classe trabalhadora e mulheres adultas estivessem mais presentes nos jogos da FA Cup, particularmente como torcedoras dos clubes visitantes. Isso deve-se à natureza especial destes jogos, que acabam sendo uma espécie de festa ou feriado, legitimando a presença feminina. É significativo que muitos observadores tenham notado a juventude das torcedoras de classe trabalhadora. O lazer das mulheres casadas sofria restrições práticas e ideológicas – falta de tempo livre, a noção de que o divertimento era o prêmio do provedor, preocupações com o “comportamento respeitável” e com a “boa maternidade”. Muitas mulheres, é claro, não tinham nenhuma vontade de comparecer, felizes com o espaço que a ausência dos maridos criava para tarefas domésticas ou para um breve período de descanso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] Crowd culture (57-63)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (57) Estudou-se talvez exageradamente o hooliganismo e os problemas de desordem, sendo necessário atentar para os comportamentos “normais” da torcida. O primeiro ponto é que mesmo nos populares terraces, não havia somente um estilo de torcer. O público do futebol era um amálgama de várias sub-culturas essencialmente masculinas. Como veremos brevemente, alguns mostravam propensão para violência, alguns jogavam, outros xingavam. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (57-8) Em Burnley, quando de jogos mais disputados, o público gritava para os jogadores socarem os adversários, arrancarem suas pernas e coisas ainda piores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (58) Ao mesmo tempo, o repórter de um jogo entre N.ForestxBradford City em 1911 assinalou que o público visitante cantou um hino ao som do acordeão anntes do jogo começar. Ou seja, embora este último comportamento fosse menos frequente, as culturas “rudes” e “respeitáveis” (como são chamadas) misturavam-se no estádio. Na verdade, é bem possível que determinados indivíduos transitassem entre uma e outra durante os noventa minutos, de acordo com a oscilação dos sentimentos. É importante reconhecer estas diferenças, porque generalizações amplas sobre <i style=""><u>o</u></i> torcedor de futebol têm atrapalhado o debate acerca do jogo desde o fim do século XIX e os historiadores têm que ser cuidadosos para não endossar estereótipos que pouco ajudam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (58) Isto não significa negar a existência de um certo tipo de atmosfera nos estádios, nem de determinados tipos de comportamento e costumes. Nos terraces pelo menos o resultado era uma rica mistura de cor, barulho e humor, baseado em uma intrigante mistura de expressões e formas culturais populares tradicionais e recém-estabelecidas. Dentre as tradicionais estavam as cores dos times, as fitinhas e rosettes, as matracas de assustar corvos e os tambores e outros instrumentos ocasionalmente utilizados. Por outro lado, muitas das canções e slogans foram tomados de empréstimo das músicas mais tocadas no music hall. Seria interessante conhecer mais sobre a emergência de determinados estilos e hábitos de torcer. O historiador oficial do Liverpool, por exemplo, afirma que o uso de cores, rosettes e cachecóis só se tornou comum em Anfield por volta de 1907. A documentação nesta área é bastante fragmentária, mas poderia iluminar as mudanças em termos da base geracional e de classe do público de futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (58-9) Determinados públicos exibiam traços distintivos e características próprias. No mínimo em termos de determinadas canções e cantos. Na década de 1890, p.ex., os torcedores do Sheffield United adotaram uma música de bebida do music hall, “Rowdy Dowdy Boys” [rapaziada da pesada], enquanto os torcedores do Southampton desenvolveram aquilo que um jornal local chamou do seu canto com um distintivo “Yi! </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Yi! Yi!”. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Costumes e ocupações locais eram celebrados por mascotes hiper-decorados e os times parecem ter gostado de adotar apelidos que enfatizavam conexões e idiossincrassias locais. Deve ter havido outras manifestações de culturas clubísticas distintivas para as quais os pesquisadores do jogo a nível local devem estar atentos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (59) O jogo proporcionava muita coisa aos torcedores: a partida em si (geralmente) fornecia excitação, espetáculo, cor e som. Era um foco para a semana, um fim agradável para uma semana de trabalho para aqueles que quase literalmente saíam do trabalho para o campo assim que o turno de sábado terminava; era um ponto estável em um mundo muitas vezes incerto. Para aqueles com um nível razoável de dinheiro disponível para o lazer, o futebol estava no centro de uma prática cultural do fim de semana que ia muito além da duração do jogo. A partida podia ser precedida ou seguida de uma visita ao pub, onde os torcedores das aldeias próximas geralmente emendavam a ida ao jogo com uma visita ao teatro de variedades ou ao cinema. Uma enorme gama de apostas ligava-se ao futebol, enquanto toda uma cultura colecionadora já tinha começado por volta de 1900. A maioria dos clubes produzia cartões dos jogos e por volta de 1914 alguns dos clubes principais produzia programas abundantemente. Os primeiros cartões de futebol agregados a maços de cigarros começaram a ser produzidos no final de 1890, enquanto cartões postais tornam-se comuns praticamente a partir do momento em que o cartão-postal padrão emergiu em 1899.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (59-60) Em um outro nível, um certo número de comentaristas assinalou que os torcedores podiam (e podem) desfrutar de uma sensação de controle, ou pelo menos uma bem realista esperança de gratificação imediata por conta do seu envolvimento com a equipe. Enquanto os sistemas políticos, econômicos e teológicos nem sempre são confiáveis e muitas vezes balançam a terra prometida longe do alcance, o futebol oferecia mesmo ao torcedor do time mais fraco uma esperança razoável de gratificação imediata em termos de vitória, de um incidente excitante ou de uma jogada de classe. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (59-60) Ironicamente, gritar e xingar, até mesmo chorar, era neste contexto uma forma racional de comportamento. Muitos contemporâneos e muitos historiadores chamam este rico conjunto de prazeres de “escapismo” ou de um antídoto à “monotonia da vida cotidiana”. Certamente há algo disso, mas é inútil parar neste nível inicial de análise. Além do fato de que este tipo de raciocínio baseia-se em presunções acerca da vida cotidiana de indivíduos sobre os quais, em grande parte, nada sabemos, é também uma subestimação da centralidade do esporte na vida de muitas pessoas. Até que os especialistas admitam que as atividades de lazer das pessoas não eram somente uma atividade marginal ou ornamental, e sim frequentemente uma parte definidora da sua existência, a função da recreação e da cultura popular não serão entendidas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (60) Não surpreende que na atmosfera frequentemente febril gerada por esta cultura, os torcedores algumas vezes se entregassem àquilo que os contemporâneos descreviam como “rebelião”, “desordem” ou “hooliganismo”, um termo cunhado após os feriados de 1898. Enquanto muito do histérico jornalismo das décadas de 1960-70 e alguma sociologia estimulante mas a-histórica do mesmo período afirmava que a violência no futebol era um fenômeno novo, hoje em dia nenhum especialista em futebol sério nega a existência de tais incidentes no período anterior a 1960. Hoje está claro que no período até 1914 e depois, havia toda uma série de incidentes que incluía invasões de campo, ataques a jogadores e juízes-bandeirinhas, a destruição de parte do estádio e a luta entre grupos rivais tanto dentro quanto fora dos estádios. Histórias de juízes fugindo de estádios a correr e de cidadãos respeitáveis perseguidos por gangues são uma fonte de histórias quase prazerosas por datarem de 80-100 anos atrás, mas os piores incidentes eram assustadores para os envolvidos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (60) P.ex. : os jogadores do Preston North End e os juízes foram atacados por uma multidão de 2.000 quando da sua vitória sobre o Aston Villa por 5x1 em 1885. Os torcedores do Villa, aparentemente irritados por uma disputa entre dois jogadores e por um comentário feito a eles por um jogador do Preston, atacaram os visitantes e a barraca onde eles trocavam de roupa, forçando os mesmos a escaparem de qualquer maneira para uma carroça que foi estacionada junto à barraca. Eles foram perseguidos durante um tempo por uma multidão que jogava paus, pedras, lama e qualquer objeto disponível. Um jogador do Preston afirma que ficaram cobertos com uma chuva de cuspe. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (60) A desordem futebolística mais espetacular do período foi a ocorrida em 1909 no Ibrox Park, em Glasgow. A multidão, enfurecida pela não ocorrência de uma esperada prorrogação ao fim de um empate em uma final da Copa da Escócia, invadiu o campo, destruíu as redes e os gols, queimou as bilheterias encharcando-as em whisky e brigou dentro de campo com a polícia e com os torcedores do outro time. Mais de 100 pessoas ficaram feridas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (61) Aonde há desacordo entre os especialistas é no que diz respeito à frequência, escala e significado social destes eventos. Eram eles uma aberração pouco frequente originária de problemas relacionados ao jogo, ou eram incidentes comuns que manifestavam tensões e forças sociais mais profundas na sociedade inglesa? Em termos da 2ª. opinião, muitos comentadores concordam que a rivalidade local, em parte reforçada e em parte gerada pelo futebol, realmente fornecia o combustível para algumas explosões de desordem. Maus bofes realmente existiam na década de 1890 entre torcedores de Blackburn e Darwen, por exemplo, e entre os de Preston e Burnley. Para além deste ponto, todavai, tem havido muito debate. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (61) Talvez a posição mais conservadora neste assunto seja a de Tony Mason, que se diz surpreso com o caráter pacífico da multidão em geral, mantida em ordem confortavelmente por meia-dúzia de policiais à pé e pela falta de um significado maior destes incidentes isolados, quando ocorriam, fora do contexto futebolístico.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (61) Wray Vamplew em um importante artigo, se mostrou um pouco mais impressionado com a escala do problema e mais convencido de que estas perturbações pudessem refletir tensões sociais mais amplas. Apesar disso, ele ainda parece perceber as perturbações como atípicas e mais frequentemente relacionadas a incidentes futebolísticos específicos como adiamentos inesperados ou má arbitragem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (61) Uma posição bem mais radical está presente no trabalho dos pesquisadores de Leicester, os quais concluíram que, embora não fosse a norma “não há dúvida de que a desordem causada pelo público era um problema de consideráveis proporções e neste período e que nenhum dos historiadores que estudaram o tema chegou perto de assinalar a escala em que isto ocorria”. Extrapolando a partir de pesquisa local baseada sobretudo em jornais de Leicester, combinada com o uso de registros da FA, eles afirmam que houve mais de 4.000 incidentes de hooliganismo nos diversos tipos de futebol entre 1894-1914, com picos entre 1894-1900 e 1908-14. Eles também mostram uma vontade bem maior do que os outros pesquisadores em relacionar o hooliganismo com as questões sociais mais amplas, sugerindo, por exemplo, que haveria uma ligação entre as explosões de violência no futebol e a presença na multidão de gangues de jovens, os chamados ‘scutlers’ ou ‘peaky blinders’ que existiam em um certo número de áreas urbanas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (61-2) Há dois problemas-chave a serem enfrentados por estudiosos deste campo: documentação histórica e definição. Se nós nos apoiamos em documentação “oficial” da FA, então certos incidentes, especialmente aqueles que ocorriam longe do estádio, tendem a ser ignorados, levando a subestimar seriamente o problema. Por outro lado, se o enfoque de Leicester é adotado fazendo uma busca intensiva nos jornais locais com o objetivo de registrar todo e qualquer incidente de desordem, há o perigo de colocar lado a lado incidentes de larga escala e eventos relativamente triviais, exagerando a dimensão total do problema.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (62) Aqui também é central a questão da definição. O “hooliganismo” era e ainda é, uma categoria grandemente subjetiva: seu caráter escorregadio e vago é que fornece poderosos argumentos aos lobbies da lei e da ordem. Meia dúzia de sujeitos gritando na rua podem ser descritos como hooligans por um morador assustado residente perto de um campo, mas podem não significar quase nada para um policial que testemunhou uma rebelião de grande escala e que está acostumado a policiar o centro da cidade à noite. Dependendo das inclinações do jornalista e do jornal, este incidente seria registrado pela imprensa da época como “hooliganismo” ou mera falta de educação, ou até totalmente ignorado. Em uma época de “pânico moral” diante da cultura jovem poderia receber atenção; em outros períodos poderia ser ignorado. A questão torna-se ainda mais complicada pelo fato de que vitorianos e eduardianos [de 1837-1914], ou pelo menos suas forças policiais, embora altamente preocupados com a lei e a ordem, provavelmente tinham uma tolerância maior para com um certo grau de desordem dentro e em torno dos eventos esportivos do que a existente nos últimos 30 anos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (62-3) Uma série de reportagens no <i style="">Bradford Daily Telegraph </i>e no <i style="">Yorkshire Observer</i> a partir de 1911, acerca da viagem do Bradford City a Nottingham e sobre a visita de torcedores do Burnley a Bradford no sábado seguinte, é útil ao nosso debate. Estas reportagens fornecem um grau pouco usual de descrição detalhada e comentário. Estes relatos sem dúvida teriam atraído a atenção da polícia após 1965, mas à época não parecem ter atraído algo além de alguma irritação junto a pessoas de classe média e críticas moderadas da imprensa da época. Tais comportamentos incluíam derramar cerveja no bolso do casaco de um torcedor adversário, correr dentro de campo para divertir os amigos, arremessar cascas de laranja, banana e pedaços de terra sobre o mascote visitante, bagunça em restaurantes e empurrões nos transeuntes que passavam na calçada. Até onde se sabe, as únicas prisões vieram de um incidente em um pub de Nottingham onde alguns “jovens” (na verdade em torno dos 25 anos) foram presos por roubarem copos. Em nenhuma ocasião parece ter havido nenhum relato de problemas à FA. A linguagem utilizada pela imprensa é especialmente interessante. O <i style="">Daily Te</i>legraph era certamente mais crítico na sua edição de 2ª. feira do que fora na edição de sábado à tarde – sobretudo das <i style="">torcedoras</i> do Burnley. O <i style="">Observer </i>[a edição dominical do jornal liberal <i style="">The Guardian</i>] registrou a afirmativa do prefeito de Nottingham de que os eventos do sábado havia sido uma vergonha para todos os torcedores de futebol, de Bradford ou de qualquer outra cidade. Entretanto, na maior parte da sua cobertura, ambos os jornais adotaram um tom gentil, quase jovial, com o <i style="">Daily Telegraph</i> vendo “algo irresistivelmente infantil” sobre o contingente de Burnley. Como o historiador trabalhando com o registro destes incidentes na imprensa interpreta estes eventos que são hooliganismo segundo o padrão de muitas pessoas no século XX mas claramente eram uma questão menor para os contemporâneos?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (63) Acima de tudo, por todas estas razões, medir definitivamente o problema é impossível. <b style="">Talvez a melhor conclusão seja de que o hooliganismo, definido como <i style="">“a explosão de violência real”</i> não era normal, mas era bem</b> <b style="">mais frequente do que normalmente se pensa. Ademais, a maioria dos jogos transcorria em uma atmosfera bastante turbulenta e um certo grau de violência ou agressão estava sempre prestes a aflorar em jogos em que os torcedores tinham uma rivalidade forte</b>. É perfeitamente possível que o problema do hooliganismo tivesse sido mais grave caso as circunstâncias econômicas permitissem aos torcedores viajar mais. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (63) Provavelmente a maioria dos incidentes era deslanchada por incidentes dentro de campo ou relacionados à organização dos jogos, mas a presença de um número significativo de jovens atentos à possibilidade de se divertirem ou de uma aventura tornava as desordens mais prováveis. <b style="">Nós certamente não desprezamos a possibilidade da existência de uma “sub-cultura hooligan” já nesta época</b>. Um grupo deste tipo parecia estar ligado ao Leeds Parish Church Rugby Club. Após um incidente em 1890 quando um juiz teve que escapar da torcida da casa pulando uma cerca e pegando um barco para atravessar o rio antes de se refugiar numa casa, os dirigentes da Yorkshire Rugby Union admitiram que outros cinco juízes tinham se recusado a apitar esta partida e reconheceram que o clube tinha que lidar com torcedores particularmente difíceis. É perfeitamente possível que pesquisas de cunho local gerem documentação semelhante a respeito de clubes de futebol. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iii] Interpreting the fan (63-72)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style="">i.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Gender (63-64)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (63-4) Torcer para um clube de futebol claramente envolvia a construção e expressão de identidades e crenças que tinham ressonância muito além da arena esportiva. Uma função indubitável do futebol era sua capacidade de construir e articular certas noções de identidade masculina. Muito da síntese de R. Holt acerca do papel geral do esporte pode sem dúvida ser aplicado especificamente ao futebol:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“<i style="">O esporte sempre foi um território masculino reservado com sua própria linguagem, seus ritos de iniciação, seus modelos de verdadeira masculinidade, sua intimidade de companheirismo. Fazer amizades com outros homens e manter comunidades maiores ou menores de homens foram o objetivo primeiro do esporte. As mulheres foram banidas para as margens literal e metaforicamente, exceto por uma minoria</i>.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (64) O futebol proporcionava um local aonde os homens podiam escapar das obrigações domésticas e familiares, uma fuga que, por conta dos imperativos econômicos que ela salientava, ajudava a definir o seu status como o cabeça da família. Dava a eles uma linguagem, um dialeto que poderia ser utilizado astuciosamente para excluir as mulheres ou até mesmo os homens alheios às atrações do jogo. Também fornecia assunto de conversa para cimentar as relações entre os homens que caso contrário teriam pouco em que se basear, e que ofereciam uma distração útil em relação aos temas emocionais, sociais e políticos, bem mais problemáticos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style="">ii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Place (64-68)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (64) Uma segunda contribuição importante para a identidade social derivava do papel central do futebol em modelar as afiliações à localidade e à região, um tema que só recentemente começou a receber a devida atenção por parte dos historiadores. O futebol confirmava o sentimento de “ser de Bolton ou Blackburn, Bury ou Sheffield”. A ênfase de Holt na capacidade do futebol de fornecer “cidadania simbólica”, um sentimento de pertencimento a uma comunidade que não era mais facil de conhecer e manejar, é especialmente útil neste ponto. “<i style="">Em um mundo em que a produção industrial e a vida urbana cortaram os vínculos com a vida mais íntima e humana do passado... torcer por um time de futebol oferecia um sentimento tranquilizador de ser parte de algo mesmo que a multidão em si mesma fosse composta por pessoas em sua maioria estranhas umas às outras</i>.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (64-5) Tudo isto nos leva para o instigante território da “comunidade imaginada”, onde noções idealizadas de comunidade produziam poderosos mitos através dos quais as pessoas expressavam suas esperanças e aspirações. Em um ensaio original focado no norte da Inglaterra, Jeffrey Hill mostrou que a celebração dos feitos esportivos, especialmente da forma que era estruturada pela imprensa local, continha um elemento muito poderoso de profecia que se auto-cumpre. Isso era evidente, por exemplo, quando jornais descreviam a multidão recepcionando os times que haviam vencido copas como se esta representasse essencialmente uma única comunidade. Este quadro generalizava uma imagem da comunidade que parecia buscar esconder as desarmonias realmente existentes no interior da mesma.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (65) Aceitar o argumento de Hill não significa aceitar que as formas de consciência territorial fossem meras invenções. Os mitos que as sustentavam eram enraizados em uma experiência histórica vivida. Entretanto o simbólico aqui deve ser tão levado em conta quanto o “real”. Muito do que veremos a seguir estará em um nível meramente descritivo. Os historiadores futuros devem procurar explorar estas idéias e, em particular, examinar as maneiras pelas quais os diferentes grupos manipulavam estas linguagens para obter benefícios sociais e políticos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (65) O sentimento de orgulho local, cívico, nunca era mais intensa e graficamente expressado do que em celebrações após vitórias na FL e na FA Cup, ironicamente, tão frequentemente alcançadas através de jogadores sem nenhuma conexão local. O padrão da celebração cívica já estava bem estabelecido por volta do fim de 1880 e continuou assim até a década de 1960, pelo menos. Os ingredientes centrais, quase lugares-comuns do repertório cívico, envolviam a recepção triunfal da equipe na estação de trem, geralmente com uma banda ou mais tocando “Vejam o retorno do herói conquistador” de Handel, um desfile pela cidade e, finalmente, um jantar público em que dignatários cívicos agradeciam ao time por trazer tal honra para a comunidade. Conseguia-se mobilizar grandes multidões representando uma amostra significativa da população local nestas ocasiões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (65-6) Alcançar um nível de sucesso necessário para ativar uma celebração deste tipo era algo que muitos times não conseguiam e cabia à imprensa local a tarefa cotidiana de estimular o patriotismo cívico esportivo. Isto podia ser conseguido de várias formas além de meramente exaltar o sucesso local. Feitos de cidades locais podiam ser menosprezados. Da mesma forma, os jornais locais sempre eram ansiosos defensores da honra dos representantes locais, como o <i style="">Preston Herald</i> em 1895, que depois da derrota para o Millwall por 9x1, defende os jogadores de acusações de embriaguês dizendo que eles estavam cansados da viagem, sem falar na violência do Millwall e na má arbitragem que teria sido responsável por pelo menos quatro gols.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (66-7) Muito do que se disse é especialmente relevante para pequenas cidades em que um único clube emergia como uma força dominante por volta da década de 1880 e assim tornava-se o representante externo da cidade. As questões eram mais complicadas nas grandes cidades. Por volta de 1914, é claro que Londres, mas também Birmingham, Bradford, Bristol, Liverpool, Manchester, Nottingham, Sheffield e as Potteries [Stoke City] eram todas comunidades potencialmente tão divididas quanto unidas pelo futebol. Nestas parece que fatores geográficos e organizacionais, mais do que sociais, políticos ou culturais, estruturavam os padrões de escolha dos torcedores. Em Bristol, p.ex., o Bristol City era basicamente um clube da parte sul da cidade enquanto o Bristol Rovers (então fora da FL) era um clube da parte nordeste. Mesmo em Liverpool não há fundamento na hipótese de que a rivalidade Liverpool x Everton fosse baseada em uma oposição religiosa e sim na saída do Everton de Anfield e na criação do LFC por John Houlding, proprietário do campo. Nem tampouco há diferença social entre os torcedores de Liverpool e Everton.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (67) Todavia, mesmo em cidades onde as lealdades eram apaixonadamente divididas, um forte sentido cívico ainda poderia ocorrer, como em 1906 em que um jornal de Liverpool celebra a conquista da FL pelo Liverpool e da FA Cup pelo Everton com um cartum em que os capitães dos dois clubes estão de braços dados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (67) Mas nem sempre o nascimento em um local determinava torcer para um determinado clube. A adesão à equipe local tornou-se bem menos importante a partir da década de 1960, mas é possível que já no início do século XX alguns indivíduos optassem por ignorar os laços locais. A preferência por uma equipe vizinha vencedora sobre um modesto time local pode ter motivado esse tipo de coisa. A oportunidade de torcer por um “grande” time ao invés de ou ao mesmo tempo que um time local era maior em Londres, onde o Chelsea, talvez o Tottenham e no final do período o Arsenal foram protótipos dos times atraentes que surgiram após a década de 1960. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (67) Em 1913 o Arsenal mudou-se para Islington não somente para ligar o clube a uma base de apoio mais ampla representada pelas comunidades de classe trabalhadora do norte de Londres, mas também por conta da proximidade de estações de metrô ampliando a base de apoio ao clube. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (67) O Chelsea foi um clube “inventado”, tendo entrado na liga antes de reunir um time. Sua grande vantagem residia no grande estádio de Stamford Bridge, o qual, embora situado em uma área já servida pelo Fulham, tinha sua entrada principal perto de uma estação de trem e podia, da mesma forma que o Arsenal, atrair torcedores bem longe da área próxima. O grande público atraído pelo clube que assinalamos no capítulo anterior é presumivelmente em parte explicado por isso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (68) O patriotismo local podia, é claro, agir como um ponto de partida para a construção de lealdades e afiliações mais amplas. Embora a identificação com a localidade imediata exercesse a influência mais forte, as rivalidades locais eram frequentemente suspensas ou ignoradas o suficiente para permitir a emergência de vários tipos de identidade regional. No momento, a maior parte do que conhecemos diz respeito à chamada divisão “norte-sul”. A dominação da FA Cup por times do norte da Inglaterra levava à invasão quase anual de Londres por torcedores nortistas, permitindo que os jornalistas dessem vazão à discussão das supostas diferenças entre os mal definidos norte e sul. Estas diferenças há muito que estavam estabelecidas nas representações culturais populares. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (68) Os escritores do norte sublinhavam o complexo de superioridade, o esnobismo e o grande contraste entre riqueza e pobreza existentes no sul, comparando-os com a decência, simplicidade, a curiosidade e bom senso que atribuíam a seus conterrâneos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (68) A mais famosa descrição dos nortistas feita no sul é do Pall Mall Gazette em 1884, referindo-se aos torcedores do Blackburn Rovers: “uma incursão de bárbaros do norte... lancastrianos de sangue quente, línguas afiadas, rudes e prontos pra briga, de deselegante aspecto e fala. Uma tribo de árabes sudaneses a vagar pelo centro de Londres não atrairia mais curiosidade nem divertiria mais.” Esta descrição, na verdade escrita pelo filho de um dirigente do Rovers, não se sabe se para se vingar do seu pai ou da sua cidade natal, é um exagero útil da visão do senso comum acerca dos provincianos em geral e dos nortistas em particular, fossem ou não torcedores de futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (68) Os torcedores do norte contra-atacavam com seus próprios mitos. Um dizia respeito à maior “disposição” [<i style="">hardness</i>, literalmente resistência, dureza] dos times do norte, uma extensão da crença comumente expressa na cultura popular do norte na superioridade inata de áreas onde a riqueza era criada por trabalho “real” (i.e. de natureza física) ao invés de seja lá qual fosse o empreendimento invisível que tornava o sul tão rico. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (69) Havia também a crença entre os torcedores nortistas e principalmente entre os do nordeste de que eles eram mais apaixonados e tinham maior conhecimento de futebol do que os torcedores do sul.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (69) Afirmativas deste tipo, logicamente, são impossíveis de serem testadas de alguma forma concreta. Seja lá qual fosse a realidade, estes mitos deveriam despertar a atenção dos historiadores, pois fornecem <b style="">importantes exemplos de como a Inglaterra provincial expressava sua oposição ao sul, à capital em particular, através do recurso ao terreno simbólico do esporte e da cultura</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (69) O estudo da identidade regional ainda está na sua relativa infância e é importante reconhecer que um conjunto de atitudes, ao invés de uma atitude única poderiam ser expressadas. Identidades regionais mais restritas e identidades de classe mais amplas coexistiam de maneiras muito interessantes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style="">iii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Class (69-72)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (69) Enquanto os historiadores estão amplamente de acordo com a capacidade do futebol de construir identidades relacionadas ao gênero e à geografia, houve bem menos acordo quando examinam o papel do jogo em refletir e construir a consciência de classe. O principal foco tem sido a natureza da auto-expressão e identidade própria da classe trabalhadora, uma questão central para historiadores sociais nas últimas três décadas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (69-70) Correndo o risco de simplificar o debate, de um lado temos escritores que argumentam que o futebol estava essencialmente nas mãos da classe dominante, conhecedora e manipuladora, que controlava o jogo segundo seus próprios interesses, portanto negando autoridade à classe trabalhadora tanto no contexto esportivo quanto no contexto social mais amplo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (70) Tischler, baseado em Jean-Marie Brohm (para quem o esporte espetáculo é uma forma de absorver e neutralizar tensões sociais), alega que o futebol comercial-profissional, assim como outras atividades controladas e financiadas pela burguesia, criava uma válvula de escape que liberava as tensões geradas pelo capitalismo industrial, sem ameaçar a manutenção das estruturas da sociedade. Ele até mesmo é contra a designação do futebol como um esporte da classe trabalhadora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (70) Outros autores, por sua vez, não ligados ao marxismo, afirmaram que o jogo foi, até certo ponto, apropriado pela torcedores de classe trabalhadora, que impuseram a ele sua própria visão de mundo. Desta maneira, eles evitaram o triunfo das ambições da classe dominante e talvez ainda tenham aguçado seu sentido de identidade de classe e de interesses de classe. Stephen Jones, p. ex., sublinhava a capacidade de pensamento e ação independentes da classe trabalhadora, argumentando que na esfera do lazer popular os trabalhadores “<i style="">não eram cordeiros a serem sacrificados pela dominação e pela iniciativa capitalistas... o proletariado, em suma, descobriu no esporte possibilidades para atingir e fazer avançar seus próprios interesses.</i>” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (70-1)De maneira semelhante, <b style="">o sociólogo John Hargreaves, em última instância percebendo o futebol como dominado pela burguesia enfatizou a maneira pelq qual os torcedores de classe trabalhadora investiram o jogo com seu próprio caráter e transformaram-no de certa maneira em um veículo de expressão de valores opostos aos da tradição atlética burguesa</b>. Particularmente, sublinha: <b style="">a torcida apaixonada, a obsessão pela vitória, a suspeita e geralmente o desdém pela autoridade constituída, a ausência de respeito às regras oficiais, a solidariedade mútua como a base do trabalho de equipe, a preferência por recompensas monetárias aos esforços e um hedonista elemento festivo “vulgar”</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (71) <u>Avaliação do autor</u>: Embora possamos questionar até que ponto algumas destas características eram especificamente da classe trabalhadora, este argumento tem algo de verdadeiro. A nova cultura do público de massa rejeitara muito da ideologia basicamente de classe média que orientara a revolução esportiva de meados do século XIX. <b style="">A classe trabalhadora inegavelmente pegou aquilo que tinha sido pensado como uma escola de instrução moral e o transformou em um teatro popular</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (71) Embora tal ação, consciente ou não, possa ser vista como tendo até certo ponto negado as ambições ideológicas da elite, não é claro até que ponto isto representa uma vitória popular da escala que é implicada em alguns relatos. A mudança no sentido de interpretar a cultura popular como um espaço de “resistência” da classe trabalhadora ao controle ideológico dos grupos dominantes tem sido uma excitante e importante tendência no interior da História Social desde 1970. Contudo, há sempre o perigo de que esta interpretação vá muito longe e que, nas palavras de um crítico, nós sejamos levados a investir as ações dos praticantes da cultura popular de um poder ou de um conhecimento excessivos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (71) Focando por um momento puramente as relações de poder no interior do futebol, embora as classes trabalhadoras houvessem conseguido se impor, elas exerciam pouco controle real sobre o jogo. Podiam exercer influência (p.ex. rebelando-se contra o preço dos ingressos em 1909 em Leicester), mas normalmente os torcedores sequer eram consultados, e não há muitas evidências de que o quisessem. Os torcedores parecem ter sido bastante passivos. Enquanto autores como Tischler certamente subestimam a capacidade popular de ação e pensamento independentes, eles estão certos ao perceber que o poder do esporte estava em mãos sobretudo burguesas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (71-2) Ampliando o debate para a arena social mais ampla, é claro que é extremamente difícil estabelecer vínculos diretos entre o esporte e a cultura popular. Nós podemos especular – e devemos fazê-lo – mas é praticamente impossível encontrar documentação.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (72) É difícil discordar do comentário de Mason de que o futebol ajudava os indivíduos a se localizarem no interior dos grupos sociais e que, por volta de 1914, jogar e assistir ao jogo havia se transformado em uma dessas coisas que os trabalhadores fazem. Neste sentido, <b style="">talvez o jogo ajudasse a modelar um sentimento de classe, mas não necessariamente um que se traduzisse em um determinado programa político ou que demonstrasse uma hostilidade frente a outros grupos</b>. O futebol, então, talvez gerasse uma consciência de classe mais do que uma consciência classista. Além disso é difícil afirmar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (72) Como é geralmente o caso com este tipo de debate, o mesmo tipo de material pode servir de suporte a teses opostas. O barulho e a festa dos terraces podem, por exemplo, ser vistos como prova do controle popular do jogo, da autonomia e da resistência da classe trabalhadora, mas podem igualmente ser vistos como fornecendo uma válvula de escape que permitia o gasto de energias que poderiam ser direcionadas ao radicalismo político e sindical. Na verdade, poder-se-ia até argumentar que servia a estes dois propósitos ao mesmo tempo. Na verdade, a interpretação vai depender grandemente da postura política de cada historiador.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iv] Football and its place in society (72-75)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (72) Qual a posição ocupada pelo futebol profissional na vida nacional inglesa em 1914? O quão ‘respeitável’ o jogo havia se tornado e quão seguro era seu lugar na cultura nacional? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (72) O futebol, e na verdade a cultura popular em geral, eram em muitos sentidos um alvo fácil, sendo culpados por muita coisa. As igrejas, lutando para manter seu rebanho em meio a uma época tumultuada para a religião organizada, bem como os partidos e as organizações políticas, especialmente as de esquerda, eram uma fonte notável de reclamações contra o esporte. A competição pelo público estava na origem da questão, é claro. Como já foi notado, muitos que pertenciam a grupos esquerdistas acreditavam que o esporte era um elemento de alienação, afastando os torcedores do caminho político, enquanto os porta-vozes da igreja viam nele características contrárias aos objetivos e prioridades cristãs. Em 1900 um pastor congregacional de Bournemouth expressou esta visão ao dizer que “<i style="">para ele o profissional de futebol era uma monstruosidade. Deus não havia criado a vida para ser gasta chutando uma bola de couro por aí. Era uma perversão do sentido divino da vida.</i>” [</span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">J</span></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (73) Mais críticas eram feitas por aqueles preocupados com a boa forma da raça imperial, um tema de debate nacional no fim do s. XIX e início do XX. Criticava-se sobretudo o fato da maioria somente assistir ao invés de praticar o jogo. A extrema direita, por sua vez, criticava em geral aquilo que chamamos hoje de “cultura de massa”: o music hall, o cinema em seus primórdios e a literatura eram criticados da mesma maneira e geralmente ao mesmo tempo em que o futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (73) O problema para o historiador, todavia, é determinar até que ponto estas críticas eram típicas. Seria preciso submeter as fontes à crítica, fazendo uma análise de conteúdo detalhada de uma ampla gama de jornais da época para testar essa tendência anti-futebol.<span style=""> </span>Muitas vezes as fontes são analisadas apenas parcialmente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (74) Em uma análise final, <b style="">certamente a partir do século XX o nível de apoio ao jogo entre as diferentes classes sociais é mais forte do que o nível de hostilidade</b>. Ironicamente, provas escritas detalhadas disso são mais difíceis de achar do que as que demonstram hostilidade. Como sempre, as maiorias silenciosas são mais difíceis de achar do que as minorias barulhentas. Em geral, os que apoiavam o jogo nas classes “respeitáveis” ofereciam apoio sobretudo através de ações do que palavras; afinal, o futebol não poderia ter atingido o nível de atenção pública que conseguiu sem um apoio significativo junto às classes média e alta. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (74) Como já notamos, políticos locais e nacionais estavam cada vez mais ansiosos para se associarem ao sucesso futebolístico. Os empregadores ajudavam ativamente dando permissão aos jogadores semi-profissionais para que treinassem ou jogassem. Em certas ocasiões, as fábricas eram fechadas para permitir o comparecimento da torcida em jogos cruciais, normalmente partidas de desempate em confrontos da Copa da Inglaterra jogados durante a semana. Tais ações podem ter sido um reconhecimento defensivo e relutante da ameaça do absenteísmo em massa encapsulada no presumido slogan dos torcedores, “se o seu trabalho interfere com o futebol, abandone o trabalho”, mas é bem possível que os empregadores compartilhassem o sentimento da importância do jogo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (74) Outra prova da importância do futebol é fornecida pelo fato de que, talvez pela 1ª. vez, os industriais e homens de negócios do norte ao menos podiam ser celebrados por sua contribuição esportiva ao menos no mesmo grau que por sua carreira política ou comercial. <b style="">O maior feito do futebol ocorreu em 1914, quando o rei Jorge V esteve presente à final da FA Cup, a primeira vez em que o evento era dignificado com a visita oficial de um membro da realeza. Embora não fosse adepto do futebol, o rei e seus conselheiros foram todavia astutos o suficiente para perceber que a monarquia, ao abraçar, mesmo que levemente, a cultura popular, fazia algo bastante recomendável para o propósito de firmar uma prática “democrática”. Sua visita teria sido impossível se o lugar do futebol na sociedade não estivesse garantido</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (75) Poucos meses depois o jogo enfrentou seu mais sério teste com a irrupção da I GM em setembro de 1914. A Rugby Football Union suspendeu a nova temporada quase imediatamente. A temporada de cricket havia praticamente terminado. A FL e a FA, todavia, continuaram, levando a acusações de comportamento anti-patriótico em um momento de crise nacional. Alguns críticos se apressaram em atacar o futebol e o escândalo de um jogo Liverpool-Manchester com resultado arranjado por pelo menos 4 jogadores em abril de 1915 não ajudou nem um pouco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (75) Todavia, embora a campanha anti-futebol tenha sido poderosa, ela pareceu restringir-se essencialmente ao sul da Inglaterra. Novamente as narrativas norte-sul, professional-amador pareciam emergir. Os que atacavam o futebol ignoravam propositalmente os muitos serviços prestados pelo jogo aos esforços de guerra. Os jogadores de futebol agiram como oficiais de recrutamento, através do exemplo e da exortação e os estádios foram utilizados como centros de recrutamento em dias de jogo. No final da temporada de 1915, a virtude patriótica, combinada com uma séria queda nas bilheterias causada pela guerra, levou à suspensão do campeonato da FL, e à improvisação de uma competição regional que seria a única forma de futebol profissional até 1919. A campanha contra o futebol profissional tinha tido algum sucesso, com um certo número de escolas de 2º. Grau <span style=""> </span>passando-se para o Rugby Union durante e depois da guerra em reconhecimento à postura patriótica dos seus dirigentes em 1914. <b style="">Mas o futebol sobreviveu ao teste. Ele estava por demais enraizado para ser enfraquecido significativamente por inimigos ativos, poderosos, mas na verdade bastante isolados</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style=""><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style=""><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-63767844549651248232008-09-08T01:35:00.000-07:002008-09-11T15:55:01.628-07:00Esquema do texto 6: Russell, capítulo 2 (COMPLETO)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing. </span><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Capítulo 2</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";">: The making of the national game, 1888-1914. pp. 30-54.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[i] Prólogo (30):</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (30) O futebol estabeleceu-se como um elemento importante da cultura esportiva entre 1875-85, mas cresceu dramaticamente nos vinte e cinco anos posteriores. O número de clubes filiados à FA passou de 1.000 em 1888 [era de apenas 50 em 1871] para 10.000 em 1905 e 12.000 em 1912. A final da FA Cup de 1888 teve 17.000 espectadores [2.000 em 1872] e 120.081 em 1913. A Football League começou com doze clubes e teve 600.000 espectadores na primeira temporada em 1888-9, em 1905-6 já tinha 20 clubes na primeira divisão e público de 5 milhões. Em 1913-4 o público subira para 8.778.000. Os clubes mais importantes atraíam públicos superiores a 5 mil para jogos de equipes reservas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (30) Uma indústria modesta mas em expansão estava ligada ao futebol: como se depreende dos anúncios da revista Sports Trader de 1912, havia pelo menos duas indústrias produzindo redes (de gol) em Bridport (Dorset), nas Midlands (centro da Inglaterra) havia duas fábricas especializadas na produção de roupas esportivas e pelo menos uma firma em Kettering (cidade especializada na produção de calçados) concentrava-se fortemente na produção de chuteiras de futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (30) Mas o exemplo mais exuberante do impacto do futebol está na natureza e no conteúdo da imprensa: a edição especial do jornal de futebol no sábado à noite, iniciada no início da década de 1880, agora era encontrada na maioria das cidades nos anos de 1890, enquanto o espaço dedicado ao futebol na imprensa crescera enormemente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (30) Seria impossível superestimar o impacto do futebol àquela altura em termos sociais, culturais e econômicos. Em 1875 o jogo era ainda basicamente para uma elite diletante (que dispunha de lazer); <b style="">em 1914, estava no coração da cultura masculina da Inglaterra</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[ii] The game and its organization (31-34)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) Neste período houve uma série de mudanças nas regras que aumentaram o apelo do jogo junto aos espectadores, ou por tornar o jogo mais aberto ou por diminuir a incerteza quanto às decisões dos oficiais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) As redes tornaram-se obrigatórias em 1892, diminuindo a disputa em torno da ocorrência ou não do gol;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) No início não havia um juiz e sim dois umpires, um apontado por cada lado, a quem os jogadores apelavam quanto ao que ocorria em campo [ou seja, os jogadores tinham que reclamar a marcação de uma falta, cabia aos umpires decidir, um de cada lado do campo]. Em 1871 é introduzido um árbitro neutro (referee, o nosso “juiz”) que passava a resolver (do lado de fora) as disputas entre os umpires. Em 1891 o árbitro passou a ficar dentro do campo e em 1894 passou a ter o controle do jogo, tendo os umpires virado bandeirinhas (linesmen). Com isso diminuíam as interrupções e atrasos que causavam irritação aos espectadores e jogadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) em 1891 foi introduzido o pênalti, irritando profundamente os amadores, para quem a nova legislação presumia que os jogadores fossem capazes de “roubar”. Ainda no século XX havia times de “old boys” que se recusavam a bater pênaltis.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) Em 1912, o goleiro, que até então podia pegar a bola com as mãos até o meio-campo, agora só podia fazê-lo no interior da grande área.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) Em termos táticos, no fim da década de 1880 a maioria das equipes havia adotado uma formação básica 2-3-5 (2 full backs, 3 half back e 5 forwards). Em 1914 o jogo ainda era bastante “físico”, mas já reconhecível por um observador moderno.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34-5) O <b style="">estabelecimento da Football League em 1888</b> foi extremamente importante para o desenvolvimento do futebol profissional. A Liga era <b style="">basicamente um mecanismo pensado pelos clubes mais importantes para proteger seu considerável investimento em termos de capital e gastos com recursos humanos</b>. Antes de 1888, os clubes jogavam vários torneios tipo copa [i.e. estilo “mata-mata”, eliminatórios] e um grande número de “amistosos”. Não era um sistema que proporcionasse estabilidade: nas copas uma eliminação precoce tinha consequências financeiras desastrosas e muitas vezes os confrontos eram tão desequilibrados que tornavam-se pouco atrativos (e.g. Preston North End 26x0 Hyde em 1887). Ao mesmo tempo, amistosos eram cancelados caso uma proposta mais interessante surgisse [ou o time avançasse inesperadamente em uma copa]. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (35-6) A Football League foi formada por iniciativa de um comerciante de tecidos que fazia parte do comitê do Aston Villa, William MacGregor. Em 17 de abril de 1888, em Manchester, um grupo de 12 clubes (dentre os melhores do país, Russell chega a falar em “controle de qualidade”) concordam em criar uma competição [por pontos corridos, ida e volta, todos contra todos]. Preocupados com a segurança financeira, levaram em conta não somente o aspecto técnico, mas também a escolha de clubes capazes de atrair grandes públicos (e rendas). A região da indústria têxtil do Lancashire e as Midlands forneceram a maioria dos clubes, que foram os seguintes: Preston North End, Aston Villa, Wolverhampton Wanderers, Blackburn Rovers, Bolton Wanderers, West Bromwich Albion, Accrington, Everton, Burnley, Derby County, Notts County e Stoke.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (33) De início houve problemas de organização: o Accrington chegou uma hora atrasado para seu primeiro jogo (contra o Everton) e o Stoke chegou ao campo do Preston North End com apenas 9 jogadores, pois um perdera o trem e outro fora contratado por outro clube durante a viagem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) Apesar disso, embora a FA Cup ainda fosse vista como “o campeonato do futebol inglês”, o campeonato da Football League foi visto como um sucesso considerável.<span style=""> </span>Tanto que logo outras ligas foram formadas, copiando o sistema, uma delas, a Football Aliance, incorporada como 2ª. divisão em 1892. Em 1905 a Football League já tinha 40 clubes. No fim do século XIX o país todo estava dividido em ligas, profissionais, semi-profissionais e amadoras, provendo uma estrutura competitiva que seria fundamental para a expansão do futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (34) Claro que havia competição (nem sempre limpa) entre as diferentes ligas, com a Football League tomando uma atitude firme de boicotar as ligas que jogavam sujo, contratando jogadores e se recusando a pagar taxa de transferência. Dez clubes, sobretudo mas não somente baseados em cidades pequenas, tiveram que renunciar à Football League antes de 1915 devido a problemas monetários. Isto aconteceu sobretudo (mas não somente) na década de 1890, quando ainda estava havendo a delicada montagem de uma infra estrutura financeira. De qualquer forma, a liga havia demonstrado ser uma estrutura viável e com credibilidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iii] The national game: the geography of soccer (35-38)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (35) Duas características marcantes das mudanças na distribuição espacial do futebol entre 1885-1914: <b style="">a crescente penetração em antigos bastiões do rugby</b>, especialmente (mas não somente) no norte da Inglaterra, e <b style="">o crescimento do futebol profissional no sul</b>. Exemplo do primeiro processo no distrito têxtil de West Yorkshire (Bradford, Leeds, Halifax, Huddersfield).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (35-6) A que atribuir esta expansão do futebol? Em certa medida às vantagens apontadas no capítulo 1 em termos estruturais para o público. Além disso o rugby projetava uma imagem elitista e conservadora na Rugby Football Union (a mais antiga) e tinha problemas organizacionais e financeiros na Northern Union (criada em 1895, para acomodar o profissionalismo). Muitos clubes haviam trocado de associação de rugby e a Northern Union havia mudado as regras na esperança de atrair, mas acaba confundindo os espectadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (36) Três fatores importantes para explicar a crescente penetração do futebol:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. <b style="">O papel da educação estatal</b>: esportes de equipe passaram a complementar as aulas de educação física (antes somente de exercícios) por volta de 1880 e em meados de 1890 o futebol era o preferido entre os esportes de inverno. Suas vantagens: regras relativamente simples; podia ser jogado em superfícies duras como aquelas de muitas escolas sem campos gramados; era mais conveniente e comparativamente seguro para jovens mal nutridos e subdesenvolvidos fisicamente encontrados nas escolas públicas [não é tradução de public schools, que eram escolas privadas]. Assim as escolas tornam-se semeadoras da expansão do futebol no final do século XIX e início do XX.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. <b style="">Segunda força de “nacionalização” reside na imprensa</b>: jornais nacionais, jornais esportivos como o <i style="">Athletic News</i> (1875) e jornais locais fizeram muita propaganda do jogo (e.g. Bradford, onde o estabelecimento do futebol profissional em 1903 deve-se em grande parte ao correspondente de futebol do <i style="">Yorkshire Sports</i> Saturday special.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. <b style="">Iniciativas astutas da Football League no sentido de encorajar o desenvolvimento do futebol em áreas antes tradicionalmente ligadas ao rugby</b>, admitindo clubes modestos (Woolwich Arsenal) e até ainda em formação (Leeds City e Hull City).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (36) Embora o rugby ainda tenha se mantido forte em algumas áreas, por volta de 1914 e <b style="">talvez já em 1906, o futebol já havia se estabelecido como o esporte nacional de inverno</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (37) <b style="">Popularidade crescente do futebol no sul da Inglaterra</b>. Popularidade retardada pela forte oposição ao profissionalismo em algumas associações do sul. O Arsenal foi o primeiro time profissional em 1891, depois seguido pelo Millwall e pelo Southampton. Em 1914, havia apenas 6 clubes dentre os 40 clubes da Football League [15%]. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (37) Mas na verdade já havia uma forte cultura futebolística no sul, particularmente em Londres, com competições oferecidas pela Southern League que, embora com um nível inferior às da Football League, proporcionavam um certo número de confrontos atrativos, permitindo ao mesmo tempo poupar despesas de transporte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (37-8) Alguns clubes do sul, sobretudo os de Londres, tinham torcida numerosa. Mesmo antes de entrar na Football League, o Fulham (FL em 1907) e o Tottenham (FL em 1908) atraíam públicos de mais de 20.000 para algumas partidas, o que era superior a alguns clubes da 1ª. divisão da Football League. Em 1913-4, os dois clubes com mais público na F.L. eram o Chelsea (média de 37.105, tendo ficado em 8º. Lugar no campeonato) e o Spurs (média de 28.020 tendo ficado em 17º. Lugar). O Chelsea foi o time com maior média de público em 5 de 8 temporadas entre 1907-8 e 1914-5, incluindo 1909-10 quando caíram para a 2ª. divisão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (38) Ou seja, embora os melhores times em termos de resultados ainda fossem encontrados no núcleo inicial do futebol (norte da Inglaterra), o futebol havia estabelecido um público de massa na capital, onde a sua grande vantagem em termos de população estava afinal se fazendo sentir.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iv] Football’s personnel (38-52)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style="">i.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Administrators (38-42)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (38) Afora a colaboração diante de um inimigo comum como no caso do sindicato dos jogadores, a <b style="">FA e a Football League</b> (<u>doravante</u> <b style="">FL</b>) <b style="">sempre</b> <b style="">tiveram uma relação marcada pela tensão e pelo conflito</b>. A FL aceitava a posição da FA como órgão geral do futebol inglês, mas defendia ferrenhamente a autonomia na sua esfera. A FA, por sua vez, aceitava a relativa autonomia da FL mas mantinha uma pressão constante no sentido de minimizar o elemento comercial no futebol da FL e no futebol profissional em geral. Havia também divisões internas, já que havia um número crescente de dirigentes compartilhados pelas duas associações. Mas <b style="">podiam perceber-se claras diferenças em termos de filosofia e culturas</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (38-9) A FA estava particularmente ansiosa para controlar o sistema de<span style=""> </span>transferência de jogadores que seus membros consideravam desagradável, envidando muitos esforços nesse sentido entre 1899 e 1904. Quando ocorre a primeira transferência a alcançar 1.000 libras em 1905, a FA tenta impor um teto de 350 libras para todas as futuras transferências. Mas isso prova-se impossível de fiscalizar e o esquema é abandonado em 3 meses. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (39) A FA também tentou controlar salários e bonificações, impondo um teto salarial e banindo as bonificações em 1900, inicialmente contra a vontade da maioria dos clubes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (39) Outras medidas da FA contra a comercialização: restrição dos dividendos dos clubes a 5% a partir de 1896, forte condenação às apostas em jogos de futebol e uma campanha determinada no sentido de relembrar aos profissionais o seu papel em uma relação entre senhor e servidor (ou servo).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (39) Neste último sentido, seu comportamento dentro e fora do campo era vigiado: ainda em 1923, Charles Buchan, um profissional que era capitão do selecionado inglês em um jogo contra a França, foi repreendido por ter feito o aparentemente desrespeitoso gesto de apertar a mão de um companheiro amador da sua equipe. Buchan também lembrou que o funcionário da FA recusou-se a pagar os jogadores as suas despesas até que estivessem a salvo no navio que os levaria para casa, informando Buchan que “estou determinado que eles cheguem em casa com dinheiro no bolso”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (39) Embora o conflito entre a FA e a FL não possa nunca ser reduzido a uma simples questão de um conflito entre uma elite sulista (composta de nobres e profissionais liberais) versus uma classe de homens de negócios (incluindo industriais e comerciantes) do norte e do centro da Inglaterra, as diferenças sociais nestes termos sempre estruturaram a relação entre os dois órgãos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (40) Pelo menos até certo ponto, as diferenças filosóficas e práticas entre estes dois órgãos baseavam-se nesta diferente origem social. A vontade apresentada pela FL de abraçar ao menos alguns valores e procedimentos da indústria profissional do lazer deriva da cultura competitiva e orientada para os negócios das suas figuras mais importantes. Por sua vez, a ênfase da FA no serviço prestado à comunidade mais ampla e a sacralização de valores esportivos mais amplos refletia os costumes da classe dos profissionais liberais e seus aliados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (40-1) As tentativas da FA no sentido de restringir o impacto da profissionalização e da comercialização do jogo não foram suficientes para satisfazer uma minoria de amadores descontentes (sobretudo no sul). A abolição das restrições em termos de residência em 1889 foi uma medida que desagradou muito a este grupo. Em julho de 1907 eles rompem com a FA para fundar a Amateur Football Association que conseguiu recrutar 500 clubes, embora a maioria tenha permanecido leal à FA, que inteligentemente proíbe os clubes a ela filiados de jogarem com os filiados da AFA. Sobretudo os clubes amadores do norte e do centro da Inglaterra, não demonstraram nenhuma inclinação para apoiar a dissidência. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (41)<span style=""> </span>Embora a dissidência não tenha ido longe, com a AFA voltando ao seio da FA em 1914, este incidente demonstra a força que o ideal do amadorismo continuava a representar. É possível que parte do apelo do amadorismo emanasse da preocupação sentida em círculos da elite sulista acerca do desafio crescente à sua posição pela emergência de forças sociais progressistas, na forma do Partido Trabalhista e do novo Liberalismo. A eleição de um governo liberal em 1906, que levaria a cabo uma agenda cada vez mais radical de reformas depois de 1908, só pode ter aumentado estas preocupações. <b style="">“A defesa intransigente do amadorismo era, ao que parece, enraizada em algo mais profundo do que simplesmente a arena esportiva, muito da sua força derivando do seu valor político como uma rejeição simbólica de elementos pouco atrativos da cultura de massas e, portanto, da democracia de massas.”</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (41-2) Este processo de dissidência também permite reavaliar a FA e seus dirigentes de forma mais positiva do que a habitual. Afinal, embora a FA sem dúvida tenha imposto barreiras no caminho da comercialização do jogo e tenha ajudado a manter claras distinções de classe no interior do jogo, a extensão da reação contra ela, especialmente em 1905-7, demonstra que posições bem mais radicais eram possíveis, e que elas foram enfrentadas com sucesso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style="">ii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">Directors (42-45)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) De início os clubes eram organizações voluntárias compostas por membros votantes e dirigidas por comitês. As exigências financeiras geradas pelo crescimento da renda das bilheterias e o profissionalismo, todavia, levaram à transformação dos clubes principais em companhias limitadas. Small Heath, que depois virou Birmingham City foi provavelmente o primeiro clube a fazer esta mudança já em 1888 e em 1921, apenas dois dentre 86 clubes da FL não haviam feito isso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) As pesquisas pioneiras de Mason, Tischler e Vamplew revelaram que havia um número bem maior de trabalhadores especializados e pequenos comerciantes com <i style="">shares</i> (ações neste caso não-negociadas na Bolsa de Valores) dos clubes do que era esperado. Este era o caso sobretudo em clubes relativamente pequenos ou que estavam em um estágio inicial de desenvolvimento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) Ao mesmo tempo, parece que os acionistas da classe trabalhadora detinham um número muito pequeno de ações, que valiam apenas como uma demonstração de apoio ao clube e não como um instrumento para tentar participar das decisões. Para Vamplew, antes de 1915, os trabalhadores manuais eram 38% dos acionistas mas detinham <span style=""> </span>apenas 17% das ações.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) A maioria dos acionistas e, sobretudo, a grande maioria dos que se tornaram diretores, vieram de origens mais privilegiadas, com apenas 20% dos diretores vindos da classe trabalhadora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) <b style="">Quais os motivos que levaram membros das classes médias e altas a participar das diretorias de clubes de futebol?</b> Essa é uma questão que tem gerado considerável especulação acadêmica, por potencialmente iluminar o papel e a função das elites locais e seus relacionamentos com as classes sociais subordinadas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) À época, acreditava-se que o motivo era basicamente “inocente”, não havendo desejo de recompensa além do sucesso do clube e, consequentemente, do esporte. Em favor dessa hipótese, não se pode negar que muitos diretores eram verdadeiros entusiastas do futebol, ansiosos para reter o envolvimento com o esporte que eles haviam praticado ou assistido durante a sua juventude. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42) O sucesso do clube também era visto como uma oportunidade de serviço cívico, uma chance de fortalecer a reputação da cidade e de acertar as contas com as comunidades rivais vizinhas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (42-3) Mas Russell acha que seria ingênuo da parte dos historiadores caso eles não procurassem por motivos mais egoístas. Até que ponto o desejo de ganho financeiro era um incentivo? Com os dividendos limitados a 5% (7,5% após a I GM), as oportunidades de ganhos <i style="">diretos</i> significativos eram bastante restritas. Muitos clubes eram capazes de pagar um dividendo regular razoável, mas a maior parte do lucro era absorvido na manutenção de reservas financeiras, transferências e, acima de tudo, melhorias no campo (e no estádio). <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (43-4) Possibilidades de ganhos indiretos eram provavelmente mais substanciais. Há provas de que empresários do ramo da construção, comércio de comida e bebida utilizavam a diretoria dos clubes para conseguir-lhes contratos; apenas o Newcastle United proibiu isto. Em certas ocasiões, os diretores agiam claramente tendo em vista seus interesses. Em 1903, por exemplo, os fabricantes de cerveja da diretoria do Manchester City votaram contra os planos de mudança do campo, pois esta prejudicaria a venda de bebidas em dias de jogos nos seus estabelecimentos; a mudança acabou ocorrendo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44) Tischler também sugere que o tino comercial dos diretores permitia-lhes conseguir lucros e escondê-los. Russell acha que fica difícil provar isso e acha pouco convincente. A figura do diretor corrupto é um estereótipo clássico da ficção esportiva no século XX, mas a suposição é uma péssima substituta para a documentação. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44) Afinal, suposição não-documentada por suposição não-documentada, poderíamos aceitar a afirmativa repetidamente feita pelos diretores de que eles invariavelmente gastavam mais com o clube do que recebiam do mesmo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44) Um exemplo, embora extremo, é o caso de William Sudell no Preston North End, que foi aprisionado por 3 anos em 1895 por desfalcar seus empregados em cinco mil libras (em um período de 5 anos), grandemente, ao que parece, para aumentar os recursos do clube. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44) <b style="">Conclusão</b>: em geral a busca do lucro, seja em benefício de indivíduos ou do clube, não era uma preocupação fundamental dos diretores de futebol da Inglaterra vitoriana e eduardiana [até antes da I GM].<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44) Uma segunda área que merece análise é a possibilidade de que os diretores usassem o futebol como um mecanismo para exercer influência político-partidária e, talvez ainda mais como um mecanismo de controle social. Há provas indubitáveis de que indivíduos utilizaram a diretoria de clubes de futebol para fins políticos. O caso mais notável diz respeito ao Middlesbrough, cujo diretor-chefe (chaiman) foi candidato às eleições gerais em 1910, não somente tendo recrutado jogadores para discursarem ao seu favor em comícios, mas tentou subornar jogadores do rival Sunderland na esperança de que uma vitória em um clássico local importante aumentasse suas chances eleitorais. Ele não só perdeu a eleição como foi banido para sempre do futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (44-5) Este é um caso extremo e os acadêmicos normalmente estão pensando em algo mais sutil em termos do potencial do jogo para influenciar as atitudes sociais e políticas. Tischler, por exemplo, vê o jogo em parte como uma válvula de escape, permitindo aos espectadores por para fora energias e paixões potencialmente subversivas; e de outra parte como um mecanismo de incorporação da cultura popular por grupos de elite. Embora este autor tenha sido pouco específico sobre a natureza dos valores ‘aprendidos’ através do futebol profissional, ele argumenta que ‘o esporte que cativava milhões de operários também incorporava e institucionalizava os princípios de organização social que eram a base da hegemonia burguesa. O estabelecimento de tais relações parece ter compensado o lucro de apenas 5%.’ Dunning e Sheard também argumentaram que o rugby e o futebol deveriam ser vistos como “um veículo de controle social’.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (45) Análise do autor: área em que a comprovação é difícil. Mas parece perfeitamente razoável pensar assim; afinal muitos socialistas desse período eram altamente críticos do esporte profissional precisamente por conta das oportunidades que ele fornecia para os empregadores de desviar as classes trabalhadoras dos seus ‘verdadeiros’ interesses políticos e econômicos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (45) <b style=""><u>Crítica</u></b>: esta visão, todavia, apresenta uma versão bastante conspiratória do processo histórico. Além de postular uma passividade da classe operária que subestima sua capacidade de pensamento crítico e ação independente, também sugere uma classe dominante agraciada com um objetivo e um programa com uma coerência maior do que era o caso. Seria tolo negar que os diretores estavam conscientes do alcance dos benefícios políticos derivados do envolvimento com o esporte, mas é melhor perceber isto como apenas um dentre um amálgama de fatores motivadores que encorajavam o envolvimento nas diretorias dos clubes de futebol, nem todos plenamente articulados ou sequer compreendidos pelas partes envolvidas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (45) <b style="">Resposta</b>: Os indivíduos conseguiam uma série de benefícios e prazeres com seu papel de diretores, e é talvez neste nível que a raiz da motivação deva ser buscada. O desejo, especialmente por parte de homens mais velhos, de envolverem-se não somente com o esporte, mas com toda a cultura da masculinidade jovem era provavelmente uma atração poderosa. Novamente, é verdade que simples o exercício de poder tinha suas recompensas para alguns, enquanto para outros ele proporcionava status e prestígio negados a eles em outras áreas da vida pública. Algumas destas coisas poderiam por sua vez conferir benefícios políticos, mas muitos indivíduos estavam contentavam-se simplesmente em desfrutar dos prazeres e deleitar-se com o sentido de importância que um lugar na diretoria parecia (e parece) proporcionar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">iii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">The Professional Footballer (45-52)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (45) Em 1914 o sindicato dos jogadores afirmava existirem 4.740 jogadores profissionais na Inglaterra, em 158 clubes. A despeito da presença de um pequeno e cada vez mais reduzido número de amadores excepcionais, estes profissionais declarados formavam a elite do jogo inglês, a espinha-dorsal do futebol de clubes e da seleção.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (46) Qual era a sua origem social? A documentação a este respeito é escassa, mas a pesquisa de Mason sugere que ‘a primeira geração de jogadores profissionais era grandemente proveniente dos quadros do trabalhadores manuais qualificados’. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (46) Estes homens escolhiam uma carreira que oferecia para os melhores e com mais sorte recompensas consideráveis do ponto de vista financeiro, social e emocional. Por outro lado, impunha crescentes restrições ao comportamento individual e à mobilidade e poderia ser cruel para aqueles que não alcançavam o padrão requerido, ou que sofriam contusões em uma época em que a medicina (pelos nossos padrões) era bastante primitiva.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (46) Os profissionais da FL operavam sob um código trabalhista feito em parte para manter níveis razoáveis de igualdade entre os clubes e d’outra parte para controlar os custos com a mão-de-obra. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (46) Neste sentido foi crucial o rápido estabelecimento do “sistema de retenção e transferência”, plenamente em vigor em 1893. Inicialmente a FL pretendia que um jogador só poderia representar um clube por temporada, mas isso foi logo modificado para permitir a transferência entre os clubes. Compensação na forma de uma taxa de transferência (tecnicamente uma taxa que comprava o documento de registro) logo se tornou a norma. Os jogadores não poderiam ingressar no novo clube, todavia, sem a permissão do seu clube atual, uma restrição aumentada pelo fato de que a liga apoiava o direito do clube manter os serviços exclusivos de um jogador caso fosse do interesse do clube. A FL opôs-se ferozmente à liberdade contratual, argumentando que ela permitiria que alguns poucos clubes mais ricos recrutassem os melhores jogadores; os clubes tinham que ser capazes de segurar os jogadores para que pudesse existir uma competição equilibrada e, consequentemente, economicamente viável.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) No final do XIX, restrições salariais também haviam sido implementadas. Não há informações suficientes sobre os salários dos jogadores nas décadas de 1880 e 1890. Nem mesmo sabemos com certeza quantos jogadores eram profissionais de tempo integral. Temos documentação esparsa sugerindo que por volta do início da década de 1890 os profissionais de tempo integral eram minoritários e que ganhavam por volta de três libras durante a temporada e duas durante as “férias”.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) Um pequeno número de “estrelas” conseguia salários mais altos. Nick Ross, do Preston North End no fim da déc. 1880, transferiu-se para o Everton em 1888 para ganhar 10 libras por semana. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) Obviamente havia também estímulos [luvas] para assinar com novos clubes (teoricamente dez libras era o máximo a partir de 1891) e vários sistemas de bonificação. Um pequeno número de jogadores de destaque poderia aumentar sua renda a partir do seu (modesto) cachê para jogos especiais e partidas internacionais e através de atividades especiais que incluíam a propaganda de produtos como “OXO” [sabão em pó], as marcas de cigarro mais importantes e vários bálsamos, bem como escrevendo (ou apenas assinando) colunas de futebol na imprensa. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) Em tal cultura, o empresário de futebol fez sua aparição, mediando acordos entre jogadores e clubes por uma módica taxa. Um observador acredita que esta profissão estivesse somente na sua infância em 1891 e as restrições salariais, bem como a hostilidade da FA, para quem o lucro privado do empresário violava os princípios do jogo, impediam que alcançasse a maturidade nesse período.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) Um certo número de clubes com menos recursos ficou cada vez mais preocupado com a escalada dos salários na década de 1890 e houve muito debate acerca dos benefícios do teto salarial. Em 1893 os clubes da FL efetivamente aprovaram este mecanismo, mas a maioria de 3/4 necessária para efetuar essa mudança não foi alcançada. Na verdade foi a FA que introduziu o teto salarial de 4 libras em 1900, ansiosa para exercer sua influência sobre a FL e preocupada que os altos salários pudessem mostrar-se nefastos para a boa esportividade. A mesma reunião também aprovou a proibição do “bicho” (bônus por partida). Um certo número de clubes mais ricos inicialmente tentou resistir à medida, mas ela foi introduzida à tempo para a temporada 1901-2. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">– (47) Como compensação parcial, os jogadores ganharam o direito a uma pensão em caso de aposentadoria por acidente ou contusão, depois de cinco anos de serviço.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47) Por volta de 12 a 15% dos jogadores recebiam o máximo em 1914, quase todos na FL e na Southern League.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (47-8) Mais uma vez, a introdução de condições restritivas logo estava sendo justificada em termos de manutenção de uma competição equilibrada e da limitação do poder dos clubes mais ricos. Para estes, a militância dos jogadores na década seguinte acabou por convencê-los e a oposição ao teto salarial cessou. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (48) A oposição também diminuíu porque os clubes encontraram meios de burlar o sistema visando premiar seus jogadores mais importantes. As restrições à bonificação foram decerto ignoradas, e alguns clubes pagavam aos seus principais jogadores bem acima do teto. Glossop, Manchester City, Middlesbrough e Sunderland não conseguiram esconder seus esquemas e foram punidos pela FL entre 1904-7. No caso do Manchester City a evasão assumiu tal escala – jogadores principais recebendo seis libras e dez shillings por semana mais bicho por vitória e empate – que todos os diretores foram obrigados a renunciar, o secretário e o <i style="">manager</i> foram suspensos <i style="">sine die</i> de todas as atividades relacionadas ao futebol e 17 jogadores foram suspensos, multados e proibidos de jogar pelo clube novamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (48) O quanto os jogadores trabalhavam para ganhar seu salário variava de acordo com o regime de cada clube. A maioria dos clubes treinava todo dia de semana no tranquilo horário de 10 até a hora do almoço, com algumas sessões ocasionais à tarde e à noite. O treinamento consistia de várias combinações de saltos, piques, caminhadas fortes, trabalho com pesos, <b style="">DUMB-BELLS</b> e prática com bola. – (48-9) É interessante notar que desde os primórdios do jogo inglês, alguns comentaristas reclamavam que os jogadores não eram estimulados a desenvolver sua habilidade com a bola. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Era um regime de treinamento que se prestava à sátira. Arnold Bennett sublinhava que antes de jogos importantes os clubes normalmente levavam os jogadores para uma estação de águas, longe, bem longe de qualquer pub (isso era chamado de “treinamento”).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Em termos do no. de jogos por temporada, jogadores regulares podiam certamente sofrer uma carga pesada, especialmente se haviam assinado com clubes que gostavam de amistosos e tours no final da temporada, presumivelmente para fazerem um dinheiro extra. Millwall, Derby e Aston Villa jogaram 65, 58 e 56 jogos respectivamente em 1895-6, enquanto o Everton jogou 17 partidas em 25 dias em abril da mesma temporada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) A política de cada clube em termos das necessidades extra-campo dos seus jogadores variava dramaticamente, mas muitos parecem ter adotado estratégias bastante paternalistas em termos do fornecimento de seguro e assistência financeira a jogadores contundidos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Em comparação com o restante da força de trabalho manual de onde eles havia vindo, os jogadores profissionais geralmente desfrutavam de um estilo de vida bastante confortável.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Apesar disso eles não estavam imunes aos problemas que afligem a classe trabalhadora em geral: acidentes de trabalho eram sérios, enquanto as doenças que atingiam os pobres geralmente alcançavam os jogadores antes que seu melhor padrão de vida e sua condição atlética superior pudessem ajudar. Nick Ross, citado anteriormente, desfrutou apenas brevemente da sua transferência para o Everton, pois o ex-colocador de telhas morreu de tuberculose em 1891, com apenas 31 anos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) As vantagens, todavia, eram claras: muitos jogadores ganhavam bem mais do que o teto de duas libras por semana que mesmo os trabalhadores mais qualificados raramente ultrapassavam, enquanto os benefícios em caso de sucesso poderiam fornecer uma valiosa ajuda contra a pobreza no resto da vida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Os jogadores também eram beneficiados com o privilégio de uma rotina de trabalho flexível, alta satisfação com o emprego e uma posição de considerável respeito junto à comunidade local. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49) Incidentes verdadeiros e alegados de partidas “arranjadas” eventualmente levantavam dúvidas quanto à probidade do jogador profissional, mas por volta de 1915 sua respeitabilidade era bem maior do que a que alcançara no final do XIX.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (49-50) Não está claro se eles conseguiam manter estes diferenciais de padrão e qualidade de vida quando vinha a aposentadoria. Alguns (talvez a maioria) indubitavelmente retornava à sua ocupação anterior ou a algo próximo dela, enquanto outros, provavelmente um grupo menor, sofria uma radical melhora ou piora em termos de mobilidade social. Os anais de muitos clubes incluem pelo menos um jogador que no fim da vida tinha que pedir auxílio ao clube, enquanto no outro extremo, uma minoria significativa de indivíduos conseguia ter pubs ou lojas e ascender à segurança relativa da classe média baixa. Poucos ex-jogadores, todavia, terminavam seus dias como homens ricos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (50) Em termos gerais, o quadro desenhado aqui sugere que<b style="">, antes de 1914 e na verdade ainda por muito tempo depois disso, o profissional de futebol permanecia em boa medida como parte da comunidade de classe trabalhadora tanto durante quanto depois da sua carreira</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (50) Dados os muitos problemas enfrentados pelos jogadores e o crescimento geral dos sindicatos na sociedade britânica a partir do final da década de 1880, não é surpresa que tenham sido feitas tentativas para sindicalizar os jogadores. Depois de duas breves tentativas, somente em dezembro de 1907 é que um sindicato permanente apareceu na forma da Association Football Players’ Union, liderado por Charlie Roberts do Manchester United.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (50) A aprovação do <i style="">Trades Disputes Act</i> em 1906, que melhorou os direitos legais dos sindicatos, foi um incentivo crucial aqui, embora seja possível que alguma inspiração tenha vindo da greve dos artistas de music hall no início de 1907, a qual demonstrara que trabalhadores de uma ocupação isolada e individualista poderiam ser mobilizados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (50) Buscando reformar o sistema de transferências e a teto salarial, bem como lutando pela indenização por acidente de trabalho sob o <i style="">Workmen’s Compensation Act</i> de 1906 e por uma gama de outros benefícios típicos de entidades beneficentes, a AFPU inicialmente recrutou em bom número.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (50-1) Ela era certamente forte o bastante para deslanchar uma confrontação com as autoridades do futebol em 1909. A FA, apoiada pela FL, era particularmente hostil ao desejo da AFPU de afiliar-se à General Federation of Trade Unions e em certo momento exigiu que os jogadores saíssem da federação sindical ou teriam seus registros cancelados. Uma greve de jogadores parecia possível, mas um acordo foi fechado em agosto, pelo qual o sindicato dos jogadores aceitava trabalhar sob as condições da FA em termos de salários etc, desde que a FA reconhecesse o direito do sindicato de recorrer à lei em caso de questões contratuais. Mesmo assim, a FA recusou-se a reconhecer esse direito a não ser que o sindicato aceitasse não se afiliar à federação sindical. Uma votação no sindicato dos jogadores aceitou esta restrição imposta pela FA por 470-172 votos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (51) O sindicato continuou a funcionar até 1915, embora suas finanças fossem seriamente enfraquecidas após a derrota no caso Kingaby em 1912, um caso modelar contra o Aston Villa visando desafiar o sistema de retenção e transferência. O corpo de associados encolheu de um pico de 1300 em 1908 para talvez 400 em 1915. Uma ata de abril de 1915 registrando que ‘expressões de lamentação foram feitas acerca da falta de interesse demonstrada pelos jogadores a respeito do seu próprio bem-estar’, capturando bem o clima existente. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (51-2) No período a partir de 1907 o sindicato claramente teve algum sucesso em casos individuais e, embora quase tenha deixado de existir durante a guerra, o sindicato estabeleceu uma estrutura permanente para o sindicalismo do profissional de futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (52) Ironicamente, todavia, um resultado importante dos seus esforços pode ter sido a unificação do <i style="">establishment</i> contra o sindicato e contra a reforma do sistema de retenção e transferência e o teto salarial, acabando por criar um clima mais problemático para as relações de trabalho dentro do futebol.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (52) Em termos gerais, os eventos de 1912-15 mostram o desequilíbrio em termos da balança de poder entre “capital e trabalho” no futebol. Eles também sublinham a magnitude do problema enfrentado por aqueles que buscavam sindicalizar um grupo de trabalhadores que eram geograficamente diversos, razoavelmente bem-pagos, certamente em termos do grau de satisfação com o trabalho que Vamplew se refere como “remuneração psíquica”, e que geralmente estavam desesperados para não prejudicar a sua chance de sucesso em uma carreira notoriamente curta e imprevisível.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[v] Patterns of success and failure (52-54)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (52) Este capítulo termina com uma avaliação do quinhão relativo de sucesso desfrutado pelos 59 clubes que participaram da FL em algum momento entre 1888-1915.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (52) A preocupação da FL com controle de qualidade evidenciava-se também no que tange à questão da promoção e do rebaixamento. Primeiramente, quando a 2ª. divisão foi criada em 1892, rebaixamento e promoção eram resolvidos através de uma série de jogos eliminatórios entre os 3 piores da 1ª. divisão e os 3 melhores da 2ª. divisão. Estes jogos foram reorganizados em uma espécie de mini-campeonato em 1896, mas este sistema foi abandonado Finalmente, em 1898, adotou-se o sistema da promoção e do rebaixamento automáticos, refletindo o aproveitamento durante toda a temporada. depois de um resultado “arranjado” entre Stoke e Burnley em 1898. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (52-3) Um rigoroso procedimento de re-eleição (para a FL) foi também adotado, com os 4 piores clubes da 2ª. divisão tendo que pleitear anualmente a sua reeleição. O sistema foi bem utilizado, com 15 clubes sendo “expulsos” entre 1890-1915. Ao contrário do que viria ocorrer em boa parte do século XX, o processo de reeleição não foi prejudicado por preconceitos em termos de tradição histórica.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53) Até que ponto todas estas estratégias produziram uma liga equilibrada? John Harding fala nos “super-oito” (Aston Villa, Everton, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Newcastle, Sheffield Wednesday e Sunderland), que teriam dominado o jogo no início do século XX. Não há dúvida de que certos clubes monopolizaram parte significativa das melhores colocações. Quatro clubes, Villa, Everton, Sunderland e Newcastle, tomaram 50 das 108 possíveis colocações entre os 4 primeiros entre 1889 e 1915 e 15 dos possíveis lugares nas finais de FA Cup no mesmo período.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53) Em termos gerais, todavia, existia uma situação de razoável competitividade. Dez clubes diferentes ganharam o campeonato em 27 anos, enquanto 18 ganharam a FA Cup, mais suscetível à influência da sorte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53) Só o Aston Villa e o Sunderland chegaram perto de dominarem o futebol inglês por períodos longos. O Villa ganhou o campeonato 5 vezes entre 1894 e 1900 e a FA Cup duas vezes no mesmo período, fazendo o “double” (FL e FA Cup) em 1897. O Sunderland conseguiu 5 campeonatos bem espalhados entre 1892-1913.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53) Em geral, todavia, mesmo os melhores times tendiam a ser bem sucedidos em períodos curtos seguidos por fases de maior ou menor declínio. O Preston North End, tão dominante entre 1888-1893, foi rebaixado 3 vezes entre 1901-14; o Liverpool foi rebaixado em 1904, apenas 3 temporadas depois de ganhar o campeonato e por aí vai.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53) A 2ª. divisão era menos competitiva, mas mesmo nesta a coisa melhorará a partir de 1915. A FL estava sendo bem sucedida em seus esforços.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (53-4) Existiam, todavia, alguns fatores que escapavam à legislação. Mesmo neste estágio inicial e à despeito de toda a regulamentação, parece que o tamanho da população, tão simplesmente, era um fator importante para o sucesso do clube. <b style="">Nenhuma cidade com a população menor do que 100 mil pessoas foi capaz de gerar um time campeão</b>, com Preston (117 mil) no início do período e Blackburn (133 mil) no fim, como as menores cidades a conseguir isto. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (54) A FA Cup, menos dependente de um sucesso prolongado, fornecia um caminho melhor para os clubes de cidades menores (Bury 1900 e 1902; Barnsley 1912 e Burnley 1914).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (54) Ao mesmo tempo, as dificuldades sem fim enfrentadas por clubes como Glossop North End e Gainsborough Trinity mostravam que o futebol na FL não era sustentável em comunidades com população abaixo de 30.000. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (54) Obviamente o sucesso dependia, em última instância, da geralmente intangível mistura de habilidade do treinador, qualidade dos olheiros e da química do time. De qualquer forma, embora uma ampla base demográfica e o concomitante forte apoio da torcida que isso gerava não garantissem o sucesso, decerto ajudava.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-58481713731183525952008-09-02T08:19:00.000-07:002008-09-02T08:20:14.450-07:00Stephen Glover, em seu History and Gazetteer of the County of Derby, 1831, descreve o folk football de Derby:<span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p></o:p></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“O jogo começa no mercado, quando os partidários de cada paróquia dividem-se em dois lados; e, por volta do meio dia, uma grande bola é lançada no meio deles. Esta é agarrada por alguns dos mais fortes e ativos homens dos dois lados. O restante dos jogadores imediatamente concentram-se em torno deles e uma massa sólida é formada.<o:p></o:p></span> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>Cabe então a cada lado empurrar a multidão na direção do seu gol (objetivo). A luta para obter a bola, que é carregada nos braços daqueles que haviam se apoderado dela, é violenta, e a movimentação da massa humana para frente e para trás, sem medir as consequências, é tremenda.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>Canelas e cabeças quebradas, casacos rasgados e chapéus perdidos estão entre os incidentes menores desse temível confronto, e frequentemente acontece de uma pessoa cair por causa da intensidade da pressão, desmaiando e sangrando debaixo dos pés da turba em torno...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>Ainda assim a multidão é encorajada por pessoas respeitáveis de ambos os lados, que têm um interesse surpreendente no resultado do divertimento (sport) daquele dia; estimulando os jogadores com gritos, e mesmo dando laranjas e outros refrescos para aqueles exaustos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>O objeto da turma de St. Peter é levar a bola até a água, descendo pelo Morledge brook (pântano) até o rio Derwent tão rápido quanto possível, enquanto a turma de All Saints tenta evitar isso e levar a bola na direção oeste. Os jogadores de St. Peter são considerados tão bons quanto os melhores water-spaniels (cães acostumados com a água), e é deveras curioso ver duzentos ou trezentos homens com água até os joelhos no Derwent continuamente afogando uns aos outros. Os números de cada lado ultrapassam mil homens, e as ruas ficam cheias de espectadores. As lojas fecham e a cidade apresenta o aspecto de um lugar atingido por uma tempestade.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Fonte: HORNBY (ver bibliografia do curso), 2008, p. 30.<o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-63118542376101946002008-09-02T06:40:00.000-07:002008-09-02T06:42:48.798-07:00Marcando um gol no Ashbourne match de 2002<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivVdl5wIDoPPIoMkf08NCTPEP4EC4pZa5N2Ps8SBce8QB_lZFbreHujxL3A27fv4fvtkcNTAePm5ZTgisjibRwdT7I7Bx9khzIFk2o6pfFch31cpeSdp0fG5xFdHuoGQYQS2SWYnsuox8/s1600-h/2002+-+Ashbourne+football+-+marcando+um+gol.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivVdl5wIDoPPIoMkf08NCTPEP4EC4pZa5N2Ps8SBce8QB_lZFbreHujxL3A27fv4fvtkcNTAePm5ZTgisjibRwdT7I7Bx9khzIFk2o6pfFch31cpeSdp0fG5xFdHuoGQYQS2SWYnsuox8/s320/2002+-+Ashbourne+football+-+marcando+um+gol.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241419007674399490" border="0" /></a>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-39043788642627234612008-09-02T06:37:00.001-07:002008-09-02T06:38:34.585-07:00Ashbourne (Derbyshire) "folk" football em 1928<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU5ton73KukkLnlyXzCFgE2yvTGIvru1-ooZmqgsf7ZKffKUyiixI6NgVdejzUHKkYLic1k6OYi8Zin0Aea6g_ahquVqQ2bDlzAGH13Jr7e4X_9PIcqxFqUka-LA2A36Lyswp39sN7fxA/s1600-h/1928+-+Ashbourne+football+02.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU5ton73KukkLnlyXzCFgE2yvTGIvru1-ooZmqgsf7ZKffKUyiixI6NgVdejzUHKkYLic1k6OYi8Zin0Aea6g_ahquVqQ2bDlzAGH13Jr7e4X_9PIcqxFqUka-LA2A36Lyswp39sN7fxA/s320/1928+-+Ashbourne+football+02.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241417795084523538" border="0" /></a>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-18471533959805102642008-09-02T06:22:00.000-07:002008-09-02T06:36:30.441-07:00Ashbourne (Derbyshire) "folk" football em 1915 - disputado desde o século XVIII e talvez antes, confronto entre Up'ards (ao norte do rio) x Down'ards<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij6rzLP0KnP-Vh5FpF0TeNZzW1ljvT3ScEiGGI_tfZTBzHJPbNHukZQDDL_hHlQxNC-M4samnEYjylSCd6LfnDizbKg3fYNOdcQZAleQ1UBwVWYjbAvm-cL-o4E_V5N_yFcuU7Yr8tbRw/s1600-h/1915+-+Ashbourne+football+01.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij6rzLP0KnP-Vh5FpF0TeNZzW1ljvT3ScEiGGI_tfZTBzHJPbNHukZQDDL_hHlQxNC-M4samnEYjylSCd6LfnDizbKg3fYNOdcQZAleQ1UBwVWYjbAvm-cL-o4E_V5N_yFcuU7Yr8tbRw/s320/1915+-+Ashbourne+football+01.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241414656009298098" border="0" /></a>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-82025166088226454732008-08-28T18:19:00.000-07:002008-09-03T10:40:38.335-07:00Esquema do texto 5: Russell, introdução e capítulo 1 (agora COMPLETO)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">Esquema de <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">England</st1:country-region></st1:place>, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Introdução e capítulo 1: Association Football and the Men Who Made It, 1863-1885. pp. 1-29.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">INTRODUÇÃO</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> <b style="">(1-3):</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (1) História Social valorizou o futebol, antes desprezado pela academia, o que começa a mudar somente na década de 1970. Ainda em 1971, o autor, primeiranista na Universidade de York, tinha achado engraçado que o Depto. de Sociologia oferecesse uma ‘football option’);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (1-2) Ponto de inflexão em 1975: a publicação de <i style="">The People’s Game</i>, de James Walvin, uma síntese que teve o mérito de “identificar a história do futebol como um território válido para a pesquisa acadêmica” e de “levantar questões centrais para consideração posterior”;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (2) Outros autores (ver bibliografia do curso): Mason (1980), Wagg (1984), Vamplew (1988) e Fishwick (1989, <i style="">English Football and Society, 1910-1950</i>)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (2) Outras disciplinas também descobrem o futebol, como a Sociologia, bem como escritores e jornalistas; toda esta produção sugere um lugar de maior importância para o futebol na sociedade britânica após os problemas das décadas de 1970-80<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (2) <b style="">Objetivo</b> do livro: obra de síntese, focada no futebol inglês mais do que britânico (por falta de espaço e conhecimento), com ênfase no futebol profissional e na Football League (4 primeiras divisões), eventualmente tratando do futebol amador, feminino e futebol internacional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (2-3) Não buscou ser exaustivo, mas procurou apontar lacunas a serem preenchidas por pesquisas futuras;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (3) Livro escrito em sua maioria durante a temporada 1995-6 [3ª. da PL]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (3) História social e cultural do futebol, tendo como objetivo principal “a relação entre o futebol (...) e a sociedade inglesa mais ampla”, incluindo as relações esporte-mídia, o impacto da mudança econômica sobre jogo e clubes, a luta dos jogadores contra o sistema de transferências.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (3) <b style=""><i style="">“A ênfase particular recai sobre o papel que o futebol desempenhou em refletir, construir e representar debates e conflitos relacionados às questões de classe e conflitos de classe, identidade local, regional e nacional e de gênero. De fato, uma premissa central deste estudo é que o futebol foi moldado, e por sua vez moldou, as relações de poder que existiram entre os diferentes grupos sociais da sociedade inglesa.”</i></b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (3) Voltado para leitores acadêmicos e público leigo inteligente<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">CAPÍTULO 1</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> <b style="">(5-29):</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[0]</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> <b style="">Objetivo</b> do capítulo (5): “examinar como o jogo deixou de ser a propriedade de um pequeno número de jovens educados em public schools e grammar schools para se tornar um jogo com raízes bem mais amplas, destinado a se tornar o esporte nacional de inverno.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Para isso será necessário antes tratar brevemente da relação entre o “association football” e o que o precedeu: o futebol tradicional (folk) e os jogos praticados nas public schools.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Normalmente este processo, bem conhecido, é resumido de forma muito simplificada da seguinte forma: <i style="">“Um tipo primitivo de futebol existiu durante séculos, mas no início e na metade do século XIX este jogo turbulento e indisciplinado foi suprimido por uma classe proprietária ansiosa por preservar a lei e a ordem. Várias versões do jogo foram mantidas vivas e ‘civilizadas’ por diretores de public schools que buscavam promover a disciplina e o “cristianismo atlético” [lit. Cristandade musculosa]. Jovens provenientes das public schools querendo desfrutar do futebol depois de sair da escola desenvolveram versões combinadas e codificadas do jogo na forma do association football (1863) e do rugby football (1871), versões que foram ‘levadas’ por aqueles com consciência social para as classes trabalhadoras urbanas.”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Há muito de verdade neste quadro, mas a pesquisa realizada nas últimas duas décadas revelou uma maior complexidade do processo de desenvolvimento do jogo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[i] ‘Folk’ football (5-8)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (5) Raízes profundas do jogo na Inglaterra; registros escritos acerca de formas tradicionais de futebol datando do século XIV, referentes a proibições tentadas por sucessivos governos preocupados duplamente: com ameaças à lei e à ordem e com o fato de que tais jogos afastavam o povo das práticas militares, sobretudo do arco-e-flexa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (5-6) É possível até que estes jogos sejam mais antigos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Não havia um único jogo chamado futebol, mas sim uma falmília de jogos disputados em diferentes partes do país; normalmente eram jogos de grande escala praticados durante banquetes da aldeia, feiras e vigílias (religiosas), ou durante feriados nacionais como a Terça-Feira Gorda. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Provavelmente eram jogados por homens das ordens inferiores, embora alguns historiadores afirmem a presença de cavalheiros e outros elementos da elite; as mulheres certamente tomavam parte em alguns destes jogos;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Havia os jogos com número ilimitado, poucas regras e campo que podia ser uma cidade inteira, como a Terça Feira Gorda em Derby, em que se confrontavam (nominalmente) duas paróquias, com times de 500-1000 pessoas, usando até o rio e jogando durante seis horas; mas havia também o hurling na Cornualha [ver texto Elias e Dunning] com um conjunto de regras, uma área delimitada e número equilibrado de jogadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Embora todos os jogos envolvessem um certo grau de violência física, talvez eles nem sempre tão indisciplinados quanto se supõe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Por volta de 1830-40, estes jogos estavam extintos ou quase isso, vítimas de um conjunto de forças econômicas e sociais que estavam modificando muitos elementos do lazer pré-industrial e do início da industrialização.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Alguns foram vítimas da perda do espaço causada por um lado pelos cercamentos e por outro pela urbanização; outros pressionados por grupos religiosos que viam no futebol uma ocupação profana e indesejável.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Mais importante: o futebol era visto como uma ameaça à ordem social e política. Seu elemento carnavalesco (inversão às vezes desrespeitosa da ordem social) e o fato de trazer um grande número de jovens das camadas inferiores para os espaços públicos era visto como impróprio e perigoso em uma idade de radicalismo político em massa e preocupações com a ordem pública.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6) Todavia, embora boa parte da oposição ativa ao futebol tradicional viesse das classes proprietárias, as elites locais protegeram o jogo em determinadas regiões, enquanto havia setores da classe operária que na verdade se opunham a ele. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (6-7) Isto se dava por motivos religiosos na maioria dos casos, mas também por conta do engajamento sindical e político. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (7) Como seria o caso em décadas posteriores, as linhas de divisão social criadas pelo futebol nem sempre estavam de acordo com as fronteiras das classes sociais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (7) Como um resultado dessas influências, os jogos decaíram ou foram suprimidos. A supressão foi vigorosamente contestada por jogadores e torcedores, tendo que se usar a força para implementar a proibição em diversos locais. Em Derby, em 1846, o Riot Act (Lei referente às sublevações) foi lido e uma tropa de cavalaria foi usada para dispersar os jogadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (7) Alguns jogos conseguiram continuar a existir até o fim do século XIX. Em Ashbourne (Derbyshire) o jogo praticado na 3ª. Feira Gorda existe até hoje, protegido pela tradição e pelo orgulho local que transformou um problema social em uma idiosincrassia celebrada. Em sua maioria, entretanto, estes jogos não chegaram até a 2ª. metade do s.XIX.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (7) Esse futebol tradicional foi importante como uma fonte de matéria- prima para os jogos codificados do futebol e do rugby que iriam se desenvolver na 2ª. met. s.XIX e como geradores de rivalidades locais que alimentariam posteriormente o jogo profissional. Afora isso, sua importância é pequena, pois é improvável que os entusiastas da segunda metade do s.XIX conhecessem detalhes do futebol tradicional que havia sido praticamente extinto c.1850.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (7-8) Richard Holt sugeriu que o futebol de rua, informal, proporcionou uma maior continuidade entre o futebol tradicional e sua forma posterior como esporte de massa, mantendo parte do interesse popular e proporcionando uma base para o crescimento do esporte no contexto propício das décadas de 1870-80. Bem menos conhecido pelos historiadores, bem menos espetacular, o futebol de rua não era um jogo diferente, apenas uma versão mais informal e mais espontânea (e provavelmente mais frequente) do que os jogos descritos acima.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8) Certamente, também o futebol de rua sofreu proibições e pelos mesmos motivos, p.ex. em 1835 Highways Act, multa de 40 shillings para quem jogasse na rua ou perturbasse os passageiros. É provável que o futebol de rua tenha declinado por conta disso mas sem ser extinto. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8) É preciso mais pesquisas locais a este respeito, mas os futuros historiadores das raízes do futebol devem concentrar sua atenção mais na micro-cultura da rua do que na macro-cultura do banquete de aldeia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[ii] Public Schools, codification and the establishment of the ‘Association game’ (8-10)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8) É nas public schools que as conexões entre os jogos primitivos e modernos podem ser localizadas: o futebol era jogado em Eton desde pelo menos 1747, em Westminster desde 1749 e estava bem estabelecido por volta da mesma época em Harrow, Shrewsbury, Winchester e Charterhouse.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8) Era um jogo organizado pelos alunos, a despeito de cerrada oposição por parte dos professores certas vezes, de acordo com o sistema de veterano-calouro, em que apenas os veteranos tomavam parte ativa no jogo. Eventualmente jogavam contra os jovens da localidade, o que exacerbava os problemas já existentes entre a escola e a comunidade local.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8) Foi somente a partir de 1830 que os professores, estimulados por diiretores como Thomas Arnold em Rugby, desejosos de reformar a educação da futura elite da nação, passaram a considerar o valor educativo do futebol e dos jogos em geral. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (8-9) Inicialmente os jogos eram utilizados como uma forma de encorajar o exercício responsável da autoridade por parte dos veteranos, esperando-se que eles dirigissem os jogos de forma disciplinada e sem bullying (agressões e ameaças por parte dos mais fortes)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) Além da disciplina, estes jogos eram vistos como alternativa aos esportes sangrentos apreciados pelos alunos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) Por volta de 1840-50 havia um culto aos jogos nas public schools: mais do que estratagemas para estabelecer o controle, eram vistos como um formidável meio de forjar o caráter. Os esportes passaram a ser prática diária em muitas escolas e o futebol ocupou um papel central nesse processo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) Um resultado disso foi a emergência de jogos codificados, com regras e regulamentos. Cada escola tinha o seu, umas privilegiavam o jogo com as mãos (Rugby, Marlborough, Cheltenham) enquanto outros adotaram jogos com utilização dos pés (Eton, Shrewsbury, Westminster e Charterhouse).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) O grande problema era com que regra jogar depois de saírem das escolas e ingressarem na universidade; em Cambridge os estudantes formularam regras na década de 1830, em 1846 e em 1848, tentando casar as duas tradições. As regras de Cambridge (modificadas novamente em 1856) foram adotadas por muitos clubes formalmente constituídos no final da década de 1850. Mas outras regras continuavam populares: o Sheffield FC, estabelecido em outubro de 1857 e o primeiro clube de futebol, jogava no estilo de Harrow, chutando a bola como haviam aprendido muitos dos seus fundadores no Sheffield Collegiate School, enquanto o Blackheath Club, fundado em 1858, preferia jogar de acordo com as regras de rugby.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) Talvez fosse mais fácil um acordo quanto a que regra adotar em locais onde havia poucas variações disponíveis ou onde um determinado clube alcançava uma posição de autoridade. Os 16 clubes estabelecidos na área de Sheffield por volta do início da déc. 1860 jogavam em sua maioria de acordo com as regras do Sheffield FC. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9) Todavia em outros locais onde códigos rivais disputavam a proeminência, disputas entre os partidários de um ou outro código, alimentadas pelas batalhas de status entre as escolas, complicavam muito mais o processo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (9-10) Em 26 de outubro de 1863 houve a primeira de uma série de seis reuniões envolvendo, inicialmente, onze clubes de futebol londrinos ansiosos em chegar a uma regra comum que facilitasse os confrontos entre eles.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10) Eles adotaram o nome de Football Association (<u>doravante</u> FA); de início propuseram um código que privilegiava o uso das mãos e um estilo mais vigoroso que permitia até os chutes na canela (<i style="">hacking</i>). Houve muito debate, sobretudo acerca do <i style="">hacking</i>, visto por uns como a essência da virilidade e a base do espírito guerreiro britânico e por outros como uma prática não-civilizada e degradante que afastaria os adultos com bom senso do jogo. Finalmente os clubes favoráveis a um uso mínimo das mãos e contrários ao hacking venceram por 13 a 4 e estabeleceram a regra redigida em 8 de dezembro de 1863.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10) O maior defensor do hacking, o Blackheath Club, saiu da FA e mais tarde foi importante na criação da Rugby Football Union em 1871 (onde o hacking acabou por também ser banido). <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10) O futebol praticado de acordo com as regras da FA passou a ser chamado de ‘Association game”, abreviado para “soccer”; o órgão regulador do futebol havia sido criado. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iii] The popular game (10-17)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10) O association football não era ainda um jogo plenamente estabelecido: as regras e o tamanho dos times eram fluidos e sujeitos a disputas. O jogo era praticamente exclusivo dos ex-alunos de public e grammar schools e envolvia apenas um pequeno número de clubes baseados principalmente no sul da Inglaterra jogando um pequeno número de partidas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10) A participação na FA, embora crescente a partir do fim da déc. 1860, alcançava apenas 50 membros em 1871 e só 15 clubes entraram na FA Challenge Cup (FA Cup ou Copa da Inglaterra) naquele ano, uma competição inspirada nos torneios de brigas-de-galo existentes nas public schools.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (10-1) Entre 1860-70 o esporte foi dominado por clubes de “old boys” (ex-alunos de public e grammar schools), sobretudo o Old Etonians (1865) e o Wanderers (1864), formado somente por aqueles que haviam estado nas public schools mais importantes e em Oxford ou Cambridge; o Wanderers ganhou a FA Cup em cinco ocasiões entre 1871-8.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (11) A FA fracassou em sua tentativa de controlar a administração e as regras do jogo: os 26 membros da Sheffield Association mantiveram-se independentes até 1877, quando abandonaram sua regra de offside (impedimento) e filiaram-se à FA, mas um bom número de clubes continuava a jogar de acordo com uma variedade de regras, com os capitães estabelecendo as regras antes do jogo começar. Foi comum, ainda durante a década de 1870, o hábito de dois clubes jogarem o primeiro tempo de acordo com as regras de Rugby e o 2o. com as regras do Association game.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (11) A partir do início da déc. 1870 o quadro se altera. Até então para jogar era preciso ser um ‘gentleman’, que havia frequentado uma public ou grammar school e que pertencia à elite nacional ou ao menos local. A partir daí, entretanto, o jogo começa a ser adotado por uma gama variada de pessoas: de empreendedores até membros semi-qualificados da classe trabalhadora, que antes eram excluídos por conta da educação e de considerações sociais. Um sinal disso é o crescimento do número de clubes na década de 1870.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (11) A evidência desse processo de “democratização” apresenta-se em várias formas: p.ex. em Sheffield 16 clubes foram fundados antes de 1870 e 34 entre 1870-80. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (11) Ainda havia, é claro, áreas do país virtualmente alheias ao futebol ou a qualquer forma de esporte de massa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (11-2) A expansão do interesse no futebol é demonstrada também pelo crescimento do público. Enquanto apenas 2.000 pessoas apareceram na final da FA Cup em 1872, 8.000 viram a final da Cromwell Cup em Sheffield em 1877 e 9.000 a final da Lancashire Cup em 1880. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (12) A partir de 1880 e provavelmente antes até, um pequeno número de clubes bem-sucedidos em Lancashire e nas Midlands passaram a cobrar ingresso, atraindo grandes públicos e construindo arquibancadas e cercamentos que iriam tornar-se a primeira geração de estádios na década seguinte.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (12) A balança de poder, ao menos dentro de campo, estava se transferindo dos old boys do sul para os times mais populares baseados em Lancashire e no norte e oeste das Midlands. O momento chave foi a vitória do Blackburn Olympic (fundado em 1878) sobre os Old Etonians na FA Cup de 1883, com o gol da vitória marcado pelo tecelão de algodão Jimmy Costley. Doravante, nenhum clube de old boys iria ganhar a FA Cup novamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (12) O crescimento do futebol durante o início da década de 1870 deveu-se sobretudo a sua adoção por parte de seções masculinas da classe operária. Seria exagero dizer que o futebol já havia se tornado um esporte da classe operária<span style=""> </span>no início da década de 1880. No que diz respeito ao clubes principais, o controle formal nunca saiu da mão das elites locais; os espectadores de classe média continuavam a comparecer em número significativo pelo menos até o início da década de 1880 e os times, embora tivessem um número cada vez maior de jogadores de origem operária, eram socialmente misturados até certo ponto. Ainda em 1888 o Preston North End na final da FA Cup tinha no time um cirurgião, um professor na escola católica local e um escrivão de escritório de advocacia entre os ex-mineiros e comerciantes que compunham o grosso do time.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (12) Funcionários de escritório e outras ocupações de classe média baixa desempenharam um papel fundamental, sobretudo em Birmingham. Entretanto, o crescimento da popularidade do jogo não poderia ter ocorrido sem o engajamento da classe operária. A questão é identificar as mudanças sociais e econômicas que facilitaram esse envolvimento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (13) Muitos dos desenvolvimentos ocorridos no campo das comunicações na metade do século (XIX) provaram-se cruciais para o desenvolvimento a longo prazo do jogo: rede de estradas-de-ferro, aumento do nível de alfabetização, imprensa em expansão e um sistema postal acessível. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (13) Mas dois fatores foram especialmente importantes: a introdução do descanso de sábado à tarde e o aumento concomitante da renda real.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (13) A folga de sábado à tarde foi essencial para o desenvolvimento não só do futebol mas de todos os esportes; nem sempre significou um aumento do tempo livre, pois em algumas indústrias os trabalhadores obtiveram o meio-dia do sábado em troca de um comparecimento mais regular em outros dias da semana, mas foi vital em termos de criar um grande bloco de tempo livre no qual poderiam ser desenvolvidas novas atividades. Foi conseguido por uma parcela crescente de trabalhadores a partir da segunda metade do XIX. Entre 1872-4 o meio-dia de sábado generalizou-se em quase todas as indústrias sindicalizadas. Essa existência de um grande número de trabalhadores com o sábado à tarde livre facilitou a emergência de uma cultura esportiva popular viável.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (13) Esta cultura iria enraizar-se em áreas com concentração de mão-de-obra operária e que dispusessem do meio-feriado, o que explica a importância do Lancashire como o foco principal do futebol operário nos primeiros tempos. Em Liverpool, onde havia uma grande proporção de trabalhadores não-qualificados [sobretudo estivadores] e não-sindicalizados, o jogo cresceu muito lentamente. Em 1879-80 houve 811 jogos na área de Birmingham contra apenas dois em Liverpool. A federação de futebol local só foi fundada em 1882. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (14) Tempo livre sem dinheiro não adianta e o 2o. fator foi o aumento dos salários reais no fim do XIX: estima-se que tenham tido um crescimento real de um terço entre 1875-1900, embora houvesse muitas variações ocupacionais e regionais, sem falar nos que não se beneficiaram por motivo de doença, acidentes, desemprego e idade avançada. De qualquer forma esse aumento do poder aquisitivo, sobretudo a partir da déc. 1890, foi fundamental para o futebol.<span style=""> </span>No Lancashire, a economia estável e a prosperidade da classe operária, com salários razoáveis e regulares e um alto nível de emprego inclusive para mulheres solteiras e recém casadas beneficiou muito o futebol, bem como outras áreas da cultura popular como o feriado na praia, o music hall e o comércio de fish and chips (peixe empanado com batatas fritas). O salário “familiar” beneficiou mito o crescimento do futebol nos distritos têxteis.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (14) Estas mudanças sócio-econômicas facilitaram o crescimento do jogo junto à classe operária e as classes médias baixas, mas não explicam o motivo desse crescimento. Que apelo tinha o jogo para esses grupos? Essencialmente eles participavam como espectadores ou jogadores associando-se a clubes suficientemente abertos socialmente ou então fundando outros. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (14) Os novos clubes tinham várias origens: uns eram provenientes de clubes de outros esportes como o cricket, que buscavam manter o grupo unido durante o inverno e, à medida em que aumenta o valor comercial do futebol, como uma forma de subsidiar o esporte de verão (o cricket). Exs. Sheffield Wednesday e Preston North End (originalmente um clube de rugby), ambos fundados em 1867, surgiram assim. É mais provável, todavia, que estes clubes fossem, pelo menos inicialmente, de classe média.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (14) Os clubes mais abertamente de classe operária vieram de quatro outras fontes: igrejas e capelas, o pub, o ambiente de trabalho e a rua ou vizinhança.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) As igrejas eram patrocinadoras frequentes de times de futebol: cerca de um quarto dos primeiros clubes veio dessa fonte. Exs. Barnsley, Blackpool, Bolton, Everton e Southampton.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) Outra fonte importante eram os ambientes de trabalho: Stoke City, West Bromwich Albion, Manchester United e Arsenal entre vários.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) O pub era tão importante no cotidiano operário que seria estranho se não fosse fonte também. Muitos clubes, mesmo originários de outras fontes, usavam o pub para trocar de roupa. Os clubes de pub mesclavam-se com os times da vizinhança, baseado em grupos de amigos em distritos, ruas ou pequenas cidades. Richard Holt sugeriu que por volta de 1890 essa era a origem mais comum de todas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) Há muitas história apontando no sentido de uma difusão do futebol junto à classe operária por parte de setores das classes média e alta ansiosos em ocupar o lazer operário com recreações úteis e direcionadas, evitando costumes perniciosos. Há bastante documentação a este respeito. Os clubes de futebol são parte da febre de “recreação racional” que acometeu a sociedade inglesa a partir de 1820-30 e que gerou institutos mecânicos, clubes de trabalhadores, o parque público e a taverna de café. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) Alguns clubes mais antigos formados para a classe operária eram fruto da “muscular Christianity” (cristandade atlética), um conjunto de idéias dominantes por volta de 1850 que casava um sentido de respeito pelo corpo como uma obrigação sagrada com uma preocupação com os problemas da degeneração urbana.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15) Muitos jovens pastores levaram o jogo para os trabalhadores jovens com o objetivo de convertê-los, embora para alguns o esporte fosse apenas a isca para atraí-los para a Igreja.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (15-6) Outros clubes eram formados também para gerar uma recreação racional com o intuito de construir relações políticas e industriais harmoniosas. Ex. Thames Ironworks (em 1900 West Ham), que funda na década de 1890 um clube de futebol como parte de uma série de instituições de lazer que incluíam uma banda de cordas, um grupo de teatro e uma organização voltada para a temperança. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (16) As pesquisas mais recentes, todavia, tem demonstrado três grandes perigos em se atribuir o esporte a uma imposição externa, ou como uma arma de controle por parte da elite: i. Muitos e talvez a maioria dos clubes surgiu no interior das comunidades sem nenhuma ajuda ou relação com agências como a Igreja; ii. Mesmo times de Igreja ou de fábrica podem ter surgido a partir de uma iniciativa dos próprios operários, que depois buscaram apoio em termos de instalações (e.g. Tottenham e YMCA); iii. Há provas de que quando as exigências ideológicas dos patrocinadores de classe superior eram consideradas excessivas a relação era renegociada ou terminada (e.g. Christ Church que depois virou Bolton Wanderers saiu da Igreja em 1877 quando o pastor quis impor o comparecimento aos cultos aos jogadores). Como medida de segurança os clubes procuravam ter patrocinadores variados: o aston Villa, ligado a uma Igreja Metodista Wesleyana, jogava no campo de um açougueiro e trocava de roupa em um pub. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (16) Esses exemplos mostram que a cultura da classe trabalhadora podia ser extremamente resistente, capaz de utilizar o que interessava do patrocínio das elites rejeitando muitos dos seus acompanhamentos ideológicos. Se havia ou não um genuíno controle do lazer e particularmente do futebol por parte da classe trabalhadora é uma questão a ser debatida mais tarde.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (16-7) Na verdade o sucesso do futebol, sua massificação, não se devem a nenhum conjunto de valores sociais impostos de fora, mas do que ele proporcionava: recompensas emocionais, estéticas, sociais e para alguns econômicas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (17) No mínimo era algo para se fazer no sábado à tarde, mas também ofercia cor, espetáculo, excitação, humor e muito mais. Era ao mesmo tempo uma novidade e algo que se conformava às tradições já estabelecidas da cultura popular. É preciso apontar as continuidades com o futebol de rua, por exemplo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (17) Era um novo tema de conversa nos pontos de encontro tradicionais do pub e da rua, fornecia uma oportunidade para apostas e permitia a expressão da lealdade a sua rua, vizinhança e cidade. Muitas recreações populares do séc. XVIII e do começo do XIX eram baseadas até certo ponto na rivalidade territorial, paróquia contra paróquia em alguns jogos de bola, cidade ou condado contra outros nas brigas de galo e por aí vai, e o apelo do futebol estava enraizado nessas rivalidades tradicionais ao mesmo tempo em que encorajava novas rivalidades. Por muito que tenha significado a introdução de novos elementos na vida britânica, a revolução esportiva do século XIX deu-se a partir de práticas sociais e culturais bem-estabelecidas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[iv] Soccer and rugby (17-22)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (17) A primeira questão aqui é a seguinte: como explicar a popularidade diferenciada do futebol e do rugby em diferentes regiões de Inglaterra?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (17-8) A primeira tentativa de explicação baseava-se na questão ocupacional, ou seja, a hipótese era de que o rugby seria preferido em áreas de mineração, caracterizadas por padrões de masculinidade que valorizariam a resistência física, a força e a coragem. Por um lado, esta hipótese reduz tanto a cultura do trabalhador quanto os conceitos de masculinidade a estereótipos. Por outro, não explica porque o futebol foi bastante popular também em algumas áreas de mineração. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- A explicação proposta pelo autor baseia-se na influência de ex-alunos de determinada public school ou grammar school em cada região. O jogo de chutes (que iria desembocar na FA) foi adotado em locais onde os clubes foram fundados por ex-alunos das public schools de status mais alto (Eton e Harrow, p.ex.) que favoreciam o kicking game. E o jogo com as mãos (que desembocaria no rugby) em locais onde os alunos de escolas menos tradicionais (Rugby p.ex.) influenciaram na fundação de clubes. Um argumento a favor desta hipótese: o subdesenvolvimento do futebol em boa parte de Yorkshire deve-se ao fato de que as famílias mais importantes daquela região normalmente não enviavam seus filhos para as public schools mais importantes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (18) Segunda questão (mais importante): por que o futebol se tornou mais popular do que o rugby, embora de início o rugby tenha sido mais popular (seg. o <i style="">The Times</i>, até 1880 havia o dobro de jogadores de rugby)? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (18-9) Resposta: embora nunca total, a vitória do futebol sobre o rugby, foi assegurada no final do século XIX e início do XX, graças à sua exposição na imprensa e a seu papel no sistema escolar, mas antes disso o futebol já começara a ganhar espaço diante do rugby nas décadas de 1870-80, graças a dois fatores (ele usa o Lancashire como estudo de caso): <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. a adoção de uma forma competitiva (FA Cup) que permitia a expressão de orgulho local e hostilidade entre comunidades rivais, <span style=""> </span>teria dado vantagem ao futebol; tanto que em Yorkshire onde a federação de rugby local fez uma competição em 1876 o futebol teve dificuldades de penetração até a metade da déc. 1890;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. (20) superioridade estrutural e estética do futebol: o futebol é mais simples, com menos regras (14 em 1863 contra 59 do rugby em 1871); e acima disso, o estilo e a estrutura do futebol são mais atraentes para o público: um jogo mais variado, aberto e fluente do que o rugby. Em parte isso aconteceu quando o “dribbling” foi substituído pelo “passing game”. Antes 7 atacantes saíam driblando até perder a bola, mas entre 1870-80 o jogo de passes, mais coletivo e com tática mais elaborada, começou a imperar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (20-1) Origens do “passing game”. Há duas hipóteses:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. desenvolvido no norte da Inglaterra (Blackburn Olympic, que alternava os passes com lançamentos longos) e na Escócia;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. desenvolvido em Londres pelo Royal Engineers, que depois teria levado o estilo para as províncias, incluindo Sheffield em 1873. Se esta hipótese estiver certa, coloca em dúvida as associações entre o desenvolvimento do jogo de passes e os valores característicos das áreas de classe trabalhadora como o norte da Inglaterra e a Escócia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (21-2) Além do jogo de passes, mais duas inovações aumentaram o apelo do futebol: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. em 1877 a cobrança da lateral passou a não ser mais obrigatoriamente perpendicular [como ainda é no rugby], tornando o jogo mais rápido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. A técnica da cabeça desenvolveu-se a partir do fim da déc. 1870 e por volta de 1880 já era considerada básica, levando ao aumento das jogadas pelas pontas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (22) O rugby foi prejudicado pela proibição do passe à frente, impedindo a tridimensionalidade alcançada pelo futebol; ademais, a abolição do hacking em 1871 prolongava as disputas de bola (scrums), tornando o jogo mais lento e mais estático se comparado ao futebol, o que podia agradar aos puristas, mas não ao público mais amplo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (22) Um último mas não menos importante fator de vantagem para o futebol: embora bastante físico e até perigoso (sobretudo para os goleiros, que até 1892 podiam ser deslocados mesmo sem a bola), o jogo permite a participação decisiva de jogadores sem grande porte físico.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">[v] Professionals and amateurs (22-9)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (22) “O período entre 1863 e o início da década de 1880 presenciou uma verdadeira revolução na cultura do futebol, com transformações tanto do jogo quanto da sua estrutura social e contexto.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (22) 1884-5 ocorreram eventos que completaram esta transformação e garantiram a futura estabilidade e o crescimento do jogo no seu nível mais alto.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23) Questão do profissionalismo. Seria estranho que alguma forma de profissionalismo não tivesse se desenvolvido à medida em que o jogo se popularizava na década de 1870, afinal havia uma longa história de profissionalismo nos esportes com espectadores e também em algumas áreas da cultura popular onde havia competições (entre bandas de sopro, por exemplo).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23) <b style="">Por que, então, o profissionalismo no futebol encontrou tanta resistência? Porque seu desenvolvimento era visto como ofensivo por parte dos ex-alunos de public schools, de classe média-alta ou alta, para quem ele representava uma ameaça social e política além de esportiva.<o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23) Não era meramente a questão de pagamento por jogar, pois os times de old-boys recebiam uma compensação pelas “despesas”, permitida em 1882 pela FA (regra 16) em jogos da FA Cup. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23) “Profissionalismo” nas décadas de 1870-80 cobria uma gama de “práticas ofensivas” que incluiam: o pagamento acima do regulado por “tempo perdido”, contratação de jogadores para certas partidas e, acima de tudo, o oferecimento de vantagens extra-campo, sobretudo empregos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23) Em Lancashire no início da déc. 1880 isso era tão comum que em 1883 o Burnley tinha dez escoceses no time e o Preston North End nove em 1884-5. Talentos locais também eram contratados: o North End tirou George Wilson do Blackburn Olympic oferecendo a ele a gerência de um pub.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (23-4) A oposição da elite a estas práticas (abrigadas sob o termo amplo “profissionalismo”) era variada:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. alegava-se que os trabalhadores, com sua experiência diária de trabalho pesado e físico levariam uma vantagem natural sobre as outras classes (média e alta);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. que alguns clubes mais ricos iriam dominar o jogo;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. <b style="">mais frequentemente a oposição tinha um caráter <u>moral</u> e <u>social</u>, acreditando-se que o profissionalismo iria encorajar as apostas, o fanatismo dos torcedores e a vontade de vencer a qualquer preço, transformando aquilo que deveria ser uma fonte de prazer e virtude moral em um mero trabalho e fazendo do esportista profissional, com muito tempo de lazer à sua disposição, um mau exemplo para os jovens da classe trabalhadora</b>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (24) Algumas destas preocupações refletiam um interesse genuíno no futuro do esporte, mas frequentemente eram apenas <b style="">preconceito de classe disfarçado</b>, por parte de indivíduos que estavam sendo perturbados pelo <b style="">fato do futebol perder suas conotações de exclusividade social</b> e pela <b style="">ameaça a noções arraigadas de hierarquia social e poder político</b>. Às vezes nem mesmo havia disfarce, quando um colaborador do <i style="">Athlete</i> reclamou que “empregar a escória das aldeias escocesas levou, grandemente, a brutalizar o jogo.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (24) A oposição, todavia, nem sempre esteve enraizada no conservadorismo social e político: um jornal liberal (<i style="">Manchester Guardian</i>) reclamou da perda de integração social com a introdução do profissionalismo e é possível que a parte mais politizada da classe trabalhadora tivesse suas objeções, como em Reading, quando a cooperativa local alegou que um clube profissional, sempre dominado por pequenos grupos, impedia clubes esportivos de se tornarem democracias participativas. De qualquer forma, a voz conservadora foi a mais alta a se levantar contra o profissionalismo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (24-5) <b style="">A oposição amadores x profissionais era em boa parte uma idealização que não correspondia à realidade</b>: os amadores eram bem mais preocupados com a competição e embora pudessem eventualmente demonstrar “espírito esportivo” (Old Etonians dando 5 libras para Darwen treinar antes de jogo entre os dois em 1879 [época em que os old-boys ainda dominavam], não recebiam bem as derrotas. Além disso, a maneira de jogar dos amadores podia ser bastante intimidatória e robusta (e.g. Corinthians). “Podia até não ser vitória a todo custo, mas a masculinidade e a competitividade misturavam-se de forma conveniente.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (25-6) <b style="">Crise e resolução</b>. Em janeiro de 1884 Upton Park reclama à FA que Preston North End era time profissional. Secretário do clube acusaado admite que o clube importava jogadores e fornecia emprego mas diz que isto era comum. FA expulsa o clube do torneio e faz o mesmo com Burnley e Great Lever no início da temporada seguinte. 31 clubes importantes ameaçam formar uma associação dissidente (British Football Association) em outubro de 1884. A FA decide contemporizar e em 20 de julho de 1885 “legaliza o emprego de jogadores de futebol profissional, mas com certas restrições”, a saber: os clubes poderiam pagar aos jogadores desde que eles tivessem nascido ou residido por pelo menos dois anos em um raio de seis milhas do campo do clube. Além disso, os profissionais tinham que ser registrados anualmente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (26-7) Na verdade, além de resolver a crise, que ameaçava sua existência, a FA aproveitou para estabelecer um ‘profissionalismo controlado’ que também era do interesse dos clubes, já que os jogadores começavam a ter um grande poder de barganha, diminuído com o acordo de 1885 e com medidas posteriores como a introdução de um teto salarial e do sistema de posse e transferência de jogadores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (27) A FA não perdeu tempo em mostrar aos profissionais qual era o seu lugar: em 1886 o primeiro profissional a jogar pela seleção da Inglaterra entrou com um uniforme azul enquanto seus colegas amadores vestiam branco e no mesmo ano criou-se uma partida de “Cavalheiros versus Profissionais”, sublinhando a nova divisão hierárquica existente no jogo. Talvez ainda mais importante do que isso: em 1885 os profissionais e ex-profissionais foram proibidos de participar dos comitês da FA, barrando sua influência no desenvolvimento administrativo do jogo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (27) Não dá para reduzir o debate a um mero antagonismo de classe, mas talvez seja possível percebê-lo como uma disputa entre frações de classe: de um lado a classe empresarial e comercial não-educada em public schools e de base provincial unida às classes trabalhadoras [o plural é do autor] a favor do profissionalismo versus a elite da public school. Mas havia casos de membros da elite favoráveis ao profissionalismo. Há também um elemento de oposição norte x sul (clubes de Lancaster apoiaram em peso o profissionalismo x o que era percebido como um preconceito dos clubes do sul e londrinos) mas também esta oposição deve ser relativizada, porque o Blackburn Rovers (embora pagasse jogadores) não apoiou a rebelião de outubro de 1884 e a Sheffield FA opôs-se ao profissionalismo em 1885.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (28) O mais importante é que, ao contrário do rugby, onde a disputa em torno do profissionalismo levou à criação de uma associação rival em 1895, tendo a RFU permanecido contrária ao profissionalismo por mais um século [até 1995], no caso do futebol a FA conseguiu manter a unidade que beneficiou o desenvolvimento do futebol. Seg. Dunning e Sheard, a explicação para esta diferença residiria no fato de que os administradores da FA, provenientes de uma elite auto-confiante na sua posição social [aquilo que Bourdieu chamaria de muito capital simbólico], sentiam-se à vontade para estabelecer um compromisso sem o sentimento de perda de prestígio. Ao contrário, os dirigentes da RFU, provenientes de uma camada de elite ainda mas com menos prestígio, sentiam-se inseguros. Outro elemento é a conjuntura: o acordo da FA foi feito em um período de relações políticas e industriais relativamente estáveis, enquanto na década de 1890 houve um período de considerável militância popular, exemplificada pelo surgimento do “novo sindicalismo” dos trabalhadores não-qualificados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (29) O debate amadorismo x profissionalismo não havia se encerrado. Na primeira década do século XX haveria problemas que levaram à criação de uma associação dissidente amadora em 1907, enquanto a FA lutava desesperadamente para manter o controle sobre o profissionalismo, defendendo os ideais amadores e limitando a comercialização do jogo até a 2ª. Guerra Mundial e mesmo depois. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (29) O importante é que um compromisso havia sido alcançado, permitindo lançar a base para desenvolvimentos futuros, especialmente com a criação da Football League em 1888. Da mesma forma que a elite dominante havia desejado reformar o sistema político de maneira a manter sua influência, ela demonstrou uma mesma vontade de acomodação e compromisso na arena esportiva. E conclui o autor: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“Dada a centralidade da cultura esportiva em muitas partes da Inglaterra em 1885, certamente não é exagerado sugerir que a demonstração deste espírito de compromisso em uma arena pública tão importante desempenhou um papel em termos da manutenção da confiança do povo na boa-vontade da classe dominante da nação.”<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";" > <o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-55168033041396049652008-08-28T16:28:00.000-07:002008-08-28T16:29:25.943-07:00Esquema do texto 4: Elias e Dunning, capítulo 5<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ELIAS,Norbert e DUNNING,Elias. “O futebol popular na Grã-Bretanha medieval e nos inícios dos tempos modernos”, <i style="">In</i>: _______________________________ <span style=""> </span><i style="">A busca da excitação</i>. Lisboa: Difel, 1992. pp. 257-278<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. (257-262) <b style="">Exemplos</b> provenientes de proibições e processos judiciais, atestando a prática de diversos jogos, de caráter bastante violento, chamados de <i style="">football</i>, atestadamente praticados a partir do século XIV (1ª. proibição data de 1314); fraqueza do Estado [questão do processo civilizador] em fazer cumprir suas determinações; preocupações de caráter militar e de ordem pública<span style=""> </span>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. (262-3) <b style="">Hipótese</b>: O futebol era apenas uma das erupções de violência frequentes na Idade Média, tanto as não institucionalizadas (conflitos espontâneos, como entre os negociantes de peles e vendedores de peixe em 1339, p.262) como formas mais institucionalizadas (dentre as quais o futebol) que funcionavam como um “lazer equilibrador” [perspectiva funcionalista]:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“Os confrontos semi-institucionalizados entre grupos locais, organizados em certos dias do ano, em particular nos dias santos ou feriados, constituíam um traço vulgar do padrão de vida tradicional nas sociedades medievais. Jogar com uma bola de futebol era uma das maneiras de concretizar uma destas lutas. De facto, constituía um dos rituais do ano, comuns nestas sociedades tradicionais. (...) Nesta época, o futebol e outros encontros semelhantes não eram apenas rixas acidentais. Eles constituíam um tipo de actividade de <b style="">lazer equilibrador</b>, profundamente entrelaçado na urdidura e trama da sociedade. Pode parecer-nos incongruente que ano após ano, nos dias santos e feriados, as pessoas se empenhassem nesta espécie de lutas. Num estádio diferente do processo de civilização, os nossos antepassados viveram-na, evidentemente, como um acontecimento óbvio e agradável.” (263)<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. <b style="">A maior flutuação dos sentimentos</b> (263-4) O mito de uma sociedade tradicional marcada por uma grande “solidariedade”, tensões e conflitos menos agudos, harmonia superior às sociedades contemporâneas. Sociedades estruturadas sobre outra lógica, marcadas por extremos [Huizinga]: “’simpatia amiga’ forte e espontânea” convivendo perfeitamente com “inimizades e ódios igualmente fortes e espontâneos” (264); em suma:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“O que era realmente característico, pelo menos nas sociedades camponesas tradicionais na Idade Média, era a flutuação muito maior de sentimentos de que as pessoas eram capazes e, relativamente a isso, a mais elevada instabilidade das relações humanas em geral. No que respeita à menor instabilidade das restrições internas, a força das paixões, o calor e a espontaneidade dos actos emocionais distinguiam-se por duas vias: na bondade e prontidão para ajudar, assim como na rudeza, insensibilidade e prontidão para ferir.” (264)<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iv. (264-5) O futebol da Terça-Feira Gorda é apenas um exemplo destas <b style="">tradições de ‘dupla face’</b> (expressando unidade-solidariedade e ao mesmo tempo hostilidade); <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">v. (265-6) A <b style="">grande capacidade de sobrevivência do futebol medieval</b> deve-se ao fato dele ser um <b style="">ritual tradiconal, associado ao calendário religioso</b>, à época muito mais “entranhado” na vida cotidiana e muito menos solene do que hoje; “as actividades seculares eram mais religiosas e as actividades religiosas mais seculares” (266)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">vi. (266-7) A <b style="">função</b> desempenhada pelos jogos de futebol na Idade Média (<b style="">válvula de escape para tensões entre grupos</b>): <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“As fricções entre comunidades vizinhas, corporações locais, grupos de homens e de mulheres, jovens casados e homens solteiros mais jovens eram, com frequência, endêmicas. Se os temperamentos se exaltavam podiam conduzir, sem dúvida, em qualquer momento, a explosões de luta aberta. Mas, em contraste com as nossas, na sociedade medieval existiam ocasiões tradicionais em que algumas destas tensões podiam encontrar expressão sob a forma de luta que era sancionada pela tradição e, provavelmente, também durante um período considerável, pela Igreja e autoridades locais. Os registros mais antigos mostram que, muitas vezes, as lutas entre representantes dos grupos locais, com ou sem futebol, constituíam parte de um ritual anual” </span></i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[lembrar do texto de Darnton sobre o massacre dos gatos]; (...) <i style="">Durante este período, o jogo de futebol proporcionava um desses escapes para as constantes tensões entre grupos locais.</i>” (266)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">vii. (267-8) <b style="">Um exemplo de 1553</b> (em Dorsetshire), mostrando um <b style="">ritual popular</b> (da Corporação de Homens Livres Marmoristas ou Trabalhadores em Pedreiras), nos três dias de Entrudo, <b style="">do qual o futebol fazia parte</b> e que envolvia a iniciação dos aprendizes, o pagamento de um ‘xelim de casamento’ que posteriormente financiava a “pensão” da viúva (aprendizes trabalhando para ela) e a compra de uma bola de futebol pelo último que tivesse se casado. [o texto não fala, mas é óbvio que o jogo devia ser entre mestres e aprendizes]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">viii. (268) <b style="">Embora as pessoas estivessem fortemente ligadas aos seus modos de vida tradicionais</b>, pois eram estas tradições que serviam para solucionar os conflitos na ausência de um código unificado de leis executado por um tribunal imparcial, as <b style="">tradições não eram imutáveis</b>, iam se transformando imperceptivelmente à medida em que as relações entre os grupos se transformavam ou sob o impacto de guerras, conflitos civis, epidemias e outros abalos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ix. (268-9) Eram sobretudo <b style="">tradições orais</b>, transmitidas diretamente, geração a geração:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“Não era costume fixar de maneira formal, por escrito, qualquer das regras de jogos como o futebol. Os filhos<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(269) <i style="">jogavam como os pais haviam jogado, ou, no caso de dúvidas, como eles pensavam que os seus pais jogavam.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">x. (269-270) <b style="">Sem regras escritas nem organizações centrais unificadoras, menções ao futebol nos documentos medievais não implicam a prática do mesmo jogo; mas ao mesmo tempo, jogos nomedados de forma diferente podiam ser semelhantes, estando a diferença apenas no tipo de utensílio utilizado</b>, por vezes falava-se em jogar ‘com uma bola de futebol’ e não ‘jogar futebol’. De qualquer maneira:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“a bola que foi chamada ‘futebol’ tinha algo em comum com a que é utilizada nos jogos de futebol de hoje: era uma bexiga cheia de ar revestida, por vezes, mas nem sempre, de couro. As comunidades camponesas de todo o mundo usavam essas bolas como um meio para o seu divertimento. Existem, certamente, registros do seu uso em muitas regiões da Europa medieval. Se ela possuísse as dimensões certas e elasticidade, e não fosse demasiado grande, uma tal bexiga de animal repleta de ar, revestida de couro ou não, adaptava-se melhor, pro-<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(270) <i style="">vavelmente, ao impacte dos pés do que uma pequena bola sólida. (...) as características elementares, o caráter do jogo traduzido num confronto entre grupos diferentes, o prazer da luta manifesto e espontâneo, a desordem e o nível relativamente elevado de violência física socialmente tolerada eram sempre os mesmos.”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Daí resulta que: <i style="">“pode ter-se uma idéia viva quanto à maneira pela qual as pessoas jogavam futebol, da qual não temos realmente registros minuciosos, a partir de alguns documentos mais extensos deste período que chegaram até nós, mesmo que os jogos não fossem de facto jogados com uma bola ao pé, mas com outros aprestos.”</i> (270)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">xi. (270-4) <b style="">O exemplo do hurling</b>, no início do século XVII, subdividido em <i style="">hurling to goales</i> (leste de Cornwall) e <i style="">to the countrey</i>, no oeste (fonte: Richard Carew, <i style="">Survey of Cornwall</i>, 1602).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Hurling to goales</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> (271-2): normalmente em casamentos; duas metas (oito ou dez pés de distância) marcadas com arbustos cravados no chão, 15, 20, 30 jogadores de cada lado, campo com dez ou doze pés; obtém a vitória quem atravessar a meta carregando a bola; não se pode passar a bola para frente [lei do impedimento], não se podia bater abaixo da cintura, mas valia empurrar e bater no peito do adversário com os punhos fechados. O confronto era homem a homem, era proibido que dois homens atacassem o portador da bola. Quem desrespeitasse as regras tinha as orelhas puxadas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Hurling to the countrie</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> (272-4): dois ou três cavalheiros convocam, num dia de feriado, três ou mais paróquias da parte leste ou sul, para baterem-se contra três ou mais paróquias do oeste ou norte. Meta era casa dos cavalheiros ou cidades ou aldeias, distantes 3 a 4 milhas. Números de cada lado eram desiguais. Bola era de prata. Portador da bola é posto ao chão, o que o obriga a passar a bola para um companheiro. Percorrem o terreno e seus acidentes naturais, confronto coletivo, em que há tática (posicionam-se jogadores nos flancos para evitar fuga), usam-se cavaleiros de ambos os lados, que também corriam o risco de serem derrubados. Às vezes usavam-se desvios para escapar. Celebração da vitória com cerveja, fornecida pelo cavalheiro [patrono da festa]. Vantagens e desvantagens do jogo: virilidade e espírito guerreiro x turbulência e danos físicos: regressam a casa como se viessem do campo de batalha: <i style="">“cabeças ensanguentadas, ossos partidos e deslocados”</i>, ferimentos que <i style="">“abreviam seus dias”</i>; nem o procurador nem a Coroa se importam.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">xii. (274-8) <b style="">Análise</b>: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (274-5) <b style="">Jogo popular está relacionado à estrutura da sociedade inglesa</b>: camponeses mais ou menos livres </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> classe de proprietários rurais sem título de nobreza (apenas cavalheiros):<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“um divertimento local, para uma população de camponeses mais ou menos livres da região, promovido pelos proprietários de terras locais, que, com frequência, embora nem sempre talvez, fossem não nobres.” (...) “Tanto os camponeses quanto a pequena nobreza desejavam conservar e desfrutar o jogo.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (275-6) <b style="">Violência não era absoluta nem desregrada</b>, já havia leis do costume e talvez regras, bem como um sentimento de “justiça”, mas não havia árbitro nem juiz externo. Regras tradicionais e regulamentos baseados no costume funcionavam <i style="">“como uma espécie de auto-restrição coletiva”</i> (276)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (275-6) O futebol e os jogos populares eram uma forma de liberar as tensões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (276) Apego às tradições pois estas eram fundamentais para restringir e resolver os conflitos; aqui havia uma espécie primária de democracia: uma <b style="">“democracia aldeã”</b>: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“A forma de punir os infratores das ‘leis’ do jogo, como Carew o descreve, é um paradigma em pequena escala da democracia camponesa auto-regulada, com a relativamente diminuta supervisão de vigilantes do exterior.”</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> (276)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (276-7) <i style="">Hurling</i> continha elementos do que hoje são dois esportes diferentes: <b style="">jogo de bola <u>e</u> luta corporal</b>. Mas havia “um certo tipo de regulamentação tradicional” que limitava os ferimentos. Wrestling era um divertimento típico da Cornualha. Número de quedas impostas ao adversário era um fator importante para determinar o vencedor no hurling. Deviam surgir brigas também acerca de quem realmente vencera.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (277) Mesmo no hurling to goales, o mais regulamentado, <b style="">o critério para definir o vencedor não era tão nítido</b>. A explicação para isto:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“Mesmo no final do século XVI, as sociedades européias não eram ainda sociedades de ‘medida’.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (277-8) De qualquer maneira, <b style="">embora bem menos regulamentado, o jogo não era totalmente anárquico</b>. Seria necessário refletir entre tipos diferentes de regulamentação a partir de <b style="">estudos comparativos minuciosos e sistemáticos</b>. <o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-91795813657723300302008-08-28T16:27:00.000-07:002008-08-28T16:28:35.853-07:00Esquema do texto 3: Damo<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">“Futebol e Estética”, Arlei Sander DAMO, <b>São Paulo em Perspectiva</b>, 15(3), 2001: 82-91<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(82-84) <b>i. Introdução: superação de certas perspectivas analíticas</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(82) 0. Sobrevivência do gosto pelo futebol => ciências humanas repensam a sua importância<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">1. A crítica marxista: denunciar sem compreender<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(82-3) 2. Perspectiva funcionalista (Elias e Dunning): caráter compensatório (excitação => saúde mental); problema: caráter universalizante, perdendo de vista as particularidades locais e as variações diacrônicas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(83) 3. Investidas metafóricas, significado imposto de fora para dentro; por ex: oposição entre pés (ordem mágica) x mãos (ordem racional); e como explicar a popularidade do futebol na Europa?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">4. Pop-psicologismo: perdedores na vida => vencedores no esporte, mas no esporte também se perde e isto faz parte da experiência de atletas e de torcedores<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">versus<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">especificidade do campo esportivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">indagar por que gostamos de esportes<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">a resposta de Gumbrecht: beleza, fenômeno estético, independentemente do resultado<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(84) – A hipótese de Damo:<o:p></o:p></span></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="1" type="a"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">O resultado importa sim<o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Existem formas diferentes de pertencimento clubístico<o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Jogo absorvente<o:p></o:p></span></li></ol> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(84-87) <b>ii. O RITUAL DISJUNTIVO</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(84) – Crítica à idealização romântica saudosista, fruto de uma memória construída em torno somente de bons momentos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(84-5) – Ritual conjuntivo (de certos povos, vide LST) x jogo disjuntivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(85) – Imprevisibilidade<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(86) – A importância da vitória<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">O prazer estético invisível e a guerra mimética<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(86-7) – O jogo produz uma realidade de ordem simbólica <=> ligada ao pertencimento clubístico<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(87-88) <b>iii. O PERTENCIMENTO CLUBÍSTICO</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(87) – Amor ao clube: mola propulsora dos esportes coletivos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Discussões => sociabilidade intensa<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Escolha do clube, parte da transformação do indivíduo em pessoa <=> redes (familiares, amizade e vizinhança)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(88) – Pertencimento clubístico = máscara social<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Torcer é uma forma de participação política<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(88-90) <b>iv. UM JOGO ABSORVENTE</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(88) – A estrutura da briga-de-galos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(89) – Rivalidade<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Identidade clubística é contrastiva, caso extremo das torcidas organizadas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">O evento (isto é a partida e seu resultado e significado) <=> história, tradição e memória<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(89-90) – Densidade = ritual disjuntivo + tradição<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(90) <b>v. ARREMATE</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Futebol não é mero negócio, mas também é negócio<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="" lang="PT-BR"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Caracteriza-se por uma justaposição entre<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">excesso</span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">: de significado (gol), de desperdício (de dinheiro) e desordem (festas, bebedeira, violência)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">e<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">ordem</span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> : estrutura ritual, lógica de pertencimento e densidade dos embates<o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-80624056800675418052008-08-24T14:53:00.000-07:002008-08-24T14:55:53.880-07:00Esquema do texto 2: Bourdieu<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">ESQUEMA de<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">BOURDIEU 1983 - Como é possível ser esportivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">“Como é possível ser esportivo” In: ___________ <i style="">Questões de Sociologia</i>. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. pp. 136-153.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="1" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Autor<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Obra<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Estrutura do texto<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Objetivo do texto<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Palavras-chave<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Métodos<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Fontes utilizadas<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Conclusões do texto<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Questões e críticas<o:p></o:p></span></b></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span>Outras leituras recomendadas<o:p></o:p></span></b></li></ol> <div style="border-style: none none solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color windowtext; border-width: medium medium 1pt; padding: 0cm 0cm 1pt;"> <p class="MsoNormal" style="border: medium none ; padding: 0cm; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> </div> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="1" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">AUTOR: Pierre Bourdieu (* 1. 8. 1930 - † 23. 1. 2002) <o:p></o:p></span></b></li></ol> <p><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <div class="MsoNormal"><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <hr align="left" size="2" width="100%"> </span></div> <p><b><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Vie privée</span></b><span style="font-size: 9pt;" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial; color: black;">Geboren als/ born as/ né: <u>Pierre-Félix Bourdieu</u>, Denguin (Pyrenées Atlantiques);</span><span style="font-size: 9pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial; color: black;">Vater/ father/ père: <u>Albert Bourdieu</u>, Bauer/ farmer/ paysan, dann/ afterwards/ après: Postbeamter/ post-official/ fonctionnaire postal;</span><span style="font-size: 9pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial; color: black;">Mutter/ mother/ mère: <u>Noemie Bourdieu</u>, geb./ born as/ née: <u>Noemie Duhau</u>;</span><span style="font-size: 9pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial; color: black;">Ehe/ married/ mariage: 1962 mit/ with/ avec <u>Marie-Claire Brizard</u></span><span style="font-size: 9pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial; color: black;">Kinder/ children/ enfants: <u>Jérôme Bourdieu</u> (économiste); <u>Emmanuel Bourdieu</u> (philosophe & directeur du film); <u>Laurent Bourdieu</u> (physicien).</span><span style="font-size: 9pt;"> <o:p></o:p></span></p> <div class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <hr align="center" size="2" width="100%"> </span></div> <p style="margin-bottom: 3.95pt;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Éducation et carrière professionelle</span></b><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <div class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <hr align="center" size="2" width="100%"> </span></div> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Lycée de Pau (1941-1947)</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Lycée Louis-le-Grand (1948-1951)</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">École Normale Supérieure (1951-1954)</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 17.85pt; text-indent: 0cm;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Faculté des lettres de Paris (1951-1954)</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 15.85pt 17.85pt; text-indent: 0cm;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Diplôme: Agrégé de philosophie</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 15.85pt 17.85pt; text-indent: 0cm;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Professeur au Lycée de Moulins (1954 - 1955).</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 15.85pt 17.85pt; text-indent: 0cm;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Assistant à la Faculté des lettres d'Alger (1958 - 1960). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 17.85pt; text-indent: 0cm;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Assistant à la Faculté des lettres de Paris (1960 - 1961). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Maître de conférences à la Faculté des lettres de Lille (1961 - 1964). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur d'études à l'École des Hautes Études en Sciences Sociales (1964 - 2002). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Chargé de cours à l'École Normale Supérieure (1964 - 1984). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur du Centre de Sociologie de l'Éducation et de la Culture (EHESS/ CNRS). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur de la Collection " Le sens commun " (Éditions de Minuit) (1964 - 1992). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Visiting Member à l'Institute for Advanced Studies (<st1:place st="on">Princeton</st1:place>) (1972 - 1973). </span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Membre de l'American Academy of Arts and Sciences (1973 - 2002). </span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Membre du Conseil scientifique du Max Planck Institute für Bildungsforschung (1974 - 1976). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur de la revue Actes de la recherche en sciences sociales (1975 - 2002). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Consulting Editor de l'American Journal of Sociology (1975 - 2002). </span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Professeur titulaire de la Chaire de Sociologie au Collège de France (1982 - 2001). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur du Centre de Sociologie Européenne (CSE) du Collège de France et de l'École des Hautes Études en Sciences Sociales (1985 - 1998). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Directeur de la revue internationale des livres Liber (1989 - 2000).</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Docteur honoris causa de l'Université Libre de Berlin (1989), de l'Université Johann Wolfgang Goethe de Francfort (1996), de l'Université d'Athènes (1996). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Membre du Conseil scientifique de l'Institut Maghreb-Europe (1991 - 2002). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Médaille d'or du CNRS (1993). </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Erving Goffman Prize, University of California-Berkeley (1996). </span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Ernst-Bloch-Preis de la ville de Ludwigshafen (1997)</span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 3.95pt 36pt; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;" lang="PT-BR"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Huxley Memorial Medal (2000) </span><span style="font-size: 10pt;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <div style="border-style: none none solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color windowtext; border-width: medium medium 1pt; padding: 0cm 0cm 1pt; margin-left: 18pt; margin-right: 0cm;"> <p style="border: medium none ; margin: 0cm 0cm 3.95pt 18pt; padding: 0cm; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Corresponding Fellow of the <st1:place st="on"><st1:placename st="on">British</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">Academy</st1:PlaceType></st1:place> (2001 - 2002)</span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></p> </div> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="2" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;">OBRA-TEXTO<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Artigo em questão é a transcrição de uma palestra – exposição introdutória a um congresso internacional de história do esporte realizado em Paris em 1978.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Faz parte de um livro publicado em 1980, <i style="">Questions de Sociologie</i>; <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- No prólogo, p.7, Bourdieu diz que todos os textos são “transcrições de intervenções orais e destinadas a não-especialistas” [inclusive entrevistas, em que ele trabalha de forma “mais fácil, embora mais imperfeita”, “idéias sobre temas que alguns já<span style=""> </span>conhecem de outros lugares”; justificando essa colher de chá ao público leigo, Bourdieu afirma que “a sociologia não valeria nem uma hora de esforço se fosse um saber de especialista reservado aos especialistas”<o:p></o:p></span></p> <div style="border-style: none none solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color windowtext; border-width: medium medium 1pt; padding: 0cm 0cm 1pt; margin-left: 18pt; margin-right: 0cm;"> <p class="MsoNormal" style="border: medium none ; padding: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> </div> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="3" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">ESTRUTURA DO TEXTO<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">I.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Prólogo e auto justificativa (136): o valor das questões colocadas por<span style=""> </span>um não-especialista<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">II.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Hipótese preliminar e questões: O modelo acerca das práticas esportivas (oferta </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> demanda social) e as questões daí decorrentes (136)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">III.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Primeira <u>grande</u> questão: as condições históricas e sociais do “esporte moderno” e sua evolução (em outras palavras, a constituição de um campo esportivo) (136-148)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Do surgimento do “esporte moderno” (136-140)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- A filosofia política do esporte (140-2)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Lutas pela definição do corpo legítimo e do uso legítimo do corpo (142-3)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Esporte e lucros de distinção (143) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- O esporte espetáculo e seus efeitos (doping, violência e alienação política) (143-5)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Determinantes da passagem do esporte elitista-amador ao esporte espetáculo destinado ao consumo de massa (145-7)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Consequências: modificação das funções que os esportistas dão à prática e da prática esportiva em si (147-8) – aqui entram a questão das classes e do <i style="">habitus<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">IV.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Segunda <u>grande</u> questão: significados e funções que as diferentes classes sociais dão aos diferentes esportes (148-152)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">V.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">CONCLUSÃO: o princípio das transformações das práticas e dos consumos esportivos (152-3)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">**********************************************************************************************<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">I. Prólogo e auto justificativa (136): o valor das questões colocadas por<span style=""> </span>um</span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> <b style="">não-especialista </b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"># 136: de onde se fala e quem fala (um sociólogo para historiadores do esporte)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Não ser especialista pode ser uma vantagem<span style=""> </span>por não ter naturalizado pressupostos da disciplina<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">“As questões que vou colocar vêm de fora, são as questões de um sociólogo que encontra entre seus objetos as práticas e os consumos esportivos sob a forma, por exemplo, de quadros estatísticos apresentando a distribuição das práticas esportivas segundo o nível de instrução, idade, sexo, profissão, e que é assim levado a se interrogar não apenas sobre as relações entre estas práticas e estas variáveis, mas sobre o próprio sentido que estas práticas assumem nestas relações.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">II. Hipótese preliminar e questões: O modelo acerca das práticas esportivas (oferta </span></b><b style=""><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span></b><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> demanda social) e as questões daí decorrentes (136)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Hipótese: “podemos considerar o conjunto de práticas e de consumos esportivos oferecidos aos agentes sociais como uma <b style="">oferta</b> destinada a encontrar uma certa <b style="">demanda</b> social”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- As questões: existe um campo esportivo? A demanda social pelo esporte, o porquê da escolha de determinada prática<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">III. Primeira <u>grande</u> questão: as condições históricas e sociais do “esporte moderno” e sua evolução (em outras palavras, a constituição de um campo esportivo) (136-148) [i.e. oferta]<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Do surgimento do “esporte moderno” (136-140)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* o surgimento do esporte moderno enquanto um sistema de instituições e agentes </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> práticas e consumos esportivos; a constituição do campo esportivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* a conseqüência dele (esporte) ser encarado como um campo: sua relativa autonomia [Elias já dissera isso em Quest for Excitement, na introdução]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* aí entra o papel da história social do esporte: fazer a genealogia do seu objeto<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* o esporte como o produto de uma ruptura – daí ser errôneo ver os jogos que o antecederam como práticas pré-esportivas – no sentido de Elias; a partir de quando se constituiu esse campo esportivo ?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">*<span style=""> </span>tentativa de resposta a partir da história do futebol e do rugby<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* passagem do jogo ao esporte deu-se nas grandes escolas da elite burguesa da Inglaterra<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* lá estes exercícios corporais da elite são separadaos do calendário e das funções sociais e religiosas dos jogos, reduzidos a regras próprias e a um calendário específico;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* neste ethos das ‘elites’ burguesas, o essencial é que o exercício não tem finalidade, é gratuito, distancia-se dos interesses materiais [aquilo que outros irão chamar de ‘a ideologia do amadorismo’]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* esta autonomização das práticas esportivas caminha lado a lado com um processo de racionalização visando a previsibilidade e a calculabilidade (regras universais, corpo de dirigentes recrutado entre os <i>old boys</i>); afirmação da autonomia relativa do campo das práticas esportivas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- A filosofia política do esporte (140-2)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* concomitantemente há a elaboração de uma <i>filosofia política do esporte</i>: a teoria do amadorismo: uma prática desinteressada mas que prepara os futuros líderes (virilidade, vontade de vencer mas respeitando as regras)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* em França, o debate toma a forma da definição de uma educação burguesa oposta à definição pequeno-burguesa e professoral, agora valorizando a ‘energia’, a ‘coragem’, a ‘vontade’, virtudes que se se esperavam dos líderes, bem como a ‘iniciativa’, o ‘espírito de empresa’ contra o saber, a erudição, a docilidade ‘escolar’; é valorizar o caráter ou a vontade acima da inteligência, relativizando o ‘sucesso escolar’<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Estas frações dominantes da classe dominante pensam a oposição em relação às frações dominadas da classe dominante (intelectuais, artistas, professores) através da oposição entre masculino e feminino, viril e efeminado;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Em suma, é preciso compreender que “o esporte, como toda prática, é um objeto de lutas entre frações da classe dominante e também entre as classes sociais.” (p.142)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Lutas pela definição do corpo legítimo e do uso legítimo do corpo (142-3)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* As disputas do campo da prática esportiva: pelo monopólio da imposição da definição legítima da prática esportiva e da função legítima da atividade esportiva; neste campo também está inserido o campo das lutas pela definição do <b>corpo legítimo</b> e do <b>uso legítimo do corpo</b> [daí a enorme importância do esporte para a publicidade no mundo contemporâneo] envolvendo desde os agentes do campo esportivo (treinadores, dirigentes, profs. ginástica e outros comerciantes de bens e serviços esportivos) até moralistas, o clero, médicos (sobretudo os higienistas), educadores num sentido amplo (conselheiros conjugais, dietistas etc), os árbitros da elegância e do gosto etc.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Algumas oposições transistóricas; profissionais da pedagogia corporal (profs. ginástica) e médicos; filosofia do uso ascético do corpo (educação física = esforço, correção, retidão) x filosofia hedonista que privilegia a natureza e reduz a educação ou até mesmo propõe a desconstrução da educação corporal<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Estas lutas, ou melhor, o resultado das mesmas na direção de um pólo (o ascético) ou outro (o hedonista), depende “do estado das relações de força entre as frações da classe dominante e entre as classes sociais no campo das lutas pela definição do corpo legítimo e dos usos legítimos do corpo” (p.142); o ex. da ‘expressão corporal’ </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> nova variante da moral burguesa (outro tipo de relação entre pais e filhos, liberalismo em termos educacionais, de hierarquia e ligadas à sexualidade, denunciando o ascetismo como ‘repressivo’)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Esporte e lucros de distinção (143) <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* O esporte ainda traz consigo a marca de suas origens (ideologia aristocrática do esporte como atividade desinteressada e gratuita mascarando a verdade de uma parte crescente das práticas desportivas) e os <b>lucros de distinção</b> ligados a determinadas práticas como tênis, equitação, iatismo e golfe p.ex.; este lucro de distinção é dobrado pela oposição entre a prática do esporte e o simples consumo de espetáculos esportivos (depois da adolescência, elite pratica mais, povo vê mais)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- O esporte espetáculo e seus efeitos (doping, violência e alienação política) (143-5)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Os esportes populares (ciclismo, futebol, rugby) funcionam também como espetáculo popular, isto é, de massa. O que nascera das práticas populares, produzidas pelo povo, retorna agora sob a forma de espetáculo produzido para o povo;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Fenômenos atuais como o doping estariam ligados à busca da vitória a qualquer preço ligada à ampliação do público esportivo para além dos conhecedores profundos (capazes de apreciar o jogo em suas nuances), pois o grande público interessa-se apenas pela dimensão do suspense e da ansiedade pelo resultado; quando o público desloca-se para além dos amadores (i.e. também praticantes) reforça-se o reino dos profissionais puros; em suma, a competência puramente passiva do grande público leva à evolução da produção tanto em termos de música quanto em termos de esporte;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* E, de fato, mais do que seu papel de reforço do chauvinismo ou do sexismo, o esporte reforça a separação entre profissionais e leigos, “reduzidos ao papel de simples consumidores”, tornando-se uma “estrutura profunda da consciência coletiva” (p.145) pois não é apenas no domínio esportivo que lhes é reservado este papel de torcedor [creio que aqui ele está pensando no papel do eleitor na democracia representativa contemporânea, o que só demonstra a relação entre esporte e sociedade, no caso o funcionamento do sistema político]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Determinantes da passagem do esporte elitista-amador ao esporte espetáculo destinado ao consumo de massa (145-7)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Análise dos determinantes da passagem do esporte como prática de elite (reservada aos amadores) ao esporte como espetáculo produzido por profissionais e destinado ao consumo de massa;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* “Indústria do espetáculo esportivo”: maximizar a eficácia minimizando os riscos (leis da rentabilidade) </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> pessoal técnico especializado e gerência científica (ex. futebol americano e sua super-especialização); tudo isso ligado a uma indústria de equipamentos e acessórios esportivos [proteções, material adequado, ver comerciais sobre tênis para futebol de salão]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Já na sua origem, o esporte, nas public schools, obedecia a este cálculo de custo, pois era o meio de ocupar a menor custo os adolescentes, tornando mais fácil a sua vigilância (tratava-se de instituições totais), fazendo com que se dedicassem a uma atividade ‘sadia’, direcionando sua violência contra os colegas e não contra as instalações ou contra os professores [mas direcionando esta violência, como mostram Dunning e Sheard, de forma controlada, ao contrário do que antes ocorria na relação entre veteranos e calouros]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Ora, da mesma forma, houve uma multiplicação de associações esportivas inicialmente organizadas sobre bases beneficentes (e mais tarde ajudadas pelo Estado) por parte daqueles interessados em mobilizar, ocupar e controlar os adolescentes (de uma forma extremamente econômica): partidos, sindicatos, igrejas e patrões paternalistas [lembrar do padre da primeira comunhão];<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Os patrões paternalistas, desde muito cedo, oferecem, além de hospitais e escolas, estádios e outros estabelecimentos esportivos;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Em suma, <b>“o esporte é um dos objetos da luta política”</b> (147); p.ex. no meio rural onde a pequena burguesia ou a burguesia rural promovem o aparecimento de equipes de forma a “impor seus serviços de incitação e enquadramento e de acumular ou manter um capital de notoriedade e honorabilidade sempre suscetível de se reconverter em poder político.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Consequências: modificação das funções que os esportistas dão à prática e da prática esportiva em si (147-8) – aqui entram a questão das classes e do <i style="">habitus</i><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Nesta passagem das escolas de elite às associações esportivas de massa, há uma modificação não somente das funções que os esportistas e os que os enquadram [dirigentes ?] dão à pratica mas também uma transformação das espectativas e exigências do público agora ampliado: da exaltação da proeza viril e do culto do espírito de equipe (adolescentes de origem burguesa ou aistrocrática) </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> reinterpretada (como no caso do rugby) para se adaptar ao público de camponeses, empregados ou comerciantes do sudoeste da França: agora será valorizada a violência (a ‘cotovelada’)<span style=""> </span>e o sacrifício obscuro e tipicamente plebeu (‘cavar’ o jogo etc);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Para entender essas mudanças, é preciso ter em mente que a carreira esportiva – uma trajetória praticamente inadmissível para uma criança burguesa – “representa uma das únicas vias de ascensão social para as crianças das classes dominadas” (148) que podem explorar seu capital físico da mesma forma que as meninas bonitas exploram o seu no mercado dos concursos de beleza e das profissões correlatas (recepcionista etc); <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Em suma, isto exemplifica o ajustamento entre oferta e demanda esportivas (ver cit. p.148); o que tem relação com o <i>habitus</i> (sistema de disposições) de uma classe ou fração de classe determinada<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">IV. Segunda <u>grande</u> questão: significados e funções que as diferentes classes sociais dão aos diferentes esportes (148-152) [i.e. demanda]<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* </span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">“devemos nos interrogar sobre as variações do significado e da função sociais que as diferentes classes dão aos diferentes esportes” (p.148); “as variações das práticas segundo as classes devem-se não apenas às variações dos fatores que tornam possível ou impossível assumir seus custos econômicos e culturais, mas também às variações da percepção e da apreciação dos lucros, imediatos ou futuros que se considera que estas práticas proporcionam.” (pp. 148-9) (valor que se atribui à musculatura visível x elegância, ou à saúde e ao equilíbrio psíquico, enfim, diferentes expectativas acerca dos efeitos sobre o próprio corpo; o ex. da ginástica para produzir corpo conspicuamente forte – demanda popular – ou um corpo são – demanda burguesa [hoje, nem tanto, vide a moda da musculação entre a pequena burguesia e a burguesia]; daí a demora das autoridades olímpicas em reconhecer o halterofilismo visto como “força pura, brutalidade e a indigência intelectual, ou seja, as classes populares”);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* “Da mesma forma, as diferentes classes se preocupam de maneira muito desigual com os lucros sociais que a prática de certos esportes proporciona”; aqui atua a lógica da distinção, opondo, p.ex. o golfe à petanca (jogo popular no sul da França), esta última ligada à força; também tem que ser considerado a disponibilidade de tempo ou tempo livre;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Outro exemplo: a preocupação com a distinção social afasta os membros das classes dominantes da maior parte dos esportes coletivos (basquete, handebol, rugby, futebol) – mais praticados pelos empregados de escritório, técnicos e comerciantes – bem como de esportes individuais tipicamente populares como o boxe ou a luta livre: “a composição social de seu público, que redobra a vulgaridade que sua divulgação implica, os valores em jogo, como a exaltação da competição e das virtudes exigidas, força, resistência, disposição à violência, espírito de ‘sacrifício’, de docilidade e de submissão à disciplina coletiva, antítese perfeita da ‘distância em relação ao papel’ que os papéis burgueses implicam” (p.150);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Conclusão deste ponto: <b>“tudo permite supor que a probabilidade de praticar os diferentes esportes depende, em graus diversos para cada esporte, do capital econômico e, de forma secundária, do capital cultural e do tempo livre; isto por intermédio da afinidade que se estabelece entre as disposições éticas e estéticas associadas a uma posição determinada no espaço social e os lucros que em função destas disposições parecem prometidos para os diferentes esportes.”</b> (p.150)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Relação entre práticas esportivas e idade é mais complexa pois a questão da quantidade de esforço físico exigido e da disposição em relação a este esforço é uma dimensão do ethos de classe; p.ex. esportes ‘populares’ estão associados à juventude – licença provisória </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> gasto de energia (física e sexual) abundante, e são abandonados muito cedo (normalmente no momento do casamento) x esportes ‘burgueses’ prolongados para bem além da juventude, “talvez, tanto mais além quanto mais prestígio e exclusividade tiverem (como o golfe)” (p.150) [aqui caberia, é lógico, umas adaptações – no mínimo – para pensar o caso brasileiro, onde o futebol é um universal, tanto em termos de classe – menos – quanto em termos etários]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* “é a relação com o próprio corpo, enquanto dimensão privilegiada do <i>habitus</i>, que distingue as classes populares das classes privilegiadas, assim como no interior destas distingue frações separadas por todo o universo de um estilo de vida. “(p.151)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Isto é: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">classes populares </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> relação instrumental com o próprio corpo “também se manifesta na escolha de esportes que demandam um grande investimento de esforços, às vezes de dor e sofrimento (como o boxe), e em certos casos exigem que o próprio corpo seja colocado em jogo, como a moto, o paraquedismo, todas as formas de acrobacia e, em certa medida, todos os esportes de combate, entre os quais se pode incluir o rugby.”<span style=""> </span>(p.151)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span><span style=""> </span>x<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">classes privilegiadas </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> ‘estilização da vida’ e corpo tratado como um ‘fim’ </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> preocupação com uma cultura corporal (culto higienista da saúde </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">ó</span></span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> exaltação ascética da sobriedade e do rigor dietético) traduzida na ginástica ou no esporte ascético ou higiênico, como a corrida ou a marcha, atividades altamente racionais e racionalizadas (pois supõem uma fé nos lucros que prometem como a proteção contra o envelhecimento, que só pode existir a partir de uma base teórica); só adquirem sentido em função de um conhecimento abstrato dos efeitos (e.g. abdominais); isto é característico de <b>indivíduos em ascensão</b> “preparados para encontrar satisfação no próprio esforço e aceitar – é o próprio sentido de toda a sua existência – gratificações posteriores em função de seu sacrifício presente.” (p.151)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* “As funções higiênicas tendem cada vez mais a se associar, e mesmo a<span style=""> </span>se subordinar, a funções que se pode chamar de estéticas, à medida em que se sobe na hierarquia social (principalmente, sendo todas as outras variáveis iguais, entre as mulheres, mais fortemente inclinadas à submissão às normas que definem o que deve ser o corpo, não apenas em sua configuração perceptível mas também em seu jeito, seu modo de andar etc“ (pp.151-2);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* Entre as profissões liberais e a burguesia de negócios as funções higiênicas e estéticas conjugam-se a funções sociais: “os esportes se inscrevendo, da mesma forma que os jogos ou as trocas mundanas (recepções, jantares etc) às numerosas atividades ‘gratuitas’ e ‘desinteressadas’ que permitem acumular capital social.“ (p.152); ex. clubes de golfe, caça ou pólo tornam-se pretexto para encontros escondidos, uma técnica de sociabilidade como a prática do bridge ou da dança; [aqui caberia outro reparo, pois o futebol entre as classes populares e médias também serve como uma técnica de sociabilidade]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">V. CONCLUSÃO: o princípio das transformações das práticas e dos consumos esportivos (152-3)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">*</span><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR"> “<b>o princípio das transformações das práticas e dos consumos esportivos deve ser buscado na <u>relação</u> entre as transformações da oferta e as transformações da demanda</b>: as <u>transformações da oferta</u> (invenção ou importação de esportes ou de equipamentos novos, reinterpretação dos esportes ou jogos antigos etc) são engendradas </span><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">nas lutas de concorrência pela imposição da prática esportiva legítima e pela conquista da clientela dos praticantes comuns (proselitismo esportivo), <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">lutas entre diferentes esportes e, no interior de cada esporte entre as diferentes escolas ou tradições (por exemplo, esqui de pista, fora da pista, de fundo etc, <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">lutas entre as diferentes categorias de agentes engajados nesta concorrência (esportistas de alto nível, treinadores, professores de ginástica, fabricantes de equipamento etc);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">as <u>transformações da demanda</u> são uma dimensão da transformação dos estilos de vida e obedecem, portanto, às leis gerais desta transformação. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">A <u>correspondência</u> que se observa entre as duas séries de transformações</span></b><span style="font-size: 14pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR"> se deve, sem dúvida, neste e noutros casos, ao fato de que o espaço dos produtores (isto é, o campo dos agentes e das instituições que contribuem para a transformação da oferta) tende a reproduzir, em suas divisões, o espaço dos consumidores. Colocando de outra maneira, os <i>taste-makers</i> que estão em condições de produzir ou impor (isto é, vender) novas práticas ou novas formas de antigas práticas (como os esportes californianos ou as diferentes espécies de expressão corporal), assim como os que defendem as práticas antigas ou as antigas maneiras de praticar, engajam em sua ação as disposições e convicções constitutivas de um <i>habitus</i> onde se exprime uma determinada posição no campo dos especialistas e também no espaço social, e por este fato eles estão predispostos a exprimir e, portanto, a <b>realizar</b> em virtude da objetivação, as expectativas mais ou menos conscientes de frações correspondentes do público dos leigos.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p><span style="font-size: 12pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR"><br /> <ol style="margin-top: 0cm;" start="4" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;">Objetivo do texto: </span></b><span style="font-family: Arial;">esboço de um modelo<b style=""> </b>acerca do surgimento e do funcionamento do campo esportivo moderno<b style=""><o:p></o:p></b></span></li></ol> </span> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="5" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Palavras-chave<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Campo esportivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- <i style="">Habitus</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Classes sociais<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Oferta<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Demanda<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Consumo <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Práticas esportivas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Filosofia política<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Amadorismo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Esporte de massa<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Esporte espetáculo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Profissionalização<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="6" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Métodos</span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Uso de conceitos sociológicos, provenientes sobretudo da praxiologia ou teoria da prática, como habitus e campo, aplicados a realidades históricas (surgimento do esporte moderno) ou dados estatísticos (tabelas sobre práticas esportivas)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="7" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Fontes utilizadas<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Já respondido no item anterior<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="8" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Conclusões do texto<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Da especificidade histórica do esporte moderno, da sua constituição enquanto um campo esportivo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Das relações entre habitus, classes sociais e práticas esportivas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="9" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">Questões e críticas<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Em alguns pontos há generalizações excessivas, p.ex. p.145, vê-se a questão da especialização e dos experts como tendo um efeito político alienante; ora, no Brasil, por ex., todos se acham especialistas em futebol, são 190 milhões de técnicos da seleção brasileira; o saber especializado não é reconhecido facilmente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Outro ex. P. 151 fala do rugby como sendo popular na França devido ao tipo de uso do corpo, mas na Inglaterra o rugby é aristocrático, aqui não leva em consideração a história <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="10" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span>Outras leituras recomendadas<o:p></o:p></span></b></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Outros textos de Bourdieu para esclarecer, sobretudo, a questão do habitus. P.ex. <i style="">Ésquisse d’une théorie de la practique</i>. Ou o livro publicado em Português, <i style="">Coisas Ditas</i>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-20501801658016426462008-08-17T14:57:00.000-07:002008-08-17T15:00:06.677-07:00Esquema do texto 1: Geertz<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">GEERTZ,Clifford<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1989) “Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa” In: <i style="">A Interpretação das Culturas</i>. Rio de Janeiro: Editora Guanabara. Pp. 278-321. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Obs</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">: Há muitos erros de tradução, a começar pelo título, uma escolha desastrosa pq esconde o objetivo do artigo e ver pp. 294,295,296,298, 301,303,311,316 e falta um trecho na p.297.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 16pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Esquema do texto</span></b><span style="font-size: 16pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">1. Autor<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">2. Obra<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">3. Estrutura do texto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">4. Objetivo do texto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">5. Palavras-chave<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">6. Métodos<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">7. Fontes utilizadas<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">8. Conclusões do texto<o:p></o:p></span></b></p> <div style="border-style: none none solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color windowtext; border-width: medium medium 1pt; padding: 0cm 0cm 1pt;"> <p class="MsoNormal" style="border: medium none ; padding: 0cm; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">9. Questões e críticas<o:p></o:p></span></b></p> </div> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">1. Autor</span></b><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">Clifford Geertz (1926-2006)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1926) Nascido em 23 de agosto em São Francisco, EUA<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1943-1945) Serve na Marinha americana durante a 2ª. Guerra Mundial<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1950) Graduou-se em Filosofia (Major) no Antioch College; sua primeira escolha de Major fora Literatura Inglesa; queria ser jornalista (fez estágio no New York Post como copyboy) e escritor de obras de ficção<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1956) Ph.D. em Harvard (Antropologia) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1958-1960) Assistant Professor of Anthropology, <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType> of <st1:placename st="on">California</st1:PlaceName>, <st1:city st="on"><st1:place st="on">Berkeley</st1:place></st1:City><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1960-1970) Professor of Anthropology, <st1:place st="on"><st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType> of <st1:placename st="on">Chicago</st1:PlaceName></st1:place><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1970-2000) Professor of Social Science, Institute for Advanced Study (primeiro e único antropólogo a entrar neste Instituto), Princeton, NJ<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1975-2000) Visiting Lecturer with Rank of Professor, Department of History, <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Princeton</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1978-1979) Eastman Professor, <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Oxford</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(2000) Professor emeritus, Institute for Advanced Study, <st1:place st="on"><st1:city st="on">Princeton</st1:City>, <st1:state st="on">NJ</st1:State></st1:place><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(2006) 30 out, falecimento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><i style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">FIELD WORK</span></i><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><st1:place st="on"><st1:city st="on"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">Java</span></b></st1:City><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">, <st1:country-region st="on">Indonesia</st1:country-region></span></st1:place><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">, 1952-54; April 1984; March-August 1986. November-<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">December 1999.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><st1:place st="on"><st1:city st="on"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">Bali</span></b></st1:City><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">, <st1:country-region st="on">Indonesia</st1:country-region></span></st1:place><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">, 1957-58.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><st1:country-region st="on"><st1:place st="on"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">Morocco</span></b></st1:place></st1:country-region><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">, June-July 1963; June-December 1964; June 1965-September 1966;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">June 1968-April 1969; June-July 1972; June-July 1976; November<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">1985-March 1986.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style=""><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">Java</span></b><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">, <b style="">Bali</b>, <b style="">Celebes</b>, <b style="">Sumatra</b>, <b style="">April-September</b> 1971.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">Principais obras</span></b><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1961) <i style="">The Religion of Java<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">(1963) <i style="">Agricultural Evolution</i> (obra de ecologia cultural)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1968) <i style="">Islam Observed<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1973) <i style="">The Interpretation of Cultures: Selected Essays<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1980)<i style=""> Negara: the <st1:placetype st="on">Theatre</st1:PlaceType> <st1:placetype st="on">State</st1:PlaceType> in Ninetenth Century <st1:place st="on">Bali</st1:place></i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1983) <i style="">Local Knowledge – Further Essays in Interpretive Anthropology<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1988) <i style="">Works and Lives – the Anthropologist as Author<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(1995) <i style="">After the fact: two countries, four decades, one anthropologist</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;">(2000) <i style="">Available Light – Anthropological Reflections on Philosophical Topics</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR">------<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Verdana; color: black;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 11pt; font-family: Verdana; color: black;" lang="PT-BR">(a página a seguir tem o Cvitae completo de C.Geertz) </span><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="EN"><a href="http://www.sss.ias.edu/pdf_documents/geertzcv.pdf"><span style="" lang="PT-BR">http://www.sss.ias.edu/pdf_documents/geertzcv.pdf</span></a></span><span style="font-size: 11pt; font-family: Tahoma;" lang="PT-BR"> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">2. Obra<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Último artigo de uma coletânea composta por artigos previamente publicados entre 1957 e 1972 (“Deep Play” é de 1972) e apenas um capítulo escrito especialmente (“numa tentativa de afirmar minha posição atual da forma mais geral que pude”, p.9); no prefácio, o autor diz que apesar do formato coletânea o livro é “um tratado de teoria cultural [i.e. antropologia] através de análises concretas” (p.8); o fato de “Deep Play” ser o último artigo parece apontar para a utilização desse artigo como uma conclusão-demonstração teórico-metodológica. A última seção do artigo “Dizer alguma coisa sobre algo” é claramente uma conclusão e afirmação das possibilidades de uma teoria interpretativa da cultura. E ele diz claramente: (p.316) <i style="">“Se se toma a briga de galos, ou qualquer outra estrutura simbólica coletivamente, organizada”</i> (...) <i style="">“o antropólogo, cuja preocupação é com a formulação de princípios sociológicos, não com a promoção ou apreciação de brigas de galos”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Até hoje os artigos deste livro, sobretudo o “Deep Play” são os mais citados de toda a obra de Geertz<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><br /> </span></b> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">3. Estrutura do texto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Resumo: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Quatro Partes lógicas<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">1ª. Introdução: <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[i] A invasão (278-283), sobre como os antropólogos entraram em contato com os nativos e vieram a descobrir a importância das brigas de galos <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">2ª. Etnografia:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[ii] “De Galos e Homens” (283-287), sobre as associações metafóricas e concretas entre galos e homens<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iii] “O Embate” (287-291), sobre a briga dos galos propriamente dita<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iv] “As Vantagens e o Direito ao Par” (291-299) – sobre como se dão as apostas, embora omitindo informações essenciais sobre os apostadores<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">3ª. Interpretação, estabelecimento de relações com a estrutura social<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[v] “Brincando com o Fogo” (299-309), começa a amarrrar a interpretação da briga de galo ao trazer para a cena a organização social balinesa e o conceito de “deep play”<b style=""><o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[vi] “Penas, Sangue, Multidões e Dinheiro” (310-316), já vai preparando as conclusões teórico metodológicas ao chamá-la de uma forma artística<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">4ª. Conclusão teórico-metodológica<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[vii] “Dizer alguma coisa sobre algo” (316-321) – aqui ele vai afirmar a briga de galos como um texto, dentre outros textos que formam uma cultura e afirmar as possibilidades do método interpretativo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[i] “A Invasão” (278-283) <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(278-283) De como a intervenção policial em uma briga de galos na aldeia levou à aceitação dos antropólogos (pelo fato deles também terem fugido, ou seja, de terem demonstrado solidários e não superiores), antes “invisíveis”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(283) Aqui se faz a primeira caracterização da briga de galos (p.283): <i style="">“uma combinação de explosão emocional, situação de guerra e drama filosófico de grande significação para a sociedade cuja natureza interna eu desejava entender.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(283) Afirma que ao final acabou por pesquisar as brigas de galo tanto quanto “a feitiçaria, a irrigação, as castas ou o casamento” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[ii] “De Galos e Homens” (283-287)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(283-6) Da intensa associação entre galos e homens, tanto no sentido simbólico quanto em termos práticos (tempo que os homens dedicam aos galos e às rinhas; recursos e dinheiro dispendidos)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(283) “Da mesma forma que a América do Norte se revela num campo de beisebol <b style="">[ou o Brasil num campo de futebol, somos tentados a dizer]</b>, num campo de golfe, numa pista de corridas ou em torno de uma mesa de pôquer, grande parte de Bali se revela numa rinha de galos. É apenas na aparência que os galos brigam ali – na verdade, são os homens que se defrontam.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(286) Mas ao mesmo tempo os galos representam aquilo que eles vêem como <span style=""> </span><i style="">“a inversão direta, estética, moral e metafísica, da condição humana: a animalidade”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(286-7) Ligação dos galos com ‘Os Poderes das Trevas’: a briga de galos é um sacrifício dedicado a essas divindades<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(287) “Na briga de galos, o homem e a besta, o bem e o mal, o ego e o id, o poder criativo da masculinidade desperta e o poder destrutivo da animalidade desenfreada fundem-se num drama sangrento de ódio, crueldade, violência e morte.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(287) O proprietário do galo vencedor leva a carcaça do animal vencido para comer em casa <i style="">“com um misto de embaraço social, satisfação moral, desgosto estético e alegria canibal”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(287) O céu é comparado <i style="">“à disposição de um homem cujo galo acaba de vencer”</i> e o inferno <i style="">“à de um homem cujo galo acaba de perder”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iii] “O Embate” (287-291)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(287-8) Descrição de como são “organizadas” (ad hoc) as lutas e de como elas se desenrolam: do início da tarde até o entardecer (durante 3 a 4 horas), um programa com nove ou dez brigas [p.293: brigas ocorriam em média a cada dois dias e meio na área imediata estudada por Geertz]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(288) O esporão é colocado por especialistas após a luta ser combinada. Os esporões “só são afiados nos dias de eclipse e enquanto a Lua está oculta, devem ser conservados fora das vistas das mulheres, e assim por diante. (...) são manuseados com a mesma combinação curiosa de espalhafato e sensualidade que os balineses dedicam aos objetos rituais em geral.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(288-90) A luta propriamente dita: postos frente a frente por seus treinadores, separados por dois minutos depois que há o primeiro golpe, depois ocorre o segundo e último assalto, até a morte de um dos galos e às vezes dos dois (ganha o que morreu por último neste caso). [p.296: dura de 15 segundos a cinco minutos]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(290) A multidão acompanha em silêncio mas em movimento que espelha o que se passa na rinha<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(290) O vasto conjunto de regras elaboradas e precisas, passadas de geração a geração; o árbitro normalmente não é contestado, até porque é um cidadão extremamente respeitado<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(290-1) Brigas de galo podem ser chamadas de ‘reunião concentrada’ (Goffman) (290) <i style="">“algo insuficientemente consistente para ser chamado de grupo e insuficientemente desestruturado para ser chamado de multidão”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(291) <i style="">“Essas reuniões assumem sua forma a partir da situação que as congrega, o local onde estão situadas, conforme assegura Goffman. todavia, trata-se de uma forma, e uma forma articulada. Para cada situação, o cenário é criado por ela mesma, em deliberações de júri, operações cirúrgicas, reuniões compactas, greves brancas, brigas de galos, através de preocupações culturais –</i> no caso aqu, como veremos, a celebração da rivalidade do <i style="">status</i> – que não apenas especificam o enfoque, mas o colocam em primeiro plano, reunindo atores e dispondo o cenário.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(291) No período clássico, antes da invasão holandesa (1908), a briga de galos fazia parte do calendário oficial da cidade: as brigas eram taxadas – proporcionando uma das ppais fontes de renda pública, normalmente ocorriam em dias de mercado, eram patrocinadas por príncipes e aconteciam no centro da aldeia, a rinha ficava junto a outros prédios “cívicos” (casa do conselho, templo de origem, local do mercado etc); hoje essa ligação <i style="">“entre as excitações da vida coletiva e as do esporte sangrento”</i> não pode mais ser feita tão abertamente mas a conexão continua forte, como pode-se perceber através das apostas (291) <i style="">“o aspecto da briga de galos em torno do qual todos os outros se reúnem e através do qual eles exercem sua força, um aspecto que eu vinha ignorando <u>propositalmente</u> até agora”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[iv] “As Vantagens e o Direito ao Par” (291-299)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(291) Sistema complexo, como tudo em Bali<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(292) Dois tipos de apostas: <i style="">“Há a aposta principal, no centro, entre os chefes (...), e há a multidão de apostas periféricas em torno da rinha, entre os espectadores (...) A primeira é tipicamente grande; a segunda tipicamente pequena. A primeira é coletiva (...) a segunda é individual. A primeira é motivo de entendimentos deliberados, muito quietos, quase furtivos, entre os membros da coalizão e o árbitro, reunidos como conspiradores no centro da rinha; a segunda é motivo de gritos impulsivos, ofertas públicas e aceitação pública pela multidão excitada na periferia. (...) enquanto a primeira é sempre, sem exceção, dinheiro equiparado, a segunda nunca o é, igualmente sem exceção.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(293) As apostas “por fora” são feitas de acordo com um paradigma fixo (10-9, 9-8 até 2-1) que estabelece um galo favorito e um azarão; aquele que aposta no azarão grita a vantagem que deseja receber; quem quer apostar no favorito indica apenas a cor do galo (e outras características se for necessário)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(294-5) Uma espécie de bolsa de valores que ocorre depois que a aposta principal foi feita e seu montante anunciado e que vai se tornando cada vez mais frenética à medida em que se aproxima o início da luta, sobretudo quando a aposta central é grande; (295) contraste entre o caos que antecede a luta e o “intenso silêncio que cai subitamente, como se alguém tivesse apagado a luz, quando soa o gongo fendido, os galos são colocados na rinha e a batalha se inicia.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(296) Apostas são pagas <i style="">imediatamente</i>, assim que a luta termina, pode-se pedir dinheiro emprestado antes, mas na hora de apostar ele deve estar na mão; multidão puniria o mau pagador da mesma forma que o faz com os trapaceiros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(296) <i style="">“é essa assimetria formal entre as apostas centrais equilibradas e as apostas por fora, desequilibradas, que apresenta o problema analítico crítico para uma teoria que vê a briga de galos se agitando como elo de ligação entre a luta em si e o mundo mais amplo da cultura balinesa.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(296) <i style="">“quanto mais elevada a aposta central, mais provável é que a luta seja bem equilibrada”</i>; mecanismo para compensar e equilibrar: ajuste dos esporões em ângulo menos vantajoso; <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(297) <i style="">“(1) quanto maior a aposta central, tanto maiores são as apostas por fora, com menores vantagens oferecidas, e vice-versa; (2) quanto maior a aposta central, maior o volume das apostas por fora, e vice-versa.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(297-8) “o padrão geral é bastante consistente: o poder da aposta central de puxar as apostas por fora em direção a seu próprio padrão de dinheiro ao par é diretamente proporcional à sua dimensão, pois essa dimensão é diretamente proporcional ao grau em que os galos estão de fato equiparados. Quanto à questão do volume, o total é maior nas lutas de de grandes apostas centrais porque tais lutas são consideradas mais ‘interessantes’, não apenas no sentido de serem menos previsíveis, mas porque existe muito mais em jogo – em termos de dinheiro, em termos de qualidade dos galos e, em consequência, como diremos, em termos de prestígio social.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(298) A aposta central é o ‘centro de gravidade’, ela é o mecanismo básico para tentar criar lutas “absorventes”, que são o objetivo último, mesmo que quase a metade sejam lutas “frívolas”; <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(298-9) [1ª. comparação com arte] <i style="">“da mesma forma que o fato de a maioria dos pintores, poetas e autores de peças ser medíocre não de- </i>(299)<i style=""> põe contra a perspectiva de que o esforço artístico é dirigido para uma certa profundidade, a qual é atingida com certa frequência.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(299) <i style="">“a aposta central é um meio, um artifício, para criar embates ‘interessantes’, ‘absorventes’, <b style="">não</b> a razão, ou pelo menos não a razão principal, <b style="">por que</b> elas são interessantes, a fonte da sua fascinação, a substância da sua profundidade.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(299) A “profundidade” deve ser buscada “fora do reino das preocupações formais”, não em termos de motivos econômicos e sim em termos “sociológicos e sócio-psicológicos”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[v] “Brincando com o Fogo” (299-309)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(299-300) Noção do filósofo utilitarista J.Bentham de que o “jogo profundo” é irracional, pois o que se pode ganhar é infinitamente inferior ao que se pode perder, portanto é algo imoral, que vai causar mais dor do que prazer e deve ser proibido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(300) Mas os homens engajam-se em jogos deste tipo, <i style="">“muitas vezes e apaixonadamente, e mesmo em face de uma punição legal”</i>; para os balineses <i style="">“embora não formulem em tantas palavras, a explicação repousa no fato de que <b style="">nesse jogo o dinheiro é menos uma medida de utilidade, tida ou esperada, do que um símbolo de importância moral, percebido ou imposto.</b>”</i> (...) <i style="">“Nos jogos profundos, onde as somas de dinheiro são elevadas, está em jogo muito mais do que o simples lucro material: o saber, a estima, a honra, a dignidade, o respeito – em suma, o status, embora em Bali esta seja uma palavra profundamente temida.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(300) O status está em jogo apenas simbolicamente pois afora jogadores arruinados ninguém tem seu status alterado pelo resultado, mas o status é <i style="">“afirmado ou insultado, e assim mesmo momentaneamente”</i>, mas <i style="">“tal drama é avaliado profundamente”</i> (pelos balineses)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(301) Dizer que o dinheiro não importa seria absurdo, é precisamente porque ele importa que <i style="">“quanto maior o risco, maior a quantidade de outras coisas que se arriscam, tais como orgulho, pose, uma falta de paixão [<b style="">dispassion</b>], masculinidade e, embora o risco seja momentâneo, ele é público, ao mesmo tempo. Nas brigas de galo absorventes, um proprietário e seus colaboradores e, numa extensão menor, porém real, como veremos, seus apostadores por fora, colocam seu dinheiro onde está seu status.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(301) Exatamente por ser grande o risco é que se engajar neste tipo de aposta “é colocar-se em público, de forma alusiva e metafórica, por intermédio do galo de alguém.” O que aumenta o significado (para Weber o fim principal e a condição básica da existência humana) e compensa os custos econômicos. A longo prazo as coisas tendem a ajeitar-se e é nas pequenas lutas, por dinheiro, que ocorrem mudanças ‘reais’ na posição social normalmente para baixo. Estes apostadores são desprezados como tolos que “não compreendem o que é o esporte”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(302-3) <b style="">A “hierarquia sócio-moral” dos apostadores</b>, de baixo para cima (em termos de status) e da periferia para o centro (em termos espaciais):<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. Nas extremidades das rinhas, jogos de azar (roleta, dados, lançamento de moeda, grãos sob uma concha) somente para mulheres, crianças, adolescentes, os extremamente pobres, os desprezados socialmente, os idiossincráticos sociais; enfim, pessoas que não participam das brigas de galo; apenas moedas de pequeno valor;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. Os que se interessam por lutas pequenas e até médias, mas não tem status para participar dos grandes embates embora possam apostar por fora de vez em quando;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">iii. Os “membros substanciais da comunidade” que participam das grandes lutas e apostam nelas por fora. “Constituindo o elemento em foco nessas reuniões concentradas, <b style="">esses homens geralmente dominam e definem o esporte da mesma forma que dominam e definem a sociedade</b>.” (303): “Para tal homem, o que realmente ocorre numa briga está mais próximo de um <i style="">affaire d’honneur</i> (embora, para o talento balinês, de fantasia prática, o sangue derramado só seja humano em termos figurativos) do que do funcionamento estúpido, mecânico, dos caça níqueis.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(303) “<b style="">O que torna a briga de galos balinesa absorvente não é o dinheiro em si, mas o que o dinheiro faz acontecer, e quanto mais dinheiro mais acontece: a migração da hierarquia de status balinesa para o corpo da briga de galos</b>. (...) E, como o prestígio, a necessidade de afirmá-lo, de defendê-lo, de celebrá-lo, de justificá-lo e de simplesmente revolver-se nele (mas, dado o caráter fortemente reservado [“ascriptive” no original] da estratificação balinesa, não de procurá-lo) talvez seja a força impulsionadora central na sociedade, da mesma forma ele é da briga de galos – à parte os pênis ambulantes, os sacrifícios de sangue e o intercâmbio monetário. Esse divertimento aparente e semelhante a um esporte é, para retormar outra frase de Erving Goffman, <b style="">um ‘banho de sangue de status’</b>.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(304) A aldeia de Tihingan e seu labirinto de alianças e divisões: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">i. quatro grupos de descendência, grandes, patrilineares, parcialmente endogâmicos, que constituem facções. Existem subfacções e subfacções de subfacções.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ii. A aldeia (quase que inteiramente endogâmica) em oposição a outras aldeias no circuito regional (mercado regional) mas forma alianças com certas aldeias contra outras e em certos contextos políticos e sociais supra-aldeia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(304) Tese [anunciada depois da metade do artigo] de que <b style="">“a briga de galos, e especialmente a briga de galos absorvente, é fundamental-mente uma dramatização das preocupações de status”</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(304-8) Elementos que corroboram essa hipótese (são 17 ao todo) as apostas são feitas respeitando-se os grupos: de parentesco, aliados, aldeia etc. Procuram-se sempre colocar galos de grupos distintos; se nenhum dos galos é apoiado por um grupo a luta não tem traça. Inimizades pessoais se traduzem em apostas contra o galo do inimigo, com muito ardor, configurando um ataque à masculinidade do adversário. A coalizão da aposta central é sempre formada pelos aliados estruturais. Você pode pedir dinheiro emprestado a um amigo para apostar, mas não pode ficar devendo dinheiro a um inimigo. Mesmo no caso de dois galos irrelevantes ou neutros no que lhe diz respeito, se um parente ou amigo estiver apostando você não deve apostar contra ou no mínimo fingir que não viu que ele apostou no outro animal. <i style="">“a relação de hostilidade institucionalizada, puik, é formalmente iniciada, muitas vezes (embora as causas estejam em outro lugar) através de tal aposta”</i> [contra a aposta central], da mesma forma que dois inimigos sinalizam o reatamento um inimigo apoiando a ave do outro. Em situações de lealdade cruzada o sujeito sai para tomar um café. O dinheiro é visto como um tema secundário, o prestígio é o que importa ganhar. A conversa é sobre as lutas que você ganhou não sobre quanto dinheiro você ganhou. Você aposta no galo do seu grupo não só por lealdade, mas também para não parecer orgulhoso demais, da mesma forma devem apostar contra os galos de fora, caso contrário seus proprietários o acusarão de só estarem interessados em cobrar entradas ou de serem arrogantes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(308) Os próprios camponeses têm consciência disso e afirmam “que <b style="">as brigas de galo são como brincar com fogo, porém sem o risco de se queimar. Você incita as rivalidades e hostilidades da aldeia e dos grupos de parentesco, mas sob uma forma de ‘brincadeira’, chegando perigosa e maravilhosamente próximo à expressão de uma agressão aberta e direta, interpessoal e intergrupal (algo que geralmente não acontece, também, no curso normal da vida comum), mas só próximo porque, afinal de contas, trata-se apenas de uma ‘briga de galos’.</b>”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(308) Resumindo tudo num paradigma formal:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">“QUANTO MAIS UM EMBATE É...<o:p></o:p></span></p> <ol style="margin-top: 0cm;" start="1" type="1"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Entre iguais, de status aproximado (e/ou inimigos pessoais)<o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Entre indivíduos de status elevado<o:p></o:p></span></li></ol> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 108pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">TANTO MAIS ABSORVENTE ELE É.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">QUANTO MAIS ABSORVENTE É O EMBATE...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">1.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Mais próxima a identificação entre o galo e o homem (ou, o que é mais adequado, quanto mais absorvente o embate, mais audacioso será o homem, mais estreitamente identificado com o galo)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">2.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Quanto mais refinados os galos, mais exatamente serão eles equipados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">3.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Quanto maior a emoção envolvida, maior a absorção geral no embate.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">4.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Quanto mais altas as apostas individuais centrais e por fora, menores tenderão a ser as vantagens das apostas por fora, e maiores serão as apostas em geral.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style="">5.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">Quanto menor for a perspectiva ‘econômica’ e maior a perspectiva de status da aposta envolvida, mais ‘sólidos’ os cidadãos que apostarão.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(309) Um dos heróis culturais de Bali é um príncipe apaixonado pela briga de galos que estava longe em uma delas quando sua família inteira é assassinada, mas depois ele volta, debela a rebelião, reconquista o trono e contrói um Estado melhor [ver nota 27 para uma outra história, espetacular, envolvendo um homem de casta inferior]. <i style="">“Além de tudo o mais que os balineses vêem na briga de galos – eles mesmos, sua ordem social, um ódio abstrato, masculinidade, poder demoníaco – eles vêem também o arquétipo da virtude de status, o jogador arrogante, resoluto, louco pela honraria, com um fogo verdadeiro, o príncipe ksatria.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[vi] “Penas, Sangue, Multidões e Dinheiro” (310-316)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(310) Do ponto de vista “prático”, a briga de galos não faz nada acontecer. O status real de alguém não é modificado, há apenas <i style="">“uma espécie de salto de status por trás do espelho, que tem a aparência de mobilidade, mas não é real.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(310-1) <i style="">“<b style="">Como qualquer forma de arte</b> – é justamente com isso que estamos lidando, afinal de contas – a briga de galos torna compreensível a experiência comum, cotidiana, apresentando-a em termos de atos e objetos dos quais foram removidas e reduzidas (ou aumentadas, se preferirem) as consequências práticas ao nível da simples aparência, onde seu significado pode ser articulado de forma mais poderosa e percebido com mais exatidão. (...) Uma imagem, uma ficção, um modelo, uma metáfora, a briga de galos é um meio de expressão; sua função não é nem aliviar as paixões sociais nem exacerbá-las (embora, em sua forma de brincar-com-fogo ela faça um pouco de cada coisa) mas exibi-las em meio às penas, ao sangue, às multidões e ao dinheiro.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(311-2) A briga de galos é inquietante <i style="">“a partir de uma conjunção de três atributos (...): sua forma dramática imediata, seu conteúdo metafórico e seu contexto social. A briga, uma figura cultural contra um fundamento social, é ao mesmo tempo uma avolumação convulsiva de ódio animal, uma guerra caricaturada de eus simbólicos e uma simulação formal das tensões de status, e seu poder estético deriva de sua capacidade de conseguir combinar essas três realidades diversas. O motivo por que é inquietante não se deve a seus resultados materiais (ela tem alguns, mas são insignificantes): é que ela junta o orgulho à noção do eu, a noção do eu aos galos e os galos à destruição, o que leva à realização imaginativa uma dimensão da experiência balinesa que normalmente fica bem obscurecida.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(312-3) A estrutura atomística (<i style="">“Cada embate é um mundo em si mesmo”</i>) e a briga de galos como expressando algo em jorros, da mesma forma que a vida balinesa. <i style="">“Não significa uma imitação da pontuação da vida social balinesa, nem uma representação dela, nem mesmo uma expressão dela – é um exemplo dela, cuidadosamente preparado.”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(312-3) Por outro lado, a agressividade categórica <i style="">“faz com que ela pareça uma contradição, um reverso, até mesmo uma subversão dela. No curso normal das coisas, os balineses são tímidos a um ponto de obsessão quanto ao conflito aberto. (...) raramente enfrentam aquilo que podem evitar, raramente resistem quando podem evadir-se. Aqui, porém, eles se retratam como selvagens e mortíferos, com explosões maníacas de crueldade instintiva.” </i>(...) <i style="">“A matança na rinha de galos não é um retrato de como as coisas são literalmente entre os homens, mas, de um ângulo particular, de como elas são do ponto de vista da imaginação, o que é bem pior.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(314-5) <i style="">“O ângulo é, sem dúvida, estratificador. (...) a briga de galos se expressa com mais força sobre as relações de status, e o que ela expressa a esse respeito é que se trata de assunto de vida ou morte.” (...) “a hierarquia do orgulho constitui a espinha dorsal da sociedade em termos morais. Entretanto, é somente nas brigas de galo que os sentimentos sobre os quais repousa essa hierarquia se revelam em suas cores naturais. Envolvidos, no outros lugares, numa névoa de etiqueta, uma nuvem espessa de eufemismo e cerimônia, de gestos e alusões, aqui eles se expressam sob o disfarce muito tênue de uma máscara animal, uma máscara que na verdade os revela muito mais do que oculta. Em Bali, o ciúme é tanto parte da pose como a inveja é da graça, a brutalidade do encanto, mas sem a briga de galos os balineses teriam uma compreensão menos correta disso tudo, e é por isso, presumo, que eles a valorizam tanto.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(315) Como na poesia e em outras formas expressivas, há uma desarrumação dos contextos semânticos cruzando limites conceituais e com isso revestindo os fenômenos de significados que normalmente são atribuídos a outros referentes (o “vento aleijado” do poema de Wallace Stevens).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(315-6) Ao contrário do que pensam os funcionalistas [e os marxistas também, talvez] a importância da luta de galos não é pelo fato de reforçar a discriminação do status e sim por <i style="">“fornecer um comentário metassocial sobre todo o tema de distribuir os seres humanos em categorias hierárquicas fixas e depois organizar a maior parte da existência coletiva em torno dessa distribuição. <b style="">Sua função, se assim podemos chamá-la, é interpretativa: é uma leitura balinesa da experiência balinesa, uma estória sobre eles que eles contam a si mesmos</b>.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">[vii] “Dizer alguma coisa sobre algo” (316-321)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(316) Superação das análises das formas culturais até agora predominantes: <i style="">“dissecar um organismo, diagnosticar um sintoma, decifrar um código ou ordenar um sistema”</i> postas de lado em benefício de uma análise próxima à <i style="">“penetração de um texto literário”</i>; não é um problema de mecânica social e sim de <i style="">“semântica social”</i>. <i style="">“Para o antropólogo, cuja preocupação é com a formulação de princípios sociológicos, não com a promoção ou a apreciação da briga de galos, a questão é: <b style="">que é que se aprende sobre tais princípios examinando a cultura como uma reunião de textos?</b>”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(317) <i style="">“<b style="">tratar</b> <b style="">a briga de galos como texto é salientar um aspecto dela</b> (na minha opinião, o aspecto principal) que, tratando-a como um rito ou um passatempo se tenderia a obscurecer: <b style="">sua utilização da emoção para fins cognitivos</b>. O que a briga de galos diz, ela o faz num vocabulário de sentimento – a excitaçã do risco, o desespero da derrota, o prazer do triunfo. Entretanto, o que ela diz não é apenas que o risco é excitante, que a derrota é deprimente ou que o triunfo é gratificante, tautologias banais do afeto, mas que é com essas emoções, assim exemplificadas, que a sociedade é construída e que os indivíduos são reunidos. <b style="">Assistir a brigas de galo e delas participar é, para o balinês, uma espécie de educação sentimental</b>. Lá, <b style="">o que ele aprende, é qual a aparência que têm o ethos de sua cultura e sua sensibilidade privada (ou, pelo menos, certos aspectos dela) quando soletradas externamente, num texto coletivo</b>; que os dois são tão parecidos que podem ser articulados no simbolismo de um único desses textos; e – a parte inquietante – que o texto no qual se faz essa revelação consiste num frango rasgando o outro em pedaços, inconscientemente.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(317-8)<i style=""> “<b style="">Segundo o provérbio, cada povo ama sua própria forma de violência</b>. <b style="">A briga de galos é a reflexão balinesa sobre essa violência deles</b>: sobre sua aparência, seus usos, sua força, sua fascinação. Recorrendo a praticamente todos os níveis da experiência balinesa, ela reúne todos os temas – selvageria animal, narcisismo machista, participação no jogo, rivalidades de status, excitação de massa, sacrifício sangrento – cuja ligação principal é o envolvimento deles com o ódio e o receio desse ódio. Reunindo-os num conjunto de regras que ao mesmo tempo os refreia e lhes permite agir, esse envolvimento constrói uma estrutura simbólica na qual a realidade de sua filiação pode ser sentida de forma inteligível, mais e mais. Para citar novamente Northorp Frye, se vamos assistir a Macbeth para aprender de que maneira um homem se sente após ganhar um reino, mas perder sua alma, <b style="">os balineses vão às brigas de galos para descobrir como se sente um homem, habitualmente composto, afastado, quase obsessiva- (318) mente auto-absorvido, uma espécie de autocosmos moral, quando, depois de atacado, atormentado, desafiado, insultado e, em virtude disso, levado a paroxismos de fúria, atinge o triunfo total ou o nível mais baixo</b>.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(318) <i style="">“É justamente isso, o colocar em foco essa espécie de experiências variadas da vida cotidiana, que a briga de galos executa, colocada à parte dessa vida como ‘apenas um jogo’ e religada a ela como ‘mais do que um jogo’. <b style="">Ela cria, assim, o que pode ser chamado de acontecimento humano paradigmático (...) isto é, ela nos conta menos o que acontece do que o tipo de coisas que aconteceria, o que não é o caso, se a vida fosse arte</b> e pudesse ser livremente modelada por estilos de sentimento, como o são Macbeth e David Copperfield.”<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(319) <i style="">“Entretanto, através de outro desses paradoxos que perseguem a estética, ao lado dos sentimentos pintados e dos atos inconsequentes, e porque essa subjetividade não existe propriamente até que seja organizada dessa forma, <b style="">as formas de arte originam e regeneram a própria subjetividade que elas se propõem a exibir</b>. <b style="">Quartetos, naturezas mortas e brigas de galos não são meros reflexos de uma sensibilidade preexistente e representada analogicamente; <u>eles são agentes positivos na criação e manutenção de tal sensibilidade</u></b>.</i>” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(320) <i style="">“Na briga de galos, portanto, o balinês forma e descobre seu temperamento e o temperamento de sua sociedade ao mesmo tempo. Ou, mais exatamente, ele forma e descobre uma faceta particular deles.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Outros exemplos de textos culturais que fornecem comentários sobre setores críticos da vida balinesa: a cerimônia de consagração de um sacerdote Brahmana </span><span style="font-family: Wingdings;" lang="PT-BR"><span style="">è</span></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"> tema do controle respiratório, da imobilidade da postura e da concentração vazia na profundidade = transcendência numinosa, expressa tranquilidade; festivais de massa nos templos das aldeias, <i style="">“afirmam a unidade espiritual dos companheiros de aldeia em relação à sua desigualdade de status e projeta uma disposição de amabilidade e confiança”</i>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(321) [CONCLUSÃO] <i style="">“<b style=""><u>A cultura de um povo é um conjunto de textos</u>, eles mesmos conjuntos, que o antropólogo tenta ler por sobre os ombros daqueles a quem eles pertencem</b>. Existem enormes dificuldades em tal empreendimento, abismos metodológicos que abalariam um freudiano, além de algumas perplexidades morais. Esta não é a única maneira de lidar sociologicamente com as formas simbólicas. O funcionalismo ainda vive, e o mesmo acontece com o psicologismo. Mas olhar essas formas como ‘dizer alguma coisa sobre algo’, e dizer isso a alguém, é pelo menos entrever a possibilidade de uma análise que atenda à sua substância, em vez de fórmulas redutivas que professam dar conta dela.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">(321) [PROPOSTA METODOLÓGICA e POSSIBILIDADES] “Da mesma forma que os exercícios familiares de leitura atenta, pode-se começar em qualquer lugar, num repertório de formas de uma cultura, e terminar em qualquer outro lugar. Pode-se permanecer, como eu, numa única forma, mais ou menos limitada, e circular em torno dela de maneira estável. Pode-se movimentar por entre as formas em busca de unidades maiores ou contrastes informativos. Pode-se até comparar formas de diferentes culturas a fim de definir-lhes o caráter para um auxílio mútuo. Entretanto, qualquer que seja o nível em que se atua, e por mais intrincado que seja, o princípio orientador é o mesmo: <b style="">as sociedades, como as vidas, contêm suas próprias interpretações. É preciso apenas descobrir o acesso a elas</b>.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <span style="font-size: 12pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><br /> </span> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">4. Objetivo do texto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (p.316) <i style="">“Se se toma a briga de galos, ou qualquer outra estrutura simbólica coletivamente, organizada”</i> (...) <i style="">“o antropólogo, cuja preocupação é com a formulação de princípios sociológicos, não com a promoção ou apreciação de brigas de galos”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Briga de galos serve para exemplificar possibilidades do método interpretativo: o antropólogo lendo o conjunto de textos que forma a cultura por cima dos ombros dos nativos (p.321)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- <u>Objetivo triplo</u>: fazer uma descrição etnográfica densa da briga de galos, exemplificando um método interpretativo e fortalecendo a defesa de uma teoria da cultura enquanto um conjunto de textos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">5. Palavras-chave<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Status<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Hierarquia<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Cultura<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Texto<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Interpretação<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Drama<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Significado<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Comentário<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">6. Métodos<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Interpretativo (ver objetivos)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (321) “Da mesma forma que os exercícios familiares de leitura atenta, pode-se começar em qualquer lugar, num repertório de formas de uma cultura, e terminar em qualquer outro lugar. Pode-se permanecer, como eu, numa única forma, mais ou menos limitada, e circular em torno dela de maneira estável. Pode-se movimentar por entre as formas em busca de unidades maiores ou contrastes informativos. Pode-se até comparar formas de diferentes culturas a fim de definir-lhes o caráter para um auxílio mútuo. “ [comparação com briga de galos inglesa na nota 30, p. 312]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Ele utiliza alguns dados históricos, tanto em termos do passado (o que ocorria antes da dominação holandesa p.ex.) quanto em termos do que aconteceu anos depois (“guerra civil” com milhares de mortos em 1965, pp. 320-1); mas seu método jamais poderia ser descrito como histórico, ele estuda a briga de galo sincronicamente e não diacronicamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">7. Fontes utilizadas<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Etnografia (geral: feitiçaria, irrigação, castas, casamento; e específica: 57 lutas com documentação exata sobre apostas no centro”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Estudos anteriores sobre Bali, sobretudo Mead e Bateson; Jane Belo;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Linguagem: significado das palavras, provérbios (e.g. homem pomposo= galo sem rabo)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Leis (incesto e bestialidade, o segundo punido com a morte)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Lenda popular (Nota 22, p. 302; Nota 27, pp. 308-9)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Balada (Nota 5, p.284)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Sistema econômico (e.g. relação com os mercados, nota 18, p.299)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Religião (sacrifício às divindades infernais)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Sistema de parentesco (ppalmente 304ss. Apostas seguem solidariedade social; comparação com embaraço do casamento na p.306, item 8)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Organização social (aldeias, divisões internas e oposições inter-aldeias)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">8. Conclusões do texto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Vão crescendo em complexidade. Primeiro ele afirma à p. 304 que “a briga de galos absorvente é fundamentalmente uma dramatização das preocupações de status”, no dizer dos balineses “uma maneira de brincar com fogo sem se queimar”;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- (310-1) <i style="">“<b style="">Como qualquer forma de arte</b> – é justamente com isso que estamos lidando, afinal de contas – a briga de galos torna compreensível a experiência comum, cotidiana, apresentando-a em termos de atos e objetos dos quais foram removidas e reduzidas (ou aumentadas, se preferirem) as consequências práticas ao nível da simples aparência, onde seu significado pode ser articulado de forma mais poderosa e percebido com mais exatidão. (...) <b style="">Uma imagem, uma ficção, um modelo, uma metáfora, a briga de galos é um meio de expressão; sua função não é nem aliviar as paixões sociais nem exacerbá-las (embora, em sua forma de brincar-com-fogo ela faça um pouco de cada coisa) mas exibi-las em meio às penas, ao sangue, às multidões e ao dinheiro</b>.”</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Mais adiante ele vai tornando mais complexa esta afirmativa: (317-8) uma reflexão balinesa sobre sua forma de violência, uma forma artística, uma educação sentimental, uma forma de descobrir seu temperamento e o temperamento da sociedade ao mesmo tempo e por aí vai...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">- Principal conclusão é acerca da cultura enquanto um texto<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><br /> </span></b> <div style="border-style: none none solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color windowtext; border-width: medium medium 1pt; padding: 0cm 0cm 1pt;"> <p class="MsoNormal" style="border: medium none ; padding: 0cm; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">9. Questões e críticas<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="border: medium none ; padding: 0cm; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 14pt; font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></b></p> </div> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">BIERSACK,Aletta <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1992) “Saber local, história local: Geertz e além” In: HUNT,Lynn (Org.) A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes. Pp. 97-130. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">p.105<span style=""> </span>Um inventário das críticas a Clifford Geertz:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">i.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">"<b style="">A falta de rigor metodológico</b> de Geertz e os <b style="">dilemas epistemológicos</b> da estrutura original, a hermenêutica, deixa a análise cultural vulnerável aos céticos, que permanecem 'alérgicos', como disse Geertz 'a tudo que seja literário ou inexato'. Dada a natureza qualitativa da análise cultural, quais são as garantias de controle de qualidade oferecidas por Geertz além daquelas de seu próprio talento prodigioso ? A resposta de Geertz certamente seria (sem nenhum pedido de desculpas): nenhuma !" <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">[entretanto, é bom lembrar que Gee fala que, se a interpretação estiver certa, os fatos posteriores deverão confirmá-la; há uma confirmação <i style="">a posteriori</i>, portanto]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;"><span style="">ii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">o próprio Geertz reconhece isto</span></b><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"> (Interpr. </span><span style="font-family: Arial;">Cultures, p.29):<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">"nunca cheguei a parte alguma que se aproximasse da essência de qualquer coisa sobre a qual escrevi... <b style="">A análise cultural é intrinsecamente</b> <b style="">incompleta</b>. E, pior ainda, quanto mais se aprofunda, menos completa se torna... Comprometer-se com um conceito semiótico de cultura e com a abordagem interpretativa do estudo da mesma equivale a comprometer-se com uma perspectiva de afirmação etnográfica que é, para tomarmos de empréstimo a atualmente famosa expressão de W.B.Gallie 'essencialmente contestável'."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;"><span style="">iii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;">SHANKMAN,1984:69:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'A <b style="">incapacidade da teoria interpretativa de oferecer critérios para a avaliação de interpretações diferentes ou de paradigmas</b> <b style="">diferentes</b> coloca um gigantesco obstáculo a suas pretensões de superioridade teórica'<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">p.106<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;"><span style="">iv.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;">CAPRANZANO,1986:74:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'Apesar de suas pretensões fenomenológico-hermenêuticas, não há, de fato, em 'Deep Play'<span style=""> </span>[A briga de galos] (...) <b style="">nenhuma compreensão dos nativos sob o ponto de vista dos próprios nativos... </b>Geertz não oferece nenhuma evidência especificável de suas atribuições de intenção, de sua afirmação de subjetividade e de suas declarações de experiência. Suas construções de<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">p.107<span style=""> </span>construções de construções parecem não passar de projeções, ou pelo menos de confusões, de suas idéias, sua objetividade, com relação às do nativo, ou, para ser mais exato, do <b style="">nativo imaginado</b>.'<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">v.<span style=""> </span>Ronald Waters,1980:551-2<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span><b style="">'A tendência da descrição densa e da semiótica é de fortalecer o impulso de esconder-se e de não tentar ligar as coisas</b>. Isso acontece por aquilo que é uma força analítica - a atenção de Geertz à particularidade e o fato de ele voltar-se para a perspectiva do ator - constitui uma fragilidade em termos de síntese. A descrição densa leva a brilhantes leituras de situações, rituais e instituições, isoladamente. <b style="">Não requer que se diga de que maneira os 'textos culturais' se relacionam uns com os outros ou com os processos gerais de transformação econômica e social</b>.'<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style="">vi.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">"... <b style="">a análise cultural de Geertz é tão <u>estática</u> quanto qualquer estruturalismo</b>."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(...)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">"O tempo é simplesmente outra modalidade de deslocamento, uma outra forma de alheamento. O significado é descrito, nunca inferido."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(...)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">"Geertz afirma que 'o homem é um animal suspenso nas teias de significado que ele próprio teceu'. <b style="">As teias, não o ato de tecer; a cultura, não a história; o texto, não o processo de textualização</b> - são essas as coisas que atraem a atenção de Geetz. Foucault* nos oferece um antídoto ao problematizar essas próprias 'teias de significado', historicizando-as e remontando no tempo o seu surgimento."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">* p.ex. o significado da honra e sua modificação na favela.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">p.109<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;"><span style="">vii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;">KEESING,1987:161-2<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'<b style="">As culturas são teias de mistificação</b>, bem como de significação. Precisamos perguntar <b style="">quem <u>cria</u> e quem <u>define</u> os significados culturais, e com quais finalidades</b>.' [1]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(...)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">p.110<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'mantém-se particularmente silencioso sobre o modo pelo qual <b style="">os significados culturais sustentam o poder e o privilégio</b>.'<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">(...)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'Onde as feministas e os marxistas encontram opressão, os simbolistas encontram significado.'<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">[1] Será que alguém - ator ou classe - tem poder para simplesmente criar e definir significados ?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial;"><span style="">viii.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: Arial;">William ROSEBERRY:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">'Aprendemos que a briga de galos foi declarada ilegal pelos holandeses e mais tarde pela Indonésia, que ela é atualmente praticada em locais ocultos e semi-secretos do vilarejo, e que, para os balineses, a ilha tem a forma de 'um pequeno e orgulhoso galo em pé, de pescoço estendido, com as costas retesadas e o rabo erguido, num permanente desafio à grande, indiferente e disforme Java'. São questões que, sem dúvida, requerem uma certa atenção interpretativa. <b style="">No mínimo, sugerem que a luta de galos está intimamente</b> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">p.111<span style=""> </span><b style="">ligada </b>(ainda que não seja redutível) <b style="">aos processos políticos da formação do Estado e do colonialismo</b>. Também sugerem que a luta de galos passou por uma transformação significativa nos últimos oitenta anos, e que, <b style="">se ela é um texto, trata-se de um texto que está sendo escrito como parte de um profundo processo social, político e cultural</b>."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><span style="font-family: Arial;" lang="PT-BR">- Ver também KING, 1998: 16-19 para possibilidades e fraquezas da análise de Geertz aplicada ao futebol inglês (páginas escaneadas)<o:p></o:p></span></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-992877374187901616.post-27594060992556743782008-08-17T14:53:00.000-07:002008-08-17T14:55:23.151-07:00Programa do Curso<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><b style=""><i><span style="line-height: 150%; font-family: Arial;">Do Mob Football à Premier League: breve história do Futebol Inglês<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><b style=""><span style="line-height: 150%; font-family: Arial;">Prof. Marcos Alvito<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Objetivos: </span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">traçar as principais etapas da história do futebol na Inglaterra, desde as suas formas tradicionais durante a Idade Média até a hiper-comodificada Premier League, sempre tentando estabelecer (em via de mão dupla) as relações entre o esporte e a sociedade. Daremos destaque a algumas questões como o futebol e a classe trabalhadora, o debate acerca do hooliganismo e o processo de globalização do esporte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Unidades:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">I.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">DEBATE TEÓRICO<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Clifford Geertz: o esporte como um texto cultural<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Pierre Bourdieu: esporte e habitus, as classes entram em campo<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">-<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Arlei Damo: uma proposta de análise, futebol e estética<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">II.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">ANTES DA <i>FOOTBALL ASSOCIATION</i><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- “Folk” Football: as formas tradicionais e não-codificadas do futebol até 1800<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- As <i>public schools</i> e a progressiva transformação do futebol em esporte na primeira metade do século XIX<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Em busca de uma regra<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">III.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">A <i>FOOTBALL ASSOCIATION</i> (1863) E O FUTEBOL ANTES DO PROFISSIONALISMO <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- As regras do Association Football (1863)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A F.A. Cup (1871) e a popularização do futebol junto à classe trabalhadora<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O debate amadorismo x profissionalismo: uma questão de classe<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">IV.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">O PROFISSIONALISMO, A FOOTBALL LEAGUE E A TRANSFORMAÇÃO DO FUTEBOL EM ESPORTE NACIONAL<span style=""> </span>(1885-1914)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A pressão vinda do norte e o profissionalismo (1885)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A <i>Football League</i> (1888) e a comercialização controlada<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A imprensa esportiva e o novo esporte nacional<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Um jogo para homens: a FA contra o futebol feminino<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">V.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style=""> </span>O FUTEBOL EM GUERRA (1914-1945)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O ressurgimento do futebol feminino durante a I Guerra Mundial<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O futebol como arma de recrutamento<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O futebol no entre-guerras: o rádio entra em campo<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A suspensão parcial do futebol durante a II Guerra Mundial<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">VI.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">O ESPORTE DAS MULTIDÕES – O FUTEBOL NO PÓS-GUERRA (1946-1961)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A era da austeridade e o futebol no auge da popularidade<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Futebol e identidade de classe<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">VII.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">NA ROTA DA AUTO-DESTRUIÇÃO: O FUTEBOL EM CRISE: 1961-1989<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O fim do <i>maximum wage</i> (1961) e a desmontagem do sistema criado pela Football Association<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Casa, carro e televisão: novas formas de lazer e diminuição do público<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O “poder jovem” e o futebol<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O impacto crescente da televisão<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O problema do <i>hooliganismo</i> <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Heysel (1985) e Hillsborough (1989)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O <i>Taylor Report</i> (1989-1990): uma nova proposta para o futebol<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 54pt; text-align: justify; text-indent: -36pt;"><!--[if !supportLists]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style="">VIII.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span></b><!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;"><span style=""> </span>O “NOVO FUTEBOL” E A TRANSFORMAÇÃO DO FUTEBOL EM RAMO DA INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Rompendo as amarras à comercialização: a criação da Premier League (1992)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- Televisão: a nova dona da bola<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- A nova legislação: vigiando, controlando e a criminalizando o torcedor<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">- O processo de hiper-comodificação e seus perigos</span></b><b style=""><span style="font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">Avaliação: </span></b><span style="font-size: 11pt; font-family: Arial;">Cada aluno deverá entregar <b style=""><u>três resenhas</u></b> de no máximo <b style=""><u>duas páginas</u></b> (Arial 12, espaço simples). A resenha deve mencionar as idéias centrais do texto – SEM RESUMI-LO PONTO A PONTO – bem como elaborar um comentário crítico, estabelecendo relações com outros textos, colocando questões, apontando limites e refletindo acerca dos temas presentes no texto. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">CRONOGRAMA DO CURSO <o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <table class="MsoNormalTable" style="margin-left: -0.25pt; border-collapse: collapse;" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"> <tbody><tr style=""> <td style="border-style: solid none solid solid; border-color: black -moz-use-text-color black black; border-width: 1pt medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">01<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: solid none solid solid; border-color: black -moz-use-text-color black black; border-width: 1pt medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">11 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: solid none solid solid; border-color: black -moz-use-text-color black black; border-width: 1pt medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Apresentação<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border: 1pt solid black; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 9pt; font-family: "Century Gothic";">RESENHA<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">02<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">15 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 1</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Geertz: “Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">03<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">18 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">1A<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">04<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">22 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 2</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Bourdieu: “Como é possível ser esportivo”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">1B<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">05<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">25 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 3</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Damo: “Futebol e estética”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">1C<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">UNIDADE II: <o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">06<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">29 ago<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 4</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Elias e Dunning, cap. V: “O futebol popular na Grã-Bretanha Medieval e nos ínicios dos tempos modernos”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Vagabundo jogador de futebol”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2A<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">07<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">01 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 5</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 1: “Association Football and the Men Who Made it, 1863-1885”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Com que regra”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">08<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">05 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2B<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">09<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">08 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 6</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 2: “The Making of the National Game, 1888-1914”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Football League: o futebol se organiza”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">10<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">12 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2C<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">11<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">15 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 7</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 3: “Football and its Fans, 1885-1915”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">12<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">19 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2D<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">13<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">22 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 8</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 4: “Football, Economy and Society, 1919-1939”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “A época de ouro”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">14<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">26 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2E<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">15<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">29 set<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 9</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 5: “Football and English Culture, 1919-1939”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">16<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">03 out<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2F<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">17<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">06 out<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 10</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 6: “Football in Austerity and Affluence, 1939-1961”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Casa, automóvel e televisão”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">18<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">10 out<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">2G<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">19<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">13 out <o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Vídeo: FA Cup 1953<o:p></o:p></span></b></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">20<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">17 out <o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 11</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 7: “The Glamour Game, 1961-1985”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">21<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">20 out <o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">3A<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">22<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">24 out <o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 12</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 8: “We’ll support you evermore? Football in the Media Age, 1961-85”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Hooligans”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">23<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">27 out<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">3B<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">24<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">31 out<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 13</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Dunning, Murphy e Wiliams: “A violência dos espectadores nos desafios de futebol: pa</span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">ra uma explicação sociológica” (Elias e Dunning, cap. IX)<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">25<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">03 nov<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">3C<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">26<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">07 nov<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Vídeo: Hooligans<o:p></o:p></span></b></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">27<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">10 nov<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 14</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Russell, cap. 9: “Seats in all parts: Re-inventing Football, 1985-1995”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">- Alvito: “Renascendo das cinzas”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">28<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">14 nov<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Idem<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">3D<o:p></o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">29<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">17 nov<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">Debate 15</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">: Alvito: “Premier League SA” e “A dona da bola”<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> <tr style=""> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 21.5pt;" valign="top" width="29"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">30<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 54pt;" valign="top" width="72"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">21 nov<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none none solid solid; border-color: -moz-use-text-color -moz-use-text-color black black; border-width: medium medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 353.5pt;" valign="top" width="471"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";">AVALIAÇÃO DO CURSO PELOS ALUNOS<o:p></o:p></span></p> </td> <td style="border-style: none solid solid; border-color: -moz-use-text-color black black; border-width: medium 1pt 1pt; padding: 0cm 3.5pt; width: 49pt;" valign="top" width="65"> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> </td> </tr> </tbody></table> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">Bibliografia:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">ALVITO,Marcos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) “’A parte que te cabe neste latifúndio’: o futebol brasileiro e a globalização”, <b>Análise Social</b>, 41(179), 451-474.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(s.d.) A <i style="">Rainha de Chuteiras: um ano de futebol na Inglaterra</i>. (no prelo)<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">ARMSTRONG,Gary</span><span style="" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1998) <i>Football Hooligans: knowing the scor</i></span><i><span style="font-family: "Century Gothic";">e</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";">. <st1:city st="on">Oxford</st1:City>;<st1:place st="on"><st1:state st="on">New York</st1:State></st1:place>: Berg.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">ARNOLD,A.J. Tony<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2004) “Harnessing the Forces of Commercialism: The Financial Development of the Football Association, 1863-1975”, <b style="">Sport in Society</b>, 7:2, 232-248.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">BAIRNER,Alan<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2006) “The <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Leicester</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">School</st1:PlaceType></st1:place> and the Study of Football Hooliganism”, <b style="">Sport in Society</b>, 9:4, 583-598.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">BIRLEY,Derek</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1993) <i>Sport and the making of <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">Britain</st1:country-region></st1:place></i>. <st1:city st="on">Manchester</st1:City>: <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Manchester</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place> Press. <o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1995) <st1:place st="on"><st1:placetype st="on"><i style="">Land</i></st1:PlaceType><i style=""> of <st1:placename st="on">Sport</st1:PlaceName></i></st1:place><i style=""> and Glory: Sport and British Society, 1887-1910</i>. <st1:city st="on">Manchester</st1:City>: <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Manchester</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place> Press. <o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">BROWN,Adam<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(2006) “’Not for sale’? A destruição e a reforma das comunidades futebolísticas na aquisição do Manchester United pelos Glazer”, <b style="">Análise Social</b>, 41(179), 555-582.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span></span><span style="font-family: "Century Gothic";">(2008) “’Our club, our rules’: fan communities at FC United of <st1:place st="on"><st1:city st="on">Manchester</st1:City></st1:place>”, <b style="">Soccer & Society</b>, 9:3, 346-358.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">BUFORD,Bill<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1992) <i style="">Entre os vândalos: a multidão e a sedução da violência</i>. São Paulo: Companhia das Letras.</span><span style="" lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">COLLINS,Tony & VAMPLEW,Wray<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2000) The pub, the drinks trade and the early years of modern football. <b style="">The Sports Historian</b>, 20(1), May 2000, pp. 1-17.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">CONN,David</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2001) <i>The Football Business</i>. <st1:city st="on">Edinburgh</st1:City> and <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>: Mainstream Publishing. [1a. ed. 1997]</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) <i style="">The Beutiful Game? Searching for the soul of football</i>. London</span><span style="font-family: "Century Gothic";">: </span><span style="font-family: "Century Gothic";">Yellow Jersey Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">CURRY,Graham<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2007) “Footbal Spectatorship in mid-to-late Victorian Sheffield”, <b style="">Soccer & Society</b>, 8:2, 185-204.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">DUNNING,E. , MURPHY,P. E WILLIAMS,J.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1988) <i>The Roots of Football Hooliganism: an Historical and Sociological Study</i>. London: Routledge & Kegan Paul.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">DUNNING, J. and K. SHEARD <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1979). <i style="">Barbarians, gentlemen and players. A sociological study of the development of rugby football.</i> <st1:place st="on"><st1:city st="on">New York</st1:City>, <st1:state st="on">New York</st1:State></st1:place> University Press.</span><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">ELIAS, Norbert and DUNNING,Eric (Orgs)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="EN-GB"><span style=""> </span></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="ES-TRAD">(1992) <i>Deporte y ocio en el processo de la civilizacion. </i>México:Madrid:Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">Existe tradução em português (esgotada): <i>A busca da excitação</i>. Lisboa:Difel, 1992.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">FROSDICK,Steve e MARSH,Peter<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT"><span style=""> </span>(2005) <i style="">Football Hooliganism</i>. Cullompton: Willan Publishing.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><st1:city st="on"><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">GARLAND</span></st1:place></st1:City><span style="font-family: "Century Gothic";">,John et alii (Orgs.)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2000) <i style="">The future of football: challenges for the Twenty-First Century</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>: Frank Cass.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">GEERTZ,Clifford<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1989) “Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa” In: <i style="">A Interpretação das Culturas</i>. Rio de Janeiro: Editora Guanabara. Pp. 278-321. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">GIBBONS,Tom et alii<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2008) “’The way it was’: an account of soccer violence in the 1980s”, <b style="">Soccer & Society</b>, 9:1, 28-41.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">GIULIANOTTI, Richard <o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span></span><span style="font-family: "Century Gothic";">(1994) “Social identity and public order. Political and academic discourses on football violence”, In: ______________________ <i style="">Football, violence and social identity</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>: Routledge. pp. 9-36.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2002) <i>Sociologia do futebol - dimensões históricas e culturais do esport</i></span><i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">e das multidões</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">. </span><st1:city st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">São Paulo</span></st1:City><span style="font-family: "Century Gothic";">, Nova <st1:city st="on"><st1:place st="on">Alexandria</st1:place></st1:City>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic";">____________________ e WILLIAMS,John<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1994) <i style="">Game Without Frontiers: Football, Identity and Modernity</i>. <st1:place st="on">Aldershot</st1:place>: Arena.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic";">GOLDBLATT,David<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2007<i style="">) The Ball is Round. </i></span><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";">A Global History of Football. London:Penguin.</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";"> [1a. ed. 2006]</span><span style="font-family: "Century Gothic";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">HOBSBAWM,Eric<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(2000) <i style="">Mundos do trabalho. Novos estudos sobre História Operária</i>. Rio de Janeiro:Paz e Terra. 4ª. ed. revista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">HOBSBAWM,E. e RANGER,T.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1984) <i style="">A invenção das tradições</i>. Rio de Janeiro: Paz e Terra.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">HOLT,Richard<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span>(1989) <i>Sport and th</i></span><i><span style="font-family: "Century Gothic";">e British: a modern history</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";">. <st1:city st="on">Oxford</st1:City>: Clarendon Press; <st1:state st="on">New York</st1:State>: <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Oxford</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place> Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">____________ e MASON,Tony<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2000) <i style="">Sport in <st1:place st="on"><st1:country-region st="on">Britain</st1:country-region></st1:place>, 1945-2000</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">Oxford</st1:place></st1:City>: Blackwell. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">HORNBY,Hugh<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2008) <i style="">Uppies and Downies: the extraordinary football games of <st1:country-region st="on"><st1:place st="on">Britain</st1:place></st1:country-region></i>. <st1:place st="on">Swindon</st1:place>: English Heritage.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">HORNBY,Nick<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1992) <i>Fever Pitch</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>:Victor Gollancz. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">Existe tradução em português: <i>Febre de bola</i>. </span><st1:place st="on"><st1:city st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Rio de Janeiro</span></st1:City></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">:Rocco,2000.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">INGLIS,Simon<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1988) <i style="">League Football and the men who made it, 1888-1988</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>: Collins.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">JOHNES,Martin<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2004) “Heads in the Sand: Football, Politics and Crowd Disasters in Twentieth-Century <st1:country-region st="on"><st1:place st="on">Britain</st1:place></st1:country-region>”, <b style="">Soccer & Society</b>, 5:2, 134-151.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">______________ & MELLOR,Gavin<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2006) “The 1953 FA Cup Final: Modernity and Tradition in British Culture”, <b style="">Contemporary British History</b>, 20:2, 263-280.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">JONES,Stephen G.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1984) “The economic aspects of association football in <st1:country-region st="on"><st1:place st="on">England</st1:place></st1:country-region>, 1918-39”, <b style="">International Journal of the History of Sport</b>, 1:3, 286-299.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">KING,Anthony<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997) “The Postmodernity of Football Hooliganism”, <b style="">The British Journal of Sociology</b>, 48:4, 576-593.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2002) <i style="">The end of terraces: the transformation of English Football in the 1990s</i>. London: Leicester University Press. Revised edition. [1<sup>st</sup> ed. 1998]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">MALCOMSON,Robert W.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2007) <i style="">Popular Recreations in English Society – 1750-1850.</i> <st1:city st="on">Cambridge</st1:City>: <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Cambridge</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place> Press. [1a. ed. 1973]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">MASON,Tony<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1980) <i>Association Football and English Society – 1863-1915. </i></span><st1:country-region st="on"><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Sussex</span></st1:place></st1:country-region><span style="font-family: "Century Gothic";">: The Harvester Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">MELLOR,Gavin</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">(2000) “The genesis of Manchester United as a national and international 'super-club', 1958-68”, <b>Soccer & Society</b>, 1:2, 151-166.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">MURRAY, Bill <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR"><span style=""> </span></span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT">(2000) <i>Uma história do futebol.</i> São Paulo, Hedra.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">NELSON,Garry</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">(1998) <i>Left foot in the Grave. A view from the bottom of the Football League</i>. <st1:city st="on">London</st1:City>: Collins <st1:city st="on"><st1:place st="on">Willow</st1:place></st1:City>. [1a. ed. 1997]<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">O’NEILL,Megan<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) <i style="">Policing Football: social interaction and negotiated disorder</i>. <st1:state st="on"><st1:place st="on">New York</st1:place></st1:State>: Palgrave Macmillan.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">REID,John<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) <i style="">Reclaim the game! The Death of the People’s Game: the Great Premier League Swindle</i>. London: Socialist Books.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">ROBINS,David e COHEN,Philip<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1978) <i style="">Knuckle Sandwich: growing up in the working-class city</i>. London: Penguin.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">ROBSON,Garry<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2004) <i style="">‘No one likes us, we don’t care.</i></span><i style=""><span style="font-family: "Century Gothic";"> The myth and reality of Millwall Fandom</span></i><span style="font-family: "Century Gothic";">. Oxford: Berg. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">[1ª. ed. é de 2000]<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">RUSSELL,Dave<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1997)<i> Football and the English – A social history of Association Football in England, 1863-1915. </i></span><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Preston</span></st1:place><span style="font-family: "Century Gothic";">: Carnegie Publishing.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">SAMUELS,Jonh<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2008) <i style="">The Beutiful Game is Over: the Globalisation of Football</i>. Brighton: Book Guild.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">TAYLOR,Matthew<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) <i style="">The Leaguers: the making of professional football in England, 1900-1939</i>. Liverpool: Liverpool University Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2008)<i> The Association Game – A history of British Football.</i></span><span style="font-family: "Century Gothic";">Harlow: Pearson Education. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">THOMPSON,E.P.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1980) <i>The making of the English Working Class</i>. London: Penguin Books. </span><span style="font-family: "Century Gothic";">2<sup>nd</sup> ed. revised. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">VAMPLEW,Wray<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1988) <i>Pay up and play the game: professional sport in Britain, 1875-1914</i>. Cambridge: Cambridge University Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WADDINGTON,David P.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2007) <i style="">Policing Public Disorder: Theory and Practice</i>. Cullompton: Willan Publishing.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WAGG,Stephen<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1984) <i style="">The</i> <i style="">Football World. A Contemporary Social History.</i> Brighton: The Harvester Press.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WALSH,<st1:city st="on"><st1:place st="on">Adrian</st1:place></st1:City> e GIULIANOTTI ,Richard<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2007) <i>Ethics, Money and Sport. This sporting Mammon</i>. <st1:city st="on"><st1:place st="on">London</st1:place></st1:City>: Routledge.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WALVIN,James<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1994) <i>The People’s Game – The History of Football revisited</i>. Edinburgh;London: Mainstream.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WARD,Andrew e WILLIAMS,John<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(s.d.) <i>A very English Game: a post-war history of English football</i>. (no prelo)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WEED,Mike<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2008) “Exploring the sport spectator experience: virtual football spectatorship in the pub”, <b style="">Soccer & Society</b>, 9:2, 189-197.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WHANNEL,Garry<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1986) “The unholy alliance: notes on television and the remaking of British Sport 1965-85”, <b style="">Leisure Studies</b>, 5:2, 129-145.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1992) <i style="">Fields in Vision: television sport and cultural transformation</i>. </span><span style="font-family: "Century Gothic";" lang="PT-BR">London: Routledge.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2005) “Pregnant with anticipation: the pre-history of television sport and the politics of recycling and preservation”, <b style="">International Journal of Cultural Studies</b>, 8(4), 405-426.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WIGGLESWORTH,N.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">(2007) <i>The Story of Sport</i> <i style="">in <st1:country-region st="on"><st1:place st="on">England</st1:place></st1:country-region></i>. Abingdon: Routledge.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";">WILLIAMS,John</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1991) “Having an away day: English football spectators and the hooligan debate” <i style="">In</i>: WILLIAMS,J. e WAGG,S. (Orgs.) <i>British Football and Social Change</i>. Leicester: <st1:place st="on"><st1:placename st="on">Leicester</st1:PlaceName> <st1:placetype st="on">University</st1:PlaceType></st1:place> Press, pp. 160-184.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(1999) <i style="">Is it all over? Can football survive the Premier League?</i> </span><st1:city st="on"><st1:place st="on"><span style="font-family: "Century Gothic";">Reading</span></st1:place></st1:City><span style="font-family: "Century Gothic";">: Garnet.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Century Gothic";"><span style=""> </span>(2001) “The cost of safety in risk societies”, <b style="">Journal of Forensic Psychiatry & Psichology</b>, 12(1), April 2001, 1-7.<o:p></o:p></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Century Gothic";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>Marcos Alvitohttp://www.blogger.com/profile/04782210285593838126noreply@blogger.com0