terça-feira, 2 de setembro de 2008

Stephen Glover, em seu History and Gazetteer of the County of Derby, 1831, descreve o folk football de Derby:

“O jogo começa no mercado, quando os partidários de cada paróquia dividem-se em dois lados; e, por volta do meio dia, uma grande bola é lançada no meio deles. Esta é agarrada por alguns dos mais fortes e ativos homens dos dois lados. O restante dos jogadores imediatamente concentram-se em torno deles e uma massa sólida é formada.

Cabe então a cada lado empurrar a multidão na direção do seu gol (objetivo). A luta para obter a bola, que é carregada nos braços daqueles que haviam se apoderado dela, é violenta, e a movimentação da massa humana para frente e para trás, sem medir as consequências, é tremenda.

Canelas e cabeças quebradas, casacos rasgados e chapéus perdidos estão entre os incidentes menores desse temível confronto, e frequentemente acontece de uma pessoa cair por causa da intensidade da pressão, desmaiando e sangrando debaixo dos pés da turba em torno...

Ainda assim a multidão é encorajada por pessoas respeitáveis de ambos os lados, que têm um interesse surpreendente no resultado do divertimento (sport) daquele dia; estimulando os jogadores com gritos, e mesmo dando laranjas e outros refrescos para aqueles exaustos.

O objeto da turma de St. Peter é levar a bola até a água, descendo pelo Morledge brook (pântano) até o rio Derwent tão rápido quanto possível, enquanto a turma de All Saints tenta evitar isso e levar a bola na direção oeste. Os jogadores de St. Peter são considerados tão bons quanto os melhores water-spaniels (cães acostumados com a água), e é deveras curioso ver duzentos ou trezentos homens com água até os joelhos no Derwent continuamente afogando uns aos outros. Os números de cada lado ultrapassam mil homens, e as ruas ficam cheias de espectadores. As lojas fecham e a cidade apresenta o aspecto de um lugar atingido por uma tempestade.”

Fonte: HORNBY (ver bibliografia do curso), 2008, p. 30.

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