“Futebol e Estética”, Arlei Sander DAMO, São Paulo em Perspectiva, 15(3), 2001: 82-91
(82-84) i. Introdução: superação de certas perspectivas analíticas
(82) 0. Sobrevivência do gosto pelo futebol => ciências humanas repensam a sua importância
1. A crítica marxista: denunciar sem compreender
(82-3) 2. Perspectiva funcionalista (Elias e Dunning): caráter compensatório (excitação => saúde mental); problema: caráter universalizante, perdendo de vista as particularidades locais e as variações diacrônicas
(83) 3. Investidas metafóricas, significado imposto de fora para dentro; por ex: oposição entre pés (ordem mágica) x mãos (ordem racional); e como explicar a popularidade do futebol na Europa?
4. Pop-psicologismo: perdedores na vida => vencedores no esporte, mas no esporte também se perde e isto faz parte da experiência de atletas e de torcedores
versus
- especificidade do campo esportivo
- indagar por que gostamos de esportes
- a resposta de Gumbrecht: beleza, fenômeno estético, independentemente do resultado
(84) – A hipótese de Damo:
- O resultado importa sim
- Existem formas diferentes de pertencimento clubístico
- Jogo absorvente
(84-87) ii. O RITUAL DISJUNTIVO
(84) – Crítica à idealização romântica saudosista, fruto de uma memória construída em torno somente de bons momentos
(84-5) – Ritual conjuntivo (de certos povos, vide LST) x jogo disjuntivo
(85) – Imprevisibilidade
(86) – A importância da vitória
- O prazer estético invisível e a guerra mimética
(86-7) – O jogo produz uma realidade de ordem simbólica <=> ligada ao pertencimento clubístico
(87-88) iii. O PERTENCIMENTO CLUBÍSTICO
(87) – Amor ao clube: mola propulsora dos esportes coletivos
- Discussões => sociabilidade intensa
- Escolha do clube, parte da transformação do indivíduo em pessoa <=> redes (familiares, amizade e vizinhança)
(88) – Pertencimento clubístico = máscara social
- Torcer é uma forma de participação política
(88-90) iv. UM JOGO ABSORVENTE
(88) – A estrutura da briga-de-galos
(89) – Rivalidade
- Identidade clubística é contrastiva, caso extremo das torcidas organizadas
- O evento (isto é a partida e seu resultado e significado) <=> história, tradição e memória
(89-90) – Densidade = ritual disjuntivo + tradição
(90) v. ARREMATE
- Futebol não é mero negócio, mas também é negócio
- Caracteriza-se por uma justaposição entre
excesso: de significado (gol), de desperdício (de dinheiro) e desordem (festas, bebedeira, violência)
e
ordem : estrutura ritual, lógica de pertencimento e densidade dos embates
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